Publication year: 2018
Introdução:
A alta hospitalar é um momento de vulnerabilidade para os pacientes, pois podem ocorrer mudanças no tratamento clínico, principalmente em pacientes com doenças crônicas que necessitam de cuidados contínuos. A transição do cuidado é uma importante estratégia para realizar a continuidade do cuidado desses pacientes. Objetivo:
Analisar a transição do cuidado de pacientes com doenças crônicas não transmissíveis na alta de unidades de internação clínica para o domicílio. Método:
Estudo epidemiológico, observacional e transversal. A amostra foi composta por 210 pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, que possuíam doenças crônicas não transmissíveis e que tiveram alta das unidades de internação clínica para o domicílio. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação do instrumento Care Transitions Measure-15 Brasil, por contatos telefônicos. Para a análise das respostas do instrumento foi atribuída uma pontuação para cada item. A média final da soma dos instrumentos foi transformada em um escore de 0 a 100, quanto maior a pontuação média do instrumento, melhor é a transição do cuidado. Nos testes estatísticos foi utilizada uma margem de erro de 5% (p≤0,05) e nível de confiança de 95%. Resultados:
Os pacientes responderam a 67,1% das entrevistas e os cuidadores participaram de 42,9%. Houve prevalência do sexo masculino (52,4%), média de idade de 60,9 anos (±15,0) e baixa escolaridade. Dos participantes do instrumento, 12,3% reinternaram em até 30 dias após a alta hospitalar. Destaca-se que 30,8% internaram pelo mesmo motivo da internação anterior e 61,5% internaram pela doença inserida no mesmo grupo de doença crônica. A qualidade da transição do cuidado foi de 74,7 pontos, considerada como moderada. O fator com média mais baixa foi o referente a assegurar as preferências dos pacientes para decidirem seus cuidados. Já o fator com melhor média foi o referente ao plano de cuidado, como a entrega de um plano de alta e agendamento de consultas de acompanhamento após a alta. No entanto, os itens deste fator obtiveram as maiores taxas de esquecimento quanto ao recebimento dessas informações. Destaca-se a baixa média quanto ao entendimento dos efeitos colaterais dos medicamentos de uso contínuo e sobre as informações recebidas dos sinais e sintomas de alerta da doença. Não foram identificadas associações entre a qualidade da transição do cuidado com as variáveis demográficas, clínicas dos pacientes e com reinternações em até 30 dias. Conclusões:
A qualidade da transição do cuidado foi considerada moderada, no entanto ainda há aspectos importantes que necessitam de aprimoramento, como as informações prestadas aos pacientes e familiares, principalmente sobre as medicações, além de promover a inserção dos pacientes nas decisões do tratamento. Assim, faz-se importante superar desafios diários para proporcionar uma melhor continuidade dos cuidados durante transições do hospital para o domicílio.
Introduction:
Patients are often at a vulnerable state at the moment of hospital discharge because of possible changes in their clinical treatment, especially for those who require continuity of care. The transition of care is an important strategy to ensure continuity of care to these patients. Objective:
To analyze the transition of care for patients with chronic noncommunicable diseases during discharge from clinical units to home. Method:
Epidemiological, observational and cross-sectional study. The sample consisted of 210 patients aged 18 years or older who had chronic noncommunicable diseases and were discharged from clinical units to home. Data were collected through the administration of the Brazilian version of the 15-item Care Transitions Measure tool by telephone. For the analysis, a score was assigned to each item. The final mean of the sum of the response scores was transformed into a 0-100 score: the higher the mean score of the tool, the more effective the care transition. A margin of error of 5% (p≤0.05) and a confidence level of 95% were used in the statistical tests. Results:
The patients answered 67.1% of the interviews and the caregivers participated in 42.9% of them. There was a prevalence of males (52.4%), with a mean age of 60.9 years (± 15.0) and low educational level. Of the total participants, 12.3% were readmitted within 30 days after discharge. It should be noted that 30.8% of them were readmitted for the same condition that led to their original hospitalization and 61.5% were readmitted to treat a condition of the same group of chronic diseases. The quality of care transition was moderate (74.7 points). The factor that obtained the lowest mean concerned respecting the patients’ right to decide about their care. On the other hand, the factor with the highest mean was related to the care plan, such as the delivery of a discharge plan and follow-up appointments after discharge. However, the items of this factor obtained the highest incidence rates of forgetfulness regarding the availability of such information. No associations were identified between the quality of care transition and the demographic and clinical variables of the patients. Conclusions:
The quality of care transition was considered moderate, but there are still important aspects that need to be improved such as those regarding the information provided to patients and their families, especially about medication, and ensuring the patients’ rights to make decisions about their medical treatment options. Thus, providing continuity of care to patients during transitions from hospital to home involves a daily process of overcoming obstacles.
Introducción:
El alta hospitalario es un momento de vulnerabilidad para los pacientes, ya que es posible que ocurran cambios en el tratamiento clínico, principalmente en pacientes con enfermedades crónicas que necesitan de cuidados continuos. La transición del cuidado es una importante estrategia para la continuidad del cuidado de esos pacientes. Objetivo:
Analizar la transición del cuidado de pacientes con enfermedades crónicas no transmisibles en el alta de unidades de internación clínica para el domicilio. Método:
Estudio epidemiológico, observacional y transversal. La muestra se compuso por 210 pacientes de edad igual o superior a 18 años con enfermedades crónicas no transmisibles y que tuvieron alta de las unidades de internación clínica para el domicilio. La colecta de los datos se realizó a través de la aplicación del instrumento Care Transitions Measure-15 Brasil por contactos telefónicos. Para el análisis de las respuestas del instrumento, se indicó una puntuación para cada ítem. Se convirtió la media final de la suma de los instrumentos en un score de 0 a 100, así, cuanto mayor la puntuación media del instrumento, mejor la transición del cuidado. En los testes estadísticos fue utilizado un margen de error de 5% (p≤0,05) y nivel de confianza de 95%. Resultados:
Los pacientes contestaron a 67,1% de las entrevistas y los cuidadores participaron de 42,9%.Hubo prevalencia del sexo masculino (52,4%), media de edad de 60,9 años (±15,0) y bajo nivel de escolaridad. De los participantes del instrumento, 12,3% fueron reinternados en hasta 30 días después del alta hospitalario. Se destaca que 30,8% tuvieron reinternaciónes por el mismo motivo de la internación anterior y 61,5% por enfermedad del mismo grupo de enfermedad crónica. La cualidad de la transición del cuidado fue de 74,7 puntos, considerada como moderada. El factor con media más baja fue aquél referente a garantizar las preferencias de los pacientes para decidir sus cuidados. Ya el factor con mejor media fue el referente al plan de cuidado, como la entrega de un plan de alta y agendamiento de consultas de acompañamiento después del alta. Sin embargo, los ítems de este factor obtuvieron las mayores tajas de olvido en cuanto al recibimiento de esas informaciones. Se destaca la media baja acerca del entendimiento de los efectos colaterales de los medicamentos de uso continuo y sobre las informaciones obtenidas de las señales y síntomas de alerta de la enfermedad. No se identificaron asociaciones entre la cualidad de la transición del cuidado con las variables demográficas y clínicas de los pacientes. Conclusiones:
La cualidad de la transición del cuidado fue considerada moderada, pero todavía hay aspectos importantes que necesitan de perfeccionamiento, como las informaciones dadas a los pacientes y familiares, principalmente sobre las medicaciones, además de promover la inserción de los pacientes en las decisiones del tratamiento. Así, es importante superar desafíos diarios para proporcionar una mejor continuidad de los cuidados durante transiciones del hospital para el domicilio.