Publication year: 2023
Estomias possuem a finalidade de minimizar problemas que desabilitam temporariamente ou permanentemente um segmento do organismo, buscando manter a função do órgão afetado por patologias ou traumas. As estomias e a pele periestomia podem apresentar complicações, o que requer dos profissionais preparo técnico-científico para lidar com essa condição de saúde. Diante disso, são necessárias novas propostas de ensino e de difusão de conhecimento acerca do manejo das complicações.
Objetivo:
Elaborar uma tecnologia para a avaliação e manejo das complicações tardias relacionadas às estomias intestinais, com vistas a orientar as condutas dos enfermeiros frente ao paciente adulto com complicações. Método:
Estudo de inovação tecnológica, desenvolvido em duas fases: na primeira, realizou-se uma revisão de escopo em bases de dados e sites especializados, cuja síntese e agregação dos dados possibilitou a elaboração do protótipo da tecnologia; a segunda, de testagem do protótipo e sua avaliação por quatro enfermeiras especialistas atuantes em um serviço de atendimento a pessoas com estomias. Após a sua utilização no serviço por 30 dias, a tecnologia foi avaliada quanto à aplicabilidade, conteúdo e aparência a partir de um questionário estruturado com o emprego de uma escala de Likert. Houve análise descritiva das respostas e das justificativas, a qual orientou a realização dos ajustes que originaram a versão final da tecnologia de cuidado-educação. Resultados:
Com base nos 34 documentos captados na revisão, foram elencadas as complicações tardias: Dermatite periestomia; Prolapsos; Granulomas; Estomia retraída/plana; Hérnia paraestomal; Estenose; Foliculite periestomia; Alterações intestinais; Sangramentos; Fístulas enterocutâneas, Descolamento mucocutâneo e Traumas/Lesão por pressão periestomia. As sínteses das definições, das características clínicas das complicações e dos seus principais cuidados originou o protótipo da tecnologia, denominado “Guia de cuidados: identificação e manejo das complicações tardias das estomias intestinais”. Na fase de avaliação pelas enfermeiras especialistas, as principais discordâncias das avaliadoras situaram-se na clareza do conteúdo, forma de organização das informações e
apresentação das complicações, bem como na aplicação de algumas condutas na prática.
A partir disso, foram realizados ajustes para facilitar a compreensão do usuário,
reorganização dos tópicos, melhorias na diagramação da tecnologia, substituição de
imagens e mudanças de condutas. Essas alterações resultaram na versão final da
tecnologia educativa. Conclusão:
O Guia de Cuidados tem potencial para auxiliar
enfermeiros generalistas a manejar complicações tardias de pacientes com estomias
intestinais de função eliminatória em diferentes contextos assistenciais e para reduzir os
impactos das mesmas sobre a sua qualidade de vida, contribuindo também para
minimizar as lacunas na formação/qualificação de enfermeiros sobre esse tema.