Sentidos da violência de gênero online por jovens universitários de Enfermagem e suas repercussões na saúde sexual e reprodutiva

Publication year: 2022

INTRODUÇÃO:

o estudo tem como objeto as representações sociais da violência de gênero online por jovens universitários de enfermagem e suas repercussões na saúde sexual e reprodutiva.

OBJETIVOS:

a) Descrever os conteúdos e sentidos atribuídos ao conceito de violência de gênero online pelos jovens universitários do curso de enfermagem; b) Analisar as representações sociais da violência de gênero online por jovens universitários do curso de enfermagem e suas repercussões na saúde sexual e saúde reprodutiva; c) Propor estratégias aplicáveis pela enfermagem aos estudantes universitários, que contribuam no manejo de situações de violência de gênero online, visando à promoção da saúde sexual e saúde reprodutiva deste grupo populacional.

METODOLOGIA:

estudo do tipo exploratório com abordagem qualitativa e descritiva, desenvolvido com a aplicação da teoria e método das Representações Sociais de Serge Moscovici, considerando as abordagens estrutural e processual. Os participantes da pesquisa foram 129 jovens universitários do curso de enfermagem, com idades entre 17 e 28 anos. O campo de pesquisa foi o Instituto de Enfermagem localizado no Centro Multidisciplinar UFRJ-Macaé. A produção de dados se deu por meio de três técnicas distintas, sendo elas: o questionário socioeconômico e demográfico online construído no Google Docs., o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP) que adotou o termo indutor “violência de gênero na internet” e o Grupo de Discussão com aplicação da técnica projetiva Photovoice. A análise dos dados do questionário se deu por frequência simples segundo o programa Excel, versão 2016. Em relação aos dados do TALP, utilizou-se o software EVOC e o corpus oriundo dos Grupos de discussão foi processado pelo software IRAMUTEQ segundo a Classificação Hierárquica Descendente com 76,54% de aproveitamento. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio de Janeiro- Campus Macaé, com aprovação sob nº 4.505.512.

RESULTADOS:

o estudo contou com a participação de 110 jovens do sexo feminino e 19 jovens do sexo masculino.

As redes sociais mais acessadas para atividades em geral são:

Instagram, Youtube e Facebook. Os jovens participantes acessam a internet todos os dias, durante 3 a 4h. A estrutura e organização da representação social dos jovens sobre a violência de gênero online estão centralizadas no preconceito e no machismo. No que tange à abordagem processual, dois grandes blocos foram construídos. O primeiro se trata dos Conteúdos e sentidos da violência de gênero online, no qual se encontra a classe “Enredo da violência de gênero online”. O segundo bloco foi nomeado Elementos constituintes da concretude da violência de gênero online e fazem parte as classes temáticas “Grupos elegíveis para a violência de gênero online: do agressor às vítimas”, “A violência de gênero e a transferência do real para o virtual: reflexos de uma sociedade machista”, “Comportamentos diante da violência de gênero online” e “A violência de gênero online: da dimensão afetiva à dimensão atitudinal”. A partir da triangulação de métodos, fez-se necessária a construção do campo de representação social.

CONCLUSÃO:

A violência de gênero foi ancorada nas desigualdades de gênero, objetivada pelo machismo e preconceito. Há uma função identitária de grupos vulneráveis, sobretudo as mulheres, com implicações mais graves às adolescentes e crianças. Assim como há identificação de grupos promotores da violência de gênero online, objetivado pelo homem “Hétero top”. Defende-se, portanto, a tese que os jovens universitários de enfermagem elaboram e interpretam sentidos à violência de gênero no cotidiano de vida, interferindo em processos de comunicação, interação, socialização, incluindo também sua saúde mental, sexual e reprodutiva de quem vivência esse tipo de violência.

INTRODUCTION:

The study focuses on the social representations of online gender violence by young nursing students and their repercussions on sexual and reproductive health.

OBJECTIVES:

a) To describe the contents and meanings attributed to the concept of online gender violence by young university students in the nursing course; b) To analyze the social representations of online gender violence young university students in the nursing course and its repercussions on sexual and reproductive health; c) Propose strategies applicable by nursing to university students, which contribute to the management of situations of online gender violence, aiming at promoting sexual and reproductive health in this population group.

METHODOLOGY:

exploratory study with a qualitative and descriptive approach, developed with the application of Serge Moscovici's theory and method of Social Representations, considering the structural and procedural approaches. The research participants were 129 young university students from the nursing course, aged between 17 and 28 years. The research field was the Nursing Institute located at the UFRJ-Macaé Multidisciplinary Center. Data production took place through three different techniques, namely: the online socioeconomic and demographic questionnaire built on Google Docs., the Free Word Association Test (TALP) which adopted the inducing term “gender violence in internet” and the Discussion Group with application of the projective technique Photovoice. The analysis of the questionnaire data was carried out by simple frequency according to the Excel program version 2016, in relation to the TALP data, the EVOC software was used and the corpus from the Discussion Groups was processed by the IRAMUTEQ software according to the Descending Hierarchical Classification with 76.54% of use. The research was submitted to the Research Ethics Committee (CEP) of the Federal University of Rio de Janeiro- Campus Macaé, with approval under number 4.505.512.

RESULTS:

the study had the participation of 110 young females and 19 young males. The most accessed social networks for activities in general are Instagram, Youtube and Facebook. The young participants access the internet every day for 3 to 4 hours. The structure and organization of young people's social representation of online gender violence is centered on prejudice and machismo. Regarding the procedural approach, two large blocks were built, the first one deals with the Contents and meanings of online gender violence, where the category "Story of online gender violence" is found. The second block was named Elements that constitute the concreteness of online gender violence and the thematic classes “Groups eligible for online gender violence: from the aggressor to the victims”, “Gender violence and the transference from the real to the virtual: reflections of a sexist society”, “Behaviours in the face of online gender violence” and “Online gender violence: from the affective dimension to the attitudinal dimension”. From the triangulation of methods, it was necessary to build the field of social representation.

CONCLUSION:

Gender violence was anchored in gender inequalities, objectified by machismo and prejudice. There is an identity function for vulnerable groups, especially women, with more serious implications for adolescents and children. Just as there is identification of groups promoting online gender violence, objectified by the “Hetero top” man. Therefore, the thesis is defended that young nursing university students elaborate and interpret meanings of gender violence in their daily lives, interfering in processes of communication, interaction, socialization, also including their mental, sexual and reproductive health of those who experience this kind of violence.