Publication year: 2018
Introdução:
a inferência de diagnósticos de enfermagem (DE) relacionados à função respiratória é dificultada pela diversidade de diagnósticos relacionados a essa condição com causas e características definidoras (CD) similares. Conhecer o potencial preditor das CD para a inferência de um DE, contribui para a capacidade intuitiva do enfermeiro produzindo diagnósticos que representam com precisão o estado do paciente. Objetivo:
avaliar a acurácia das CD dos DE respiratórios Troca de gases prejudicada (TGP), Ventilação espontânea prejudicada (VEP) e Padrão respiratório ineficaz (PRI) em pacientes atendidos pelo time de resposta rápida (TRR). Método:
análise transversal, retrospectiva de 391 prontuários de pacientes atendidos pelo TRR com os gatilhos FR<8 e >35, SpO2 <90%. As CD foram inferidas a partir dos registros e então submetidas ao teste de sensibilidade, especificidade, valores preditivos (positivo e negativo) e acurácia. Resultados:
os 391 pacientes avaliados eram predominantemente do sexo masculino (53,7%), a média de idade foi de 62,4 anos (±16,6). O motivo da internação foi 84,6% clínico e 15,3% cirúrgico. As comorbidades mais prevalentes foram hipertensão arterial sistêmica (50,1%) e Diabetes Mellitus (30,9%). Em relação à hábitos pessoais 31,7% dos participantes eram fumantes ou fumantes em abstinência e 12,8% possuíam doença pulmonar obstrutiva crônica, destes 44% eram hipercápnicos (5,6% da amostra). O diagnóstico PRI foi o DE mais prevalente, presente em 153 (39,1%) pacientes, VEP esteve presente em 126 (32,2%) e TGP em 24 (6,1%) casos. O gatilho mais prevalente foi saturação de oxigênio<90% em 283 (72,4%) dos atendimentos. A enfermagem foi quem mais acionou o TRR em 333 (85,2%) casos. 135 (34,5%) pacientes internaram na unidade de terapia intensiva e 158 (40,4%) tiveram óbito hospitalar. Obteve-se uma baixa acurácia das CD isoladas em relação aos DE respiratórios. Somente as CD hipercapnia e sonolência apresentaram acurácia superior a 70% para TGP. Os agrupamentos de hipercapnia, taquicardia e dispneia; inquietação e uso aumentado da musculatura acessória mostraram-se com a melhor acurácia para os diagnósticos de TGP e VEP, respectivamente. Nenhuma das CD isoladas ou agrupadas mostraram boa acurácia com o diagnóstico PRI, apesar deste ter sido o DE mais prevalente na amostra. Conclusão:
este estudo demonstrou uma baixa acurácia das características definidoras isoladas em relação aos diagnósticos de enfermagem respiratórios elencados pelos enfermeiros na prática clínica. Obteve-se um aumento dos valores de acurácia quando estas características definidoras foram analisadas em conjunto.
Introduction:
the inference of nursing diagnoses (ND) related to respiratory function is difficult by the diversity of diagnoses related to this condition with similar causes and defining characteristics (DC). Knowing the potential predictors of DC for inference of an ND contributes to the intuitive capacity of the nurse producing diagnoses that accurately represent the patient’s condition. Objective:
to evaluate the accuracy of DC of ND related to respiratory function Impaired Gas Exchange (IGE), Impaired Spontaneous Ventilation (ISV) and Ineffective Breathing Pattern (IBP) in adults patients attended by the Rapid Response Team (RRT). Methods:
transversal, retrospective analysis of 391 medical records of patients treated by RRT with the triggers Respiratory rate (RR) <8 and> 35, oxygen saturation <90%. The DC were inferred from the records and then submitted to sensitivity, specificity, predictive values (positive and negative) and accuracy. Results:
the 391 patients evaluated were predominantly males (53.7%), mean age was 62.4 years (± 16.6). The reason for hospitalization was 84.6% clinical and 15.3% surgical. The most prevalent comorbidities were systemic arterial hypertension (50.1%) and Diabetes Mellitus (30.9%). In relation to personal habits, 31.7% of the participants were smokers or smokers in abstinence, and 12.8% had chronic obstructive pulmonary disease, of which 44% were hypercapnic (5.6% of the sample). The PRI diagnosis was the most prevalent ND present in 153 (39.1%) patients, ISV was present in 126 (32.2%) and IGE in 24 (6.1%) cases. The most prevalent trigger was oxygen saturation <90% in 283 (72.4%) of the sample. Nursing was the one that most triggered the RRT in 333 (85.2%) cases. 135 (34.5%) patients were admitted to the intensive care unit and 158 (40.4%) had a hospital death. There was a low accuracy of the isolated DC in relation to respiratory ND. Only the DC hypercapnia and somnolence presented an accuracy greater than 70% for IGE. The group of DC hypercapnia, tachycardia and dyspnea; restlessness and increased in accessory muscle use showed the best accuracy for the diagnoses of IGE and ISV, respectively. None of the DC isolated or grouped showed good accuracy with the IBP diagnosis, although this was the most prevalent ND in the sample. Conclusion:
this study demonstrated a low accuracy of the isolated defining characteristics in relation to the respiratory nursing diagnoses listed by nurses in clinical practice. There was an increase in accuracy values when these defining characteristics were analyzed together.
