Publication year: 2021
Objetivo Geral:
desenvolver com a participação de um grupo de interesse, diretrizes baseadas em evidências, de abordagem à criança vulnerável aos transtornos respiratórios relacionados às queimadas sazonais na Amazônia, para utilização da enfermagem na rede de atenção básica. Método:
adotou-se o modelo conceitual do conhecimento à ação de tradução do conhecimento integrado. Desse modelo, aplicou-se o ciclo da criação em três etapas: investigação do conhecimento na pesquisa de campo; sÃntese do conhecimento na revisão de melhores evidências e a elaboração de uma ferramenta (livro de casos) com narrativas reais de famÃlias e enfermeiros com diretrizes de boas práticas nos transtornos respiratórios nas emergências climáticas, construÃdo de maneira participativa e avaliada por enfermeiros e gestores em saúde a partir da ferramenta AGREE-HS. O grupo de interesse foi composto por 25 participantes:
15 familiares de crianças na primeira infância, 04 enfermeiros (as) da atenção básica e 06 gestores (as) em saúde em 08 encontros grupais cuja dinâmica ‘árvore do conhecimento’ foi aplicada separadamente. Resultados:
os incêndios florestais amazônicos sazonais, determinam emergências climática e ambiental que pressionam a demanda de atendimento com barreiras para a coordenação do cuidado na unidade básica de saúde. Mas, o manejo dos transtornos respiratórios infantis pela equipe de saúde da famÃlia da rede de atenção básica se fundamenta mais em princÃpios biomédicos da atenção primária do que os princÃpios da integralidade da Estratégia Saúde da FamÃlia. Na ressignificação dos interdiscursos, os participantes revelam formações ideológicas acrÃticas sobre os efeitos do fogo como desencadeadores de incêndios como capazes de gerar transtornos respiratórios na primeira infância. Portanto, essa visão acrÃtica sobre os determinantes ambiental, social e biológicos agravam as vulnerabilidades individuais, coletivas e programática da saúde infantil com limites para a resolutividade na interface de dois modelos assistenciais (biomédico e integralidade) em constante tensão. A vulnerabilidade infantil à exposição ambiental é uma problemática de saúde planetária e a ferramenta proposta ‘Livro de Casos’ para a enfermagem, traduz conhecimentos resolutivos, por contribuir para o aumento da eficiência dos sistemas de saúde e a satisfação dos usuários com a qualidade dos serviços. O desafio desta tradução está em preencher a lacuna da evidência, com polÃticas e práticas profissionais. Considerações finais:
é imperativo desenvolver uma consciência de saúde planetária no enfrentamento de iniquidades em saúde e a resiliência dos sistemas de saúde e populações sobre a saúde ambiental em emergências climáticas. Há potencial na estratégia de saúde da famÃlia para a minimização de internações por causas sensÃveis à atenção primária e o enfermeiro, como essencial para a construção do vÃnculo na primeira infância de modo autônomo e seguro. Espera-se que a ferramenta contribua com o fortalecimento da atenção básica e o enfrentamento das internações por doenças sensÃveis a atenção primária, a partir do momento em que podem ser desenvolvidas habilidades e estratégias que previnam a ocorrência, complicações e mortes por transtornos respiratórios sazonais.
General Objective:
To develop, with the participation of an interest group, evidence-based guidelines for approaching children vulnerable to respiratory disorders related to seasonal fires in the Amazon for the use of nursing in primary care. Method:
The conceptual model of knowledge-to-action of integrated knowledge translation was adopted. From this model, the creation cycle was applied in three stages: knowledge inquiry in field research; knowledge synthesis of the state-of-art review searching for the best evidence; and, knowledge tool, the elaboration of a case book. That tool tailored family members' and nurses' narratives with the best evidence available in a format of guidelines to intervene in respiratory disorders during climatic emergencies. The entire process was conducted through a participatory approach and evaluated by nurses and health managers by the AGREE-HS tool. The stakeholders consisted of 25 participants, including 15 family members, four primary healthcare nurses, and six health managers. The participants of knowledge inquiry fieldwork were organized into eight groups that attended to the creative, sensitive dynamic named 'tree of " knowledge." Results: seasonal Amazonian forest fires determine climatic and environmental emergencies that pressure the demand for care with barriers to care coordination in the primary health unit. However, the management of children's respiratory disorders by the family health team of the primary care network is based more on biomedical principles of primary care than on the principles of the integrality of the Family Health Strategy. The interdiscourses meaning that the participants reveal uncritical ideological formations about the effects of fire as fire triggers capable of generating respiratory disorders in early childhood. Therefore, their uncritical vision of the environmental, social, and biological determinants of health aggravates children of health vulnerabilities individual, collective and programmatic. Consequently, it limits resolution at the interface of two care models (biomedical and comprehensiveness) in constant tension. Child vulnerability to environmental exposure is a planetary health problem. The proposed tool 'Case Book' for nursing translates problem-solving knowledge. It contributes to increasing the efficiency of health systems and users' satisfaction with the quality of services. The challenge remains in applying knowledge translated to fill the gap between evidence, professional policies, and practices. Final considerations:
The awareness of planetary health in the face of health inequities and the resilience of health systems and populations on environmental health issues in climatic emergencies are considered imperative. There is potential in the family health strategy to minimize hospitalizations for causes sensitive to primary care and the nurse, as essential for building the bond in early childhood autonomously and safely. It is expected that the Case Book guidelines can contribute to strengthening primary healthcare services and confronting hospitalizations for diseases that are sensitive to primary healthcare intervention. During the seasonal increase of respiratory disorders among children, strategies recommended by the guideline can be developed to prevent or reduce the occurrence, complications, and deaths.