Conhecimentos e comportamentos de universitários sobre a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis: estudo de método misto
Knowledge and Behaviors of University Students on Prevention of Sexually Transmitted Infections: a mixed method study
Conocimientos y Comportamientos de Estudiantes Universitarios sobre Prevención de Infecciones de Transmisión Sexual: un estudio de método mixto
Publication year: 2022
Este estudo objetivou analisar os conhecimentos e as práticas sexuais de universitários sobre a prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) na perspectiva transcultural e de saúde e utilizou o delineamento de método misto, do tipo incorporada concomitante. Pesquisa realizada em duas universidades cariocas, na qual participaram jovens universitários sexualmente ativos (n=1.256) com idade entre 18 a 29 anos (etapa quantitativa) e 57 (etapa qualitativa). Foram utilizados dois instrumentos para a coleta de dados, um questionário com questões abertas e fechadas para caracterização sociodemográfica; perfil de conhecimento sobre as ISTs, práticas sexuais e de prevenção e um roteiro para os grupos focais abordando as práticas sexuais e de prevenção de ISTs. A coleta de dados ocorreu no período de 2016 a 2018, nos campi universitários. Os dados quantitativos foram organizados em uma planilha do software Excel 2016, e as análises, com auxílio do software Statistical Package for the Social Sciences. Foram aplicadas as análises descritivas uni e bivariada, testes não paramétricos (Anova para variáveis nominais e ordinais, teste qui-quadrado de Pearson e teste de hipóteses). Os dados discursivos foram organizados e analisados com apoio do software Interface de R Pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires. Foram respeitados todos os aspectos éticos e legais de pesquisas envolvendo seres humanos. Nos achados, verificou-se que a maioria dos estudantes eram homens (52,6%); idade entre 18 e 24 anos (82,7%); cor da pele branca (51,4%); solteiros (52,08%); heterossexuais (84,9%); residiam com os pais (70,85%); não trabalhavam (57,96%) e se consideravam praticantes religiosos (62%). O grau de conhecimento dos jovens universitários em relação às ISTs e suas estratégias preventivas não apresentou significância em relação aos marcadores sociais. Percebeu-se nos achados que os jovens universitários são possuidores de informações sobre a temática, contudo estas não se convertem em um saber útil capaz de modificar suas práticas sexuais, permeadas por múltiplos contextos de vulnerabilidades e adoção de Comportamentos Sexuais de Risco. Ao identificar as estratégias educativas para prevenção de ISTs dos estudantes universitários, na perspectiva transcultural de Madeleine Leininger, destaca-se que essas propostas devem ser problematizadas, contextualizadas e congruentes com as demandas de saúde sexual e reprodutiva do grupo. As ações educativas devem ser viabilizadas através de uma parceria entre as Instituições de Ensino Superior e os enfermeiros da Atenção Primária com enfoque inclusivo na perspectiva dos próprios estudantes, valorizando seus conhecimentos, experiências e indicadores sociais e, com possibilidade de incluir pais, familiares e parceiros(as) sexuais. Os comportamentos sexuais não seguros adotados pelos universitários foram associados aos marcadores sociais do grupo, evidenciando que estes influenciam as condutas sexuais adotadas por esses estudantes de forma interseccional e transcultural.
This study aimed to analyze the knowledge and sexual practices of university students on the prevention of Sexually Transmitted Infections (STIs) from a cross-cultural and health perspective and used a mixed method design, of the concomitant incorporated type. Research carried out in two universities in Rio de Janeiro, in which sexually active young university students (n=1,256) aged between 18 and 29 (quantitative stage) and 57 (qualitative stage) participated. Two instruments were used for data collection, a questionnaire with open and closed questions for sociodemographic characterization; knowledge profile about STIs, sexual practices and prevention and a roadmap for focus groups addressing sexual practices and STI prevention. Data collection took place from 2016 to 2018, on university campuses. Quantitative data were organized in an Excel 2016 spreadsheet, and the analyzes were performed using the Statistical Package for the Social Sciences software. Univariate and bivariate descriptive analyses, nonparametric tests (ANOVA for nominal and ordinal variables, Pearson's chi-square test and hypothesis test) were applied. The discursive data were organized and analyzed using the software Interface de R Pour les Analyzes Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires. All ethical and legal aspects of research involving human beings were respected. In the findings, it was found that most students were men (52.6%); age between 18 and 24 years (82.7%); white skin color (51.4%); single (52.08%); heterosexuals (84.9%); lived with their parents (70.85%); did not work (57.96%) and considered themselves religious practitioners (62%). The degree of knowledge of university students in relation to STIs and their preventive strategies was not significant in relation to social markers. It was noticed in the findings that university students possess information on the subject, however, this information does not become useful knowledge capable of modifying their sexual practices, permeated by multiple contexts of vulnerability and adoption of Risky Sexual Behaviors. When identifying educational strategies for the prevention of STIs for university students, from the transcultural perspective of Madeleine Leininger, it is emphasized that these proposals must be problematized, contextualized and congruent with the group's sexual and reproductive health demands. Educational actions must be made possible through a partnership between Higher Education Institutions and Primary Care nurses with an inclusive focus from the perspective of the students themselves, valuing their knowledge, experiences and social indicators and, with the possibility of including parents, family members and partners (as) sexual. The unsafe sexual behaviors adopted by university students were associated with the social markers of the group, evidencing that these influence the sexual behaviors adopted by these students in an intersectional and transcultural way.
Este estudio tuvo como objetivo analizar los conocimientos y prácticas sexuales de estudiantes universitarios sobre la prevención de las Infecciones de Transmisión Sexual (ITS) desde una perspectiva intercultural y de salud y utilizó un diseño de método mixto, del tipo concomitante incorporado. Investigación realizada en dos universidades de Río de Janeiro, en la que participaron jóvenes universitarias sexualmente activas (n=1.256) con edades entre 18 y 29 años (etapa cuantitativa) y 57 años (etapa cualitativa). Se utilizaron dos instrumentos para la recolección de datos, un cuestionario con preguntas abiertas y cerradas para la caracterización sociodemográfica; perfil de conocimientos sobre ITS, prácticas sexuales y prevención y hoja de ruta para grupos focales que aborden prácticas sexuales y prevención de ITS. La recolección de datos ocurrió de 2016 a 2018, en los campus universitarios. Los datos cuantitativos se organizaron en una hoja de cálculo de Excel 2016 y los análisis se realizaron con el software Statistical Package for the Social Sciences. Se aplicaron análisis descriptivos univariados y bivariados, pruebas no paramétricas (ANOVA para variables nominales y ordinales, prueba de chi-cuadrado de Pearson y prueba de hipótesis). Los datos discursivos fueron organizados y analizados utilizando el software Interface de R Pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires. Se respetaron todos los aspectos éticos y legales de la investigación con seres humanos. En los hallazgos se encontró que la mayoría de los estudiantes eran hombres (52,6%); edad entre 18 y 24 años (82,7%); color de piel blanca (51,4%); soltero (52,08%); heterosexuales (84,9%); vivía con sus padres (70,85%); no trabajaba (57,96%) y se consideraban practicantes de la religión (62%). El grado de conocimiento de los universitarios en relación a las ITS y sus estrategias preventivas no fue significativo en relación a los marcadores sociales. Se percibió en los hallazgos que los universitarios poseen información sobre el tema, sin embargo, esa información no se convierte en conocimiento útil capaz de modificar sus prácticas sexuales, permeadas por múltiples contextos de vulnerabilidad y adopción de Conductas Sexuales de Riesgo. Al identificar estrategias educativas para la prevención de ITS para estudiantes universitarios, desde la perspectiva transcultural de Madeleine Leininger, se enfatiza que estas propuestas deben ser problematizadas, contextualizadas y congruentes con las demandas de salud sexual y reproductiva del grupo. Las acciones educativas deben ser posibles a través de una alianza entre las Instituciones de Educación Superior y las enfermeras de Atención Primaria con un enfoque inclusivo desde la perspectiva de los propios estudiantes, valorando sus conocimientos, experiencias e indicadores sociales y, con la posibilidad de incluir a los padres, familiares y compañeros. (como) sexuales. Las conductas sexuales inseguras adoptadas por los estudiantes universitarios fueron asociadas a los marcadores sociales del grupo, evidenciando que estos influyen en las conductas sexuales adoptadas por estos estudiantes de forma interseccional y transcultural.