Gestão de alta ambulatorial: inovação para a continuidade do cuidado

Publication year: 2024

Resumo:

O aumento das condições crônicas de saúde desafia os sistemas de saúde, especialmente na gestão de pessoas em atendimento ambulatorial de média e alta complexidade. A contrarreferência eficaz para a Atenção Primária à Saúde é crucial para garantir a continuidade do cuidado. Melhorar a integração dos serviços da Rede de Atenção à Saúde e estabelecer estratégias de contrarreferência são fundamentais para promover essa continuidade. Um sistema de rede hierarquizado bem-sucedido requer a colaboração dos profissionais de saúde em todos os níveis. O objetivo deste estudo foi propor um modelo assistencial para a gestão de alta ambulatorial, com foco na continuidade do cuidado e o enfermeiro como coordenador do processo. A metodologia utilizada foi uma pesquisa-ação, de abordagem qualitativa, dividida em três fases: exploratória, planejamento e ação, e encontro dos fatos. A coleta de dados incluiu observação participante, pesquisa documental, entrevistas semiestruturadas e oficinas. Participaram 28 profissionais, entre médicos, enfermeiros e gestores públicos. A análise dos dados foi realizada com base na análise de conteúdo proposta por Creswell. A análise de conteúdo resultou em 8 categorias e 22 subcategorias, que sustentaram a criação do Modelo de Gestão de Alta Ambulatorial. Este modelo enfatiza a comunicação eficaz entre os níveis da RAS e as pessoas, designa o enfermeiro como coordenador do processo de alta, promove o protagonismo da pessoa no autocuidado e incentiva práticas colaborativas entre os níveis da RAS. O estudo cumpriu seu objetivo de propor um modelo assistencial para a gestão de alta ambulatorial, destacando a continuidade do cuidado e o papel central do enfermeiro. Reforça a importância do enfermeiro como articulador na RAS, facilitando a continuidade do cuidado e promovendo um relacionamento sólido entre profissionais de saúde e pessoas assistidas. O estudo também sublinha a necessidade de melhorar a comunicação, o suporte tecnológico e implementar práticas colaborativas na RAS, além de reafirmar a importância da APS como coordenadora do cuidado.

Abstract:

The rise in chronic health conditions poses significant challenges for healthcare systems, particularly in managing patients in medium and high-complexity outpatient care. Effective referral back to Primary Health Care (PHC) is crucial to ensure continuity of care. Improving the integration of services within the Health Care Network (HCN) and establishing effective referral strategies are essential for promoting this continuity. A successful hierarchical network system requires collaboration among healthcare professionals at all levels. The aim of this study was to propose a care model for outpatient discharge management, focusing on continuity of care with the nurse as the coordinator of this process. The methodology used was action research with a qualitative approach, divided into three phases: exploratory, planning and action, and fact-finding. Data collection included participant observation, document analysis, semi-structured interviews, and workshops. The study involved 28 professionals, including doctors, nurses, and public managers. Data analysis was conducted using Creswell's content analysis methodology. The content analysis identified 8 categories and 22 subcategories, which supported the creation of the Outpatient Discharge Management Model. This model emphasizes effective communication between HCN levels and patients, designates the nurse as the coordinator of the discharge process, promotes patient empowerment in self-care, and encourages collaborative practices among HCN levels. The study successfully proposed a care model for outpatient discharge management, highlighting the continuity of care and the central role of the nurse. It reinforces the importance of the nurse as a key facilitator in the HCN, promoting seamless care continuity and fostering strong relationships between healthcare professionals and patients. The study also underscores the need to enhance communication, technological support, and implement collaborative practices within the HCN, while reaffirming the critical role of PHC as the coordinator of care.