A maternidade tardia: cuidado do enfermeiro obstetra na deteção da depressão pós-parto
Publication year: 2023
A experiência da maternidade tem sofrido, ao longo das últimas décadas, mudanças importantes, verificando-se, atualmente, um aumento significativo do número de gravidezes em mulheres com mais de 35 anos (Graça, 2017). A idade materna média, no nascimento do primeiro filho, em Portugal, tem vindo a aumentar nos últimos anos.
As alterações psicológicas durante o puerpério são resultantes da reversão das adaptações maternas à gravidez, alterações hormonais, mudanças a nível familiar e social, adoção de um novo papel de grande responsabilidade e reorganização, aceitação da nova imagem e também dos traumatismos do parto (Néné et. al, 2016).
O referencial teórico que guiou este trabalho foi o modelo de Afaf Meleis:
a Teoria das Transições. O presente relatório tem como objetivo geral refletir sobre as atividades desenvolvidas nos diferentes contextos de estágio, que possibilitaram o desenvolvimento e aprendizagem de competências científicas, técnicas e específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna Obstétrica. Para poder responder à questão “Quais as intervenções do enfermeiro obstetra na deteção da depressão pós-parto em mães primíparas após os 35 anos?”, foi elaborada uma Revisão Scoping (RS), de acordo com as orientações do Joanna Briggs Institute. Foi ainda elaborado um instrumento de colheita de dados, sobre a forma de questionário, aplicado a puérperas primíparas, com mais de 35 anos de idade e cujos filhos tivessem entre 4 semanas e 1 ano de idade à data do preenchimento do questionário. Os resultados obtidos indicam que há fatores de risco predisponentes para o desenvolvimento de depressão pós-parto, bem como fatores protetores. Consideram que a promoção para a saúde é uma abordagem correta para a identificação destes fatores. Das 19 mães que responderam ao questionário, 6 delas (31,6%), revelam um score positivo para o risco de desenvolvimento de depressão pós-parto e ainda 4 mães (21%) com score borderline, o que significa que mais de 50% das inquiridas apresenta um risco considerável de desenvolver depressão pós-parto. A reflexão sobre os resultados da RS e do questionário permitirá a translação da melhor e mais recente evidência científica para a prática clínica.
Over the last decades, the experience of motherhood has undergone important changes, with a significant increase in the number of pregnancies among women aged over 35 years (Graça, 2017). The average maternal age at the birth of the first child, in Portugal, has been increasing in recent years.
The psychological changes during the puerperium result from the reversal of maternal adaptations to pregnancy, hormonal changes, family and social changes, adoption of a new role of great responsibility and reorganization, acceptance of the new image, the traumas of childbirth (Néné et. al., 2016). The theoretical framework that guided this study was Afaf Meleis' model: the Transitions Theory.
This report aims to reflect on the activities developed in the different internship contexts, which enabled the development and learning of scientific, technical and specific skills of the Specialist Nurse in Maternal and Obstetric Health Nursing.
To answer the question "What are the obstetric nurse's interventions in the detection of postpartum depression in primiparous mothers after the age of 35?", a Scoping Review (SR) was developed, according to the guidelines of the Joanna Briggs Institute. A questionnaire was also developed to collect data from primiparous mothers over 35 years of age, whose children were between 4 weeks and 1 year old at the time of completing the questionnaire. The results obtained indicate that there are predisposing risk factors for the development of postpartum depression, as well as protective factors.
They consider that health promotion is a correct approach to identify these factors. Of the 19 mothers who answered the questionnaire, 6 of them (31.6%), show a positive score for the risk of developing postpartum depression and 4 mothers (21%) with a borderline score, which means that more than 50% of the respondents have a considerable risk of developing postpartum depression.
Reflection on the results of the SR and the questionnaire will allow the translation of the best and most recent scientific evidence into clinical practice.