Fatores associados à cobertura vacinal infantil no Brasil e unidades da federação

Publication year: 2023

RESUMO VIEIRA, Alessandra Magela dos Santos. Fatores associados à cobertura vacinal infantil no Brasil e Unidades da Federação. 2023. 91 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão de Serviços de Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2023. A vacinação evita doenças imunopreveníveis, promove o bem-estar na saúde geral da população e, atrelada às melhorias nas condições de vida, resulta na diminuição da morbimortalidade infantil. A imunização no Brasil busca manter os altos índices de cobertura vacinal por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), criado em 1973, gratuito e universal. Este estudo teve como objetivo analisar os fatores socioeconômicos e demográficos associados a uma menor cobertura, considerando o Brasil e as Unidades Federativas. Como objetivos específicos, estimou-se a cobertura em menores de cinco anos, no período de 2011 a 2022, para as vacinas: BCG, Hepatite B, Meningite C, Rotavírus, Pentavalente, Pneumocócica10, Vacina Inativada da Poliomielite, Hepatite A, Poliomielite Oral; comparou-se a cobertura vacinal entre as Unidades Federativas para imunobiológicos específicos (Rotavírus, Pentavalente, Pneumocócica 10 e Pneumocócica 10 1º reforço) em 2019. Metodologicamente, tratou-se de um estudo ecológico e analítico, de corte transversal e abordagem quantitativa, utilizando-se como fontes de dados: o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI PNI), Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (2022), Pesquisa Nacional de Saúde (2019),Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (2019) e Suframa (2019). Na análise dos dados utilizaram-se estatísticas descritivas como medidas de tendência central e variabilidade, além da correlação de Pearson e Spearman. Os resultados apontaram a crítica situação da cobertura vacinal infantil no país que apresentou a maior redução nas taxas de cobertura a partir de 2016 e, desde 2019 nenhuma vacina alcançou a meta de cobertura recomendada, ocorrendo um agravamento da cobertura vacinal nos períodos pandêmico (2020) e pós-pandêmico. As vacinas de primeiro e segundo reforços, assim como a vacina da Hepatite B em crianças com até 30 dias, nunca atingiram a meta de cobertura vacinal no período analisado, 2011 a 2022. Os estados com a pior cobertura dos imunobiológicos Rotavírus, Pentavalente, Pneumocócica 10 e Pneumocócica 1º reforço em 2019 foram: Rio de Janeiro, Pará e Amapá. Nesse ano, não houve o alcance da meta da cobertura vacinal desses imunobiológicos específicos no país e a vacina Pentavalente (indicador de acesso aos serviços de saúde) obteve o pior índice de cobertura. A taxa de mortalidade infantil , o Índice de Gini e a taxa de desemprego foram as variáveis que tiveram associação com a cobertura vacinal de imunobiológicos específicos. Como conclusão, verificou-se que os anos de 2016, 2020 e 2021 tiveram taxas de cobertura vacinal defasadas, coincidindo com crises na política e na economia do país, além da pandemia da COVID-19. Em 2021, pior ano da cobertura vacinal infantil no país e em 2022, houve indícios de uma incipiente recuperação nas taxas de cobertura. A compreensão de fatores associados à cobertura vacinal, incluindo as taxas de mortalidade infantil, de desemprego e o Índice de Gini, é crucial para a implementação de políticas públicas eficazes para a promoção da vacinação infantil. Palavras-chave: cobertura vacinal; crianças; fatores socioeconômicos e demográficos associados; Brasil.
ABSTRACT VIEIRA, Alessandra Magela dos Santos. Factors associated with childhood vaccination coverage in Brazil and Federation Units. 2023. 91 p. Dissertation (Professional Master's Degree in Health Services Management) - School of Nursing, Federal University of Minas Gerais, Belo Horizonte, 2023. Vaccination prevents vaccine-preventable diseases, promotes well-being in the general health of the population and, linked to improvements in living conditions, results in a decrease in childhood morbidity and mortality. Immunization in Brazil seeks to maintain high vaccination coverage rates through the National Immunization Program (PNI), created in 1973, free and universal. This study aimed to analyze the socioeconomic and demographic factors associated with lower coverage, considering Brazil and the Federative Units. As specific objectives, the coverage in children under five years of age was estimated, from 2011 to 2022, for the following vaccines: BCG, Hepatitis B, Meningitis C, Rotavirus, Pentavalent, Pneumococcal 10, Inactivated Polio Vaccine, Hepatitis A, Oral Polio; the vaccination coverage was compared between the Federative Units for specific immunobiologicals (Rotavirus, Pentavalent, Pneumococcal 10 and Pneumococcal 10 1st booster) in 2019. Methodologically, this was an ecological and analytical study, with a cross-sectional and quantitative approach, using as data sources: the National Immunization Program Information System (SI PNI), Atlas of Human Development in Brazil (2022), National Health Survey (2019), Continuous National Household Sample Survey (2019) and Suframa (2019). Descriptive statistics were used to analyze the data, such as measures of central tendency and variability, in addition to Pearson and Spearman correlation. The results indicated the critical situation of childhood vaccination coverage in the country, which showed the greatest reduction in coverage rates since 2016 and, since 2019, no vaccine has reached the recommended coverage target, with a worsening of vaccination coverage during the pandemic (2020) and post-pandemic periods. The first and second booster vaccines, as well as the Hepatitis B vaccine in children up to 30 days old, never reached the vaccination coverage target in the period analyzed, 2011 to 2022. The states with the worst coverage of the immunobiologicals Rotavirus, Pentavalent, Pneumococcal 10 and Pneumococcal 1st booster in 2019 were: Rio de Janeiro, Pará and Amapá. This year, the vaccination coverage target for these specific immunobiologicals was not achieved in the country, and the Pentavalent vaccine (an indicator of access to health services) had the worst coverage rate. The infant mortality rate, the Gini Index, and the unemployment rate were the variables that were associated with the vaccination coverage of specific immunobiologicals. In conclusion, it was found that the years 2016, 2020, and 2021 had lagging vaccination coverage rates, coinciding with crises in the country's politics and economy, in addition to the COVID-19 pandemic. In 2021, the worst year for childhood vaccination coverage in the country, and in 2022, there were signs of an incipient recovery in coverage rates. Understanding factors associated with vaccination coverage, including infant mortality rates, unemployment rates, and the Gini Index, is crucial for the implementation of effective public policies to promote childhood vaccination.

Keywords:

vaccination coverage; children; associated socioeconomic and demographic factors; Brazil.