Fatores associados ao elevado tempo em comportamento sedentário em universitários de enfermagem
Factors associated with high time spent in sedentary behavior in undergraduate nursing students
Factores asociados a un elevado tiempo de conducta sedentaria en universitarios de enfermería

Publication year: 2021

O comportamento sedentário (CS) tem sido associado a doenças crônicas e à mortalidade por todas as causas mesmo em pessoas suficientemente ativas. Os universitários são referidos como grupo exposto ao CS, mas pouco se conhece sobre esse comportamento em acadêmicos de enfermagem. O objetivo da pesquisa foi estimar o tempo que os universitários de enfermagem passam em CS em seu cotidiano e examinar a associação entre o tempo em CS e as variáveis sociodemográficas, acadêmicas e comportamentais. O estudo transversal foi realizado com 286 universitários de enfermagem de uma Universidade pública, na Bahia. Na coleta de dados, aplicou-se um questionário para caracterização das variáveis de interesse e o Questionário Internacional de Atividade Física. Adotou-se o ponto de corte ≥8h/dia para tempo elevado em CS. As variáveis foram analisadas em frequências absolutas e relativas e a idade, também, em média e desvio-padrão. Empregou-se razões de prevalência (RP), com intervalo de confiança (IC) de 95% para analisar a associação entre as variáveis de interesse e o CS. Na análise bivariada, empregou-se também o teste Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher. As variáveis, com valor de p ≤0,20, foram inseridas no modelo de Regressão Logística Múltipla. Na modelagem, utilizou-se o procedimento backward e na escolha do melhor modelo, o critério de informação de Akaike (AIC) com menor valor. Dado ao tempo elevado em CS ser comum na amostra, para a correção dos riscos, empregou-se o método de estimação Delta, obtendo-se as estimativas de RP e respectivos IC (95%). Adotou-se significância estatística de 5%. A prevalência de tempo em CS ≥8h/dia foi de 53,5%. Na análise multivariada, universitários com idade ≥25 anos ficavam 33,0% menos tempo em CS ≥8h comparados àqueles entre 18 e 24 anos, com dedicação de ≥3 horas aos estudos extraclasse apresentaram 1,23 vezes mais tempo em CS ≥ 8h comparados aos que dispendiam <3horas e que cursavam ≥4 disciplinas no semestre atual apresentaram 1,58 vezes mais tempo em CS ≥ 8h comparados aos que cursavam ≤ 3 disciplinas. Ademais, aqueles que realizavam atividade física <150 min/semana permaneciam 1,25 vezes mais tempo em CS ≥8h do que aqueles que atendiam a recomendação de ≥150 min/semana e aqueles que usavam medicamentos para dormir apresentaram 1,46 vezes mais tempo em CS ≥ 8h em relação aos que não usavam esse tipo de fármaco. Os resultados destacam a importância da elaboração de estratégias e políticas de promoção à saúde visando o combate ao CS em universitários, sobretudo para os alunos mais jovens, com maior acúmulo de disciplinas concomitantes, maior número de horas de estudo extraclasse, nível insuficiente de atividade física e em uso de medicação para dormir.(AU)
Sedentary behavior (SB) has been associated with chronic disease and all-cause mortality even in sufficiently active people. College students are referred to as a group exposed to SB, but little is known about this behavior in nursing undergraduate students. The aim of the research was to estimate the time nursing undergraduates spend in SB in their daily lives and to examine the association between time in SB and sociodemographic, academic, and behavioral variables. The cross-sectional study was conducted with 286 undergraduate nursing students from a public University, in Bahia. In data collection, a questionnaire was applied to characterize the variables of interest and the International Physical Activity Questionnaire. The cutoff point ≥8h/day was adopted for high time in SB. The variables were analyzed in absolute and relative frequencies, and age was also analyzed in mean and standard deviation. Prevalence ratios (PR) with 95% confidence interval (CI) were used to analyze the association between the variables of interest and SB. In the bivariate analysis, Pearson's chisquare test or Fisher's exact test were also used. The variables with p value ≤0.20 were inserted in the Multiple Logistic Regression model. In the modeling, the backward procedure was used and in the choice of the best model, Akaike's information criterion (AIC) with the lowest value was used. Since high SB time is common in the sample, the Delta estimation method was used for risk correction, obtaining the PR estimates and respective CIs (95%). A statistical significance of 5% was adopted. The prevalence of SB time ≥8h/day was 53.5%. In the bivariate analysis, Pearson's chi-square or Fisher's exact test was also used. The variables with p value ≤0.20 were inserted in the Multiple Logistic Regression model. In modeling, the backward procedure was used and in choosing the best model, Akaike's information criterion (AIC) with the lowest value was used. Since high SB time is common in the sample, the Delta estimation method was used for risk correction, obtaining the PR estimates and respective CIs (95%). A statistical significance of 5% was adopted. The prevalence of SB time ≥8h/day was 53.5%. In multivariate analysis, college students aged ≥25 years spent 33.0% less time in SB ≥ 8h compared with those aged 18-24 years, those with ≥3 hours dedicated to extracurricular studies spent 1.23 times more time in SB ≥ 8h compared with those spending <3 hours, and those taking ≥4 courses in the current semester spent 1.58 times more time in SB ≥ 8h compared with those taking ≤ 3 courses. Furthermore, those who engaged in physical activity <150 min/week spent 1.25 times more time in SB ≥ 8h than those who met the recommendation of ≥150 min/week, and those who used sleep medications spent 1.46 times more time in SB ≥ 8h than those who did not use these drugs. The results highlight the importance of developing health promotion strategies and policies to combat SB in college students, especially for younger students, with a greater accumulation of concomitant subjects, more hours of out-of-class study, insufficient level of physical activity, and taking sleeping medication.(AU)
La conducta sedentaria (CS) se ha asociado a las enfermedades crónicas y a la mortalidad por todas las causas, incluso en personas suficientemente activas. Los universitarios se conocen como un grupo expuesto al CS, pero se sabe poco sobre esta conducta en los estudiantes de enfermería. El objetivo de la investigación fue estimar el tiempo que los universitarios de enfermería dedican al CS en su vida diaria y examinar la asociación entre el tiempo en el CS y las variables sociodemográficas, académicas y de conducta. El estudio transversal fue realizado con 286 universitarios de enfermería de una universidad pública de Bahía. Para la recogida de datos se aplicó un cuestionario para caracterizar las variables de interés y el Cuestionario Internacional de Actividad Física. Se adoptó el punto de corte ≥8h/día para el tiempo elevado en CS. Las variables se analizaron en frecuencias absolutas y relativas y la edad, también, en media y desviación estándar. Se emplearon razones de prevalencia (RP), con un intervalo de confianza (IC) del 95%, para analizar la asociación entre las variables de interés y el SC. En el análisis bivariado también se utilizó la prueba de chi-cuadrado de Pearson o la prueba exacta de Fisher. Las variables con valor p ≤0,20 se introdujeron en el modelo de Regresión Logística Múltiple. En la modelización se utilizó el procedimiento backward y en la elección del mejor modelo se utilizó el criterio de información de Akaike (AIC) con el valor más bajo. Dado que el alto tiempo en CS es común en la muestra, para la corrección del riesgo se empleó el método de estimación Delta, obteniendo las estimaciones de PR y sus respectivos IC (95%). Se adoptó una significación estadística del 5%. La prevalencia de tiempo en CS ≥8h/día fue del 53,5%. En el análisis multivariante, los universitarios de ≥25 años permanecieron un 33,0% menos de tiempo en CS ≥ 8h en comparación con los de 18-24 años, con dedicación de ≥3 horas a estudios extraclase mostraron 1,23 veces más tiempo en CS ≥ 8h en comparación con los que dedicaban < 3h y que cursaban ≥4 materias en el semestre actual mostraron 1,58 veces más tiempo en CS ≥ 8h en comparación con los que cursaban ≤ 3 materias. Además, los que realizaban actividad física <150 min/semana pasaban 1,25 veces más tiempo en CS ≥ 8h que los que cumplían la recomendación de ≥150 min/semana y los que usaban medicación para dormir pasaban 1,46 veces más tiempo en CS ≥ 8h que los que no usaban este tipo de fármacos. Los resultados destacan la importancia de desarrollar estrategias y políticas de promoción de la salud dirigidas a combatir el SC en los estudiantes universitarios, especialmente en los más jóvenes, con mayor acumulación de asignaturas concomitantes, más horas de estudio fuera de clase, insuficiente nivel de actividad física y en uso de medicación para dormir.(AU)