Publication year: 2023
Introdução:
O bem-estar laboral é um conceito complexo, não havendo consenso em relação à sua definição. Existe uma aproximação a um funcionamento positivo da pessoa, através de
experiências positivas, estando relacionado com um estado de felicidade e contentamento,
baixos níveis de angústia e saúde física e mental intacta.
Um ambiente da prática de enfermagem favorável otimiza a saúde e o bem-estar laboral dos
enfermeiros, otimizando a qualidade dos resultados, o desempenho da organização e a
satisfação dos utentes. O enfermeiro gestor tem uma grande influência no ambiente da prática de enfermagem e é responsável pela promoção do bem-estar laboral junto às equipas que lidera.
Objetivos:
avaliar o bem-estar laboral dos enfermeiros em contexto hospitalar. Especificamente pretende-se: analisar os níveis de bem-estar laboral dos enfermeiros do hospital em estudo; identificar a relação entre o nível de bem-estar laboral e os fatores sociodemográficos e profissionais; identificar o nível de bem-estar laboral dos enfermeiros dos diferentes serviços do hospital.
Métodos:
Foi realizado um estudo quantitativo, descritivo e transversal num Hospital na área
metropolitana de Lisboa, recorrendo a uma amostra não probabilística. Foi aplicado um
questionário com uma escala de avaliação de bem-estar laboral, com 10 itens, de Carochinho (2016), que permite analisar a satisfação e determinadas características do trabalho.
Resultados:
Participaram um total de 190 enfermeiros, com idades compreendidas entre os 22 e os 65 anos, mínimo de 2 meses e máximo de 27 anos de trabalho. O valor médio de bem-estar foi de 3,8 (DP = 0,6) o que significa que os enfermeiros quase sempre experienciam bem-estar laboral. Foram avaliadas correlações entre as variáveis sociodemográficas e profissionais e o bem-estar laboral, tendo sido encontradas correlações estatisticamente significativas entre o bem-estar laboral e as habilitações académicas e o bem-estar laboral e o serviço onde os enfermeiros exercem funções. Os serviços onde o nível médio de bem-estar laboral é mais elevado é o de Neonatologia e onde é mais baixo o de Medicina III e Neurologia. Os enfermeiros referem como principais implicações para o seu bem-estar itens como a liderança, condições físicas hospitalares e a comunicação com a equipa multidisciplinar.
Conclusão:
Conclui-se que o bem-estar laboral é um tema fundamental para prática de
enfermagem. Melhorar o bem-estar laboral dos enfermeiros irá permitir melhorar a qualidade e segurança dos cuidados aos utentes e consequentemente otimizar as práticas das
organizações. São necessários mais estudos sobre a temática para futuras comparações.
Introduction:
Well-being at work is a complex concept, with no consensus regarding its definition. There is an approximation to a positive functioning of the person, through positive experiences, being related to a state of happiness and contentment, low levels of distress and intact physical and mental health.
A positive nursing practice environment optimizes the health and well-being at work of nurses, optimizing the quality of outcomes, organizational performance and patient satisfaction. The nurse manager has a great influence on the nursing practice environment and is responsible for promoting well-being at work among the teams he leads.
Objectives:
to evaluate the well-being at work of nurses in a hospital. Specifically, it is intended to: analyze the levels of well-being at work among nurses at the hospital; identify the relationship between the level of well-being at work and sociodemographic and professional factors; identify the level of well-being at work of nurses working in different hospital services.
Methods:
A quantitative, descriptive and cross-sectional study was carried out in a Hospital in the Lisbon metropolitan area, using a non-probabilistic sample. A questionnaire was applied with a well-being at work, by Carochinho (2016), which allows analyzing satisfaction and some work characteristics.
Results:
A total of 190 nurses participated, aged between 22 and 65 years, minimum of 2 months and maximum of 27 years of work. The mean value for well-being at work was 3.8 (SD = 0.6) which means that nurses always experience well-being at work. There are statistically significant correlations between work well-being and academic qualifications, and work well-being and the service where nurses work. The services where the average level of well-being is highest is Neonatology and lowest are Medicine III and Neurology. Nurses refer to items such as leadership, hospital physical conditions and communication with the multidisciplinary team as the main implications for their well-being at work.
Conclusion:
It is concluded that well-being at work is a fundamental theme for nursing practice. Improving the well-being at work of nurses will improve the quality and safety of care for users and consequently optimize the practices of organizations. More studies on the subject are needed for future comparisons.