Avaliação da resposta ao acréscimo de estratégias de coping e resiliência na terapia cognitivo-comportamental em grupo para paciente com transtorno de pânico
Evaluación de respuesta a la adición de estrategias de coping y resiliencia en la terapia cognitivo-conductual en grupo para pacientes con trastorno de pánico

Publication year: 2018

O transtorno de pânico (TP) é uma condição crônica e recorrente, acompanhada por sintomas físicos e cognitivos que causam prejuízos à qualidade de vida e ao funcionamento psicossocial dos pacientes. Apesar do tratamento eficaz com medicamentos e terapia cognitivocomportamental (TCC), a recaída dos sintomas é frequente. A falha de enfrentamento ou coping de eventos estressores tem sido apontada como um gatilho desse desfecho. O protocolo atual de 12 sessões de TCC em grupo (TCCG) é específico para sintomas do TP, não abordando estratégias cognitivas de coping e de resiliência. O objetivo desta pesquisa foi o de avaliar a resposta em curto prazo ao acréscimo de estratégias de coping e de resiliência ao protocolo padrão de TCCG para o TP. Trata-se de um estudo de método misto, desenvolvido em duas etapas: primeiramente foi realizada uma pesquisa metodológica para o desenvolvimento e a avaliação da clareza de um protocolo com quatro sessões de TCCG, organizadas em um manual; a segunda etapa consistiu em um ensaio clínico controlado com pacientes com TP alocados aleatoriamente no grupo intervenção (TCCG padrão mais o acréscimo de quatro sessões de intervenções com técnicas cognitivas de estratégias de coping e resiliência) ou para o grupo controle (TCCG padrão). A gravidade dos sintomas do TP foi mensurada antes e depois da TCCG. Para identificar as estratégias de coping e de resiliência, foram aplicados o Inventário de Estratégias de Coping (IEC) e a Escala de Resiliência, respectivamente. A qualidade de vida (QV) foi avaliada pela WHOQOL-bref. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa de Hospital de Clínicas de Porto Alegre (nº 140379). Após a elaboração do manual, um grupo-piloto de sete pacientes avaliou as quatro sessões e contribuiu com sugestões para a versão final. Na sequência, realizou-se o ensaio clínico com 100 pacientes selecionados e alocados 50 para cada grupo. Um total de 36 (72%) do grupo intervenção e 29 (58%) do controle concluiu as sessões de TCCG. Observou-se que ambos os grupos apresentaram melhora significativa dos sintomas do TP ao longo do tempo em todas as medidas de desfecho, porém sem interação tempo*grupo. Após a TCCG, os sintomas de ansiedade (pgrupo=0,016), depressão (pgrupo=0,025) e uso de benzodiazepínicos (ptempo*grupo<0,001) foram significativamente menores no grupo intervenção do que no grupo controle. Houve mudança significativa positiva nas estratégias de coping mais adaptativas e em todos os domínios da qualidade de vida (ptempo<0,001), embora sem diferença entre os grupos. Exceto para o domínio meio ambiente o aumento foi significativo considerando-se a interação tempo*grupo (ptempo*grupo=0,027). A resiliência apresentou um aumento significativo após a TCCG no grupo intervenção (pgrupo=0,041), com interação tempo*grupo (ptempo*grupo=0,027). Portanto, confirmou-se a efetividade da TCCG para melhora dos sintomas do TP, e adicionar as sessões ao protocolo padrão de TCCG mostrou-se uma medida viável e efetiva para melhorar a capacidade de resiliência e de aspectos da qualidade de vida dos pacientes com TP. Contudo, são necessários estudos de seguimentos para que se verifique os efeitos da intervenção em desfechos do TP como recaída.
Panic disorder (PD) is a chronic, recurrent condition characterized by physical and cognitive symptoms that are harmful to patients’ quality of life (QOL) and psychosocial functioning. Despite the efficacy of drug treatment and cognitive-behavioral therapy (CBT), symptom relapse is common. Failure to cope with stressful events has been reported as a trigger for this outcome. The protocol with 12 sessions of cognitive-behavioral group therapy (CBGT) currently used for PD symptoms does not include coping and resilience strategies. This study aimed to assess short-term response to the addition of coping and resilience strategies to the standard CBGT protocol for PD.

This mixed methods research was conducted in two phases:

first, a methodological research was performed to develop and assess the clarity of a protocol with four CBGT sessions, organized in a handbook; second, a controlled trial was performed, in which patients with PD were randomly allocated to an intervention group (standard CBGT plus four sessions using cognitive techniques for coping and resilience) or a control group (standard CBGT). PD symptom severity was measured before and after CBGT. The Coping Strategies Inventory (CSI) and the Resilience Scale were used to identify coping and resilience strategies, respectively. QOL was assessed using the WHOQOL-bref. The study was approved by the Research Ethics Committee of the Hospital de Clínicas de Porto Alegre (protocol no. 140379). After the handbook was prepared, a pilot group of seven patients evaluated the four additional sessions and contributed with suggestions for the final version. The clinical trial was then conducted with 100 selected patients (50 patients in each group). Thirty-six (72%) patients in the intervention group and 29 (58%) controls completed the CBGT sessions. Both groups showed a significant improvement in PD symptoms in all outcome measures over time, but with no time*group interaction. After the CBGT sessions, anxiety symptoms (pgroup=0.016), depression (pgroup=0.025), and use of benzodiazepines (ptime*group<0.001) significantly decreased in the intervention group compared to the control group. There was a significant positive change in the more adaptive coping strategies and in all QOL domains (ptime<0.001), but with no between-group difference. Except for the environment domain, there was a significant increase considering time*group interaction (ptime*group=0.027). Resilience showed a significant increase after CBGT in the intervention group (pgroup=0.041), with time*group interaction (ptime*group=0.027). Therefore, the effectiveness of CBGT in improving PD symptoms was confirmed, and adding sessions to the standard CBGT protocol proved to be a feasible and effective measure to improve resilience and QOL aspects in patients with PD. However, follow-up studies are required to assess the effects of the intervention on PD outcomes such as relapse.
El trastorno de pánico (TP) es una condición crónica y recurrente, acompañada de síntomas físicos y cognitivos que perjudican la calidad de vida y el funcionamiento psicosocial del paciente. Pese al tratamiento eficaz con medicamentos y terapia cognitivo-conductual (TCC), la recurrencia de los síntomas es frecuente. La falla de afrontamiento o coping de eventos estresores ha sido apuntada como un disparador de este desenlace. El protocolo actual de 12 sesiones de TCC en grupo (TCCG) es específico para síntomas de TP y no trata de estrategias cognitivas de coping y de resiliencia. El objetivo de esta investigación fue evaluar la respuesta a corto plazo a la adición de estrategias de coping y de resiliencia al protocolo estándar de TCCG para TP. Se trata de un estudio con método mixto, desarrollado en dos etapas: primeramente, se realizó una investigación metodológica para el desarrollo y la evaluación da clareza de un protocolo con cuatro sesiones de TCCG, organizadas en un manual; la segunda etapa consistió en un ensayo clínico controlado con pacientes con TP asignados aleatoriamente al grupo intervención (TCCG estándar más cuatro sesiones de intervención con estrategias cognitivas de coping y resiliencia) o al grupo control (TCCG estándar). Se mensuró la gravedad de los síntomas de TP antes y después de la TCCG. Para identificar las estrategias de coping y de resiliencia, se aplicó el Inventario de Estrategias de Coping (IEC) e la Escala de Resiliencia, respectivamente. La calidad de vida (CV) se evaluó por la WHOQOL-bref. El estudio ha sido aprobado por el Comité de Ética en Investigación de Hospital de Clínicas de Porto Alegre (no. 140379). Tras la elaboración del manual, un grupopiloto de siete pacientes evaluó las cuatro sesiones y contribuyó con sugerencias para la versión final. A continuación, se realizó el ensayo clínico con 100 pacientes seleccionados y asignados en número de 50 para cada grupo. Un total de 36 (72%) pacientes del grupo intervención y 29 (58%) del grupo control concluyeron las sesiones de TCCG. Se observó que ambos grupos tuvieron una mejora significativa de los síntomas de TP a lo longo del tiempo en todas las medidas de desenlace, pero sin interacción tiempo vs. grupo. Tras la TCCG, los síntomas de ansiedad (pgrupo=0,016), depresión (pgrupo=0,025) y uso de benzodiazepínicos (ptiempo*grupo<0,001) fueron significativamente menores en el grupo intervención que en el grupo control. Hubo un cambio significativo positivo en las estrategias de coping más adaptativas y en todos los dominios de CV (ptiempo<0,001), pero sin diferencia entre los grupos. Excepto para el dominio medio ambiente, el aumento fue significativo, considerándose la interacción tiempo vs. grupo (ptiempo vs. grupo=0,027). La resiliencia presentó un aumento significativo tras la TCCG en el grupo intervención (pgrupo=0,041), con interacción tiempo vs. grupo (ptiempo vs. grupo=0,027). Así, se confirmó la efectividad de la TCCG para mejora de los síntomas de TP, y añadir las sesiones al protocolo estándar de TCCG se mostró una medida viable y efectiva para mejorar la capacidad de resiliencia y de aspectos de CV de los pacientes con TP. Sin embargo, son necesarios estudios de seguimiento para que se verifiquen los efectos de la intervención en desenlaces de TP como recurrencia.