Publication year: 2024
INTRODUÇÃO:
O tabagismo é considerado uma doença crônica de dependência da nicotina e um fator de risco para doenças graves como câncer e doenças cardiovasculares, além de ser uma das principais causas de mortes evitáveis no mundo. Os programas de controle do uso do tabaco atingiram um bom resultado nas últimas décadas, com a redução do número de fumantes. Contudo, verifica-se que o tratamento medicamentoso e comportamental não apresenta 100% de eficácia, com recaídas e efeitos colaterais para o fumante. Novos desafios foram impostos após a pandemia da COVID-19, principalmente no setor da saúde, no qual a preocupação com os impactos na saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras ficou em evidência. Nesse cenário, foi verificada a importância de cuidar dos que mais se expuseram aos efeitos nocivos desse período, voltando o olhar não somente para transtornos a nível psíquico dessa parcela populacional, mas também para a promoção da qualidade de vida do trabalhador, principalmente do trabalhador que apresenta um comportamento de risco em saúde, como por exemplo, o trabalhador tabagista. A aromaterapia, uma Prática Integrativa e Complementar em Saúde apoiada em evidências de efetividade clínica nas mais diversas condições clínicas, foi proposta como intervenção neste grupo. OBJETIVO:
Avaliar a efetividade da aromaterapia na dependência de nicotina em trabalhadores tabagistas. MÉTODO:
Estudo piloto, clínico, randomizado, duplo-cego que utilizou dois óleos essenciais, piper nigrum e angelica archangelica, por meio de inalação, em dois grupos de trabalhadores da saúde, para avaliar o efeito desses óleos nos níveis de dependência do tabagismo. Os desfechos avaliados foram o nível de dependência de nicotina (desfecho primário), mensurado por meio do Teste de Fagerstrom, e a medida da carga tabágica (desfecho secundário) do participante. A pesquisa foi desenvolvida em um período de 30 dias nas dependências de um hospital universitário da cidade de Belo Horizonte/MG com uma população de 29 trabalhadores tabagistas. A análise dos dados foi realizada por meio do programa SPSS versão 21.0 e as mudanças nos níveis de dependência da nicotina e de carga tabágica no estudo foram avaliadas utilizando o teste de Wilcoxon emparelhado. As associações entre as variáveis categorizadas foram feitas por meio do teste qui-quadrado de Pearson. A efetividade dos óleos essenciais entre os grupos foi realizada pelo Teste de Mann-Whitney. Para todos os testes, foi fixado o nível de significância de 5%. RESULTADOS:
Os grupos aleatorizados foram semelhantes entre si na maioria das variáveis analisadas (p>0,05). Houve diminuição tanto da carga tabágica quanto no teste de dependência à nicotina após a intervenção com os óleos essenciais em ambos os grupos (p<0,05), com o grupo Angélica iniciando a pesquisa com um grau moderado de dependência no Teste de Fagerstrom e carga tabágica moderada, e ao final demonstrando uma baixa dependência e carga tabágica baixa. Da mesma maneira, o grupo Pimenta-preta exibiu uma baixa dependência de nicotina e carga tabágica baixa no teste inicial e após a intervenção, uma baixíssima dependência. Dois participantes do sexo masculino, cada um de um grupo avaliado, alcançou a abstinência. Não houve diferença significativa (p>0,05) no tamanho do efeito em relação ao tipo de óleo essencial utilizado. CONCLUSÃO:
Os óleos essenciais utilizados na pesquisa foram efetivos na redução da dependência da nicotina e na diminuição da carga tabágica dos sujeitos avaliados. Não houve diferença significativa entre o efeito dos OE do grupo controle em relação ao grupo experimental.
INTRODUCTION:
Smoking is considered a chronic nicotine addiction disease and a risk factor for serious illnesses such as cancer and cardiovascular disease, as well as being one of the main causes of preventable deaths worldwide. Tobacco control programs have achieved good results in recent decades, with a reduction in the number of smokers. However, drug and behavioral treatment is not 100% effective, with relapses and side effects for smokers. New challenges have been imposed following the COVID-19 pandemic, especially in the health sector, where concerns about the impact on workers' health have been highlighted. In this scenario, the importance of caring for those who have been most exposed to the harmful effects of this period has been verified, looking not only at the psychological disorders of this population, but also at promoting the quality of life of the worker, especially the worker who presents a health risk behavior, such as the smoking worker. Aromatherapy, an Integrative and Complementary Health Practice supported by evidence of clinical effectiveness in a wide range of clinical conditions, was proposed as an intervention for this group. OBJECTIVE:
To evaluate the effectiveness of aromatherapy on nicotine dependence in workers who smoke. METHOD:
A pilot, clinical, randomized, double-blind study using two essential oils, piper nigrum and angelica archangelica, by inhalation, in two groups of health workers, to evaluate the effect of these oils on levels of smoking dependence. The outcomes assessed were the level of nicotine dependence (primary outcome), measured using the Fagerstrom Test, and the measure of the participant's smoking load (secondary outcome). The study was carried out over a period of 30 days on the premises of a university hospital in the city of Belo Horizonte/MG with a population of 29 workers who were smokers. Data analysis was carried out using the SPSS program version 21.0 and changes in levels of nicotine dependence and smoking load in the study were assessed using the paired Wilcoxon test. Associations between the categorized variables were made using Pearson's chi-square test. The effectiveness of the essential oils between the groups was assessed using the Mann-Whitney test. A significance level of 5% was set for all tests. RESULTS:
The randomized groups were similar in most of the variables analyzed (p>0.05). There was a decrease in both smoking load and nicotine dependence after the intervention with essential oils in both groups (p<0.05), with the Angelica group starting the study with a moderate degree of dependence in the Fagerstrom test and moderate smoking load, and at the end showing low dependence and low smoking load. Similarly, the Black Pepper group exhibited a low nicotine dependence and low smoking load in the initial test and after the intervention, a very low dependence. Two male participants, each from an evaluated group, achieved abstinence. There was no significant difference (p>0.05) in effect size in relation to the type of essential oil used. CONCLUSION:
The essential oils used in the study were effective in reducing nicotine dependence and the smoking burden of the subjects evaluated. There was no significant difference between the effect of EOs in the control group and the experimental group.