Articulação de saberes e práticas acerca da infecção e prevenção do Papilomavírus humano: um estudo de representações sociais
Articulation of knowledge and practices about infection and prevention of human Papillomavirus: a study of social representations
Publication year: 2021
O presente estudo teve como objetivo geral analisar as representações sociais de graduandas de enfermagem sobre a infecção pelo papilomavirus humano (HPV) e as práticas de prevenção adotadas. Pesquisa descritiva, qualitativa, alicerçada na Teoria das Representações Sociais e emprego da abordagem processual. As participantes foram 30 graduandas do curso de enfermagem de uma universidade pública do município do Rio de Janeiro, matriculadas no sétimo e oitavos períodos, e sexualmente ativas.
Foram empregados dois instrumentos na coleta de dados:
um questionário e uma entrevista semiestruturada. Todos os procedimentos éticos de pesquisa envolvendo seres humanos foram respeitados, e todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados dos 30 questionários foram organizados, tabulados e analisados com emprego da estatística descritiva simples, com frequência absoluta e percentual. As informações discursivas das 30 entrevistas foram transcritas na íntegra e organizadas, em um arquivo no Software Microsoft Word 2007, e os dados analisados com emprego da técnica de análise de conteúdo, na modalidade temático-categorial. A caracterização das estudantes demonstra que tinham idades entre 21-24 anos (24); cor da pele autodeclarada branca (13); moravam com os pais (13); nunca trabalharam (20); renda mensal aproximada de R$ 500,00 (19); orientação religiosa católica (12); possuíam companheiro fixo (21) e se declararam heterossexuais (26). Em relação às práticas sexuais, tiveram a primeira relação sexual na faixa etária de 15-17 anos (17) e usaram preservativo na ocasião (23). As graduandas (17) informaram que usam “as vezes” o preservativo nas relações sexuais; e que “às vezes” negociam o uso com seus parceiros sexuais (13); seis estudantes relataram a ocorrência de IST, e dessas três informaram a infecção pelo HPV.A análise das entrevistas revelou cinco categorias:
1- Conhecimento das graduandas sobre a infecção pelo HPV; 2- Atitudes, sentimentos e imagens associados a infecção pelo HPV; 3- Conhecimentos, imagens e atitudes frente a prevenção do HPV; 4- Práticas de prevenção do HPV adotadas pelas graduandas de enfermagem e 5- Estratégias de enfrentamento pessoal e profissional frente a infecção pelo HPV. Os resultados denotam que a infecção pelo HPV apresenta grande impacto na saúde sexual das jovens investigadas, que a identificam como um importante e potencial fator oncogênico e a associam como precursora de tumores, especialmente o câncer de colo uterino. A representação social do grupo está ancorada nos sentimentos de medo, preocupação, vergonha, arrependimento, culpa e tristeza, associado ao preconceito e julgamento das estudantes. A maioria não se sente protegida contra o HPV, e assumem não fazer o uso contínuo do preservativo na prática do sexo oral, genital e anal, além de reconhecerem que esse método não é totalmente eficaz contra essa infecção. Costumam realizar o exame Papanicolau e os testes diagnósticos rápidos, buscam atendimento médico e de enfermagem, imunização com a vacina quadrivalente e o uso de preservativos, como ações necessárias para a prevenção. As graduandas salientaram, também, a importância do enfermeiro para o enfrentamento do HPV, com ações qualificadas que favoreçam a prevenção e controle desta infecção.
The present study aimed to analyze the social representations of nursing undergraduates about human papillomavirus (HPV) infection and the prevention practices adopted. Descriptive, qualitative research, based on the Theory of Social Representations and use of the procedural approach. The participants were 30 undergraduates of the nursing course of a public university in the city of Rio de Janeiro, enrolled in the seventh and eighth periods, and sexually active.