Autoeficácia na amamentação no pós-parto imediato entre puérperas adolescentes e adultas em uma maternidade no município de Ribeirão Preto/SP
Breastfeeding Self-efficacy in the immediate postpartum period between adolescents and adults mothers at a maternity hospital in Ribeirao Preto, Brazil
Publication year: 2015
O aleitamento materno é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) até o sexto mês de vida da criança, e complementado até 2 anos ou mais. Esta recomendação baseia-se nos inúmeros benefícios da amamentação já descritos pela literatura. Apesar destes benefícios, os índices de amamentação no Brasil e no mundo encontram-se abaixo do recomendado. Dentre os fatores que levam as mulheres a desmamar precocemente destaca-se a confiança em amamentar, também conhecida como Autoeficácia na Amamentação, que é uma variável modificável e pode, assim, ser melhorada quando é identificada.
Os objetivos deste estudo foram:
verificar a autoeficácia na amamentação entre puérperas adolescentes e adultas no pós-parto imediato; comparar os escores da autoeficácia na amamentação entre os dois grupos; verificar a associação entre as variáveis socioeconômicas, obstétricas e neonatais e os níveis de autoeficácia na amamentação. Trata-se de um estudo observacional, transversal e descritivo, realizado no alojamento conjunto do CRSM-MATER, no município de Ribeirão Preto/SP. A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a julho de 2014, utilizando-se como instrumentos um questionário com informações sociodemográficas e obstétricas; e a versão brasileira da Breastfeeding Self-Efficacy Scale (BSES) que avaliou a autoeficácia na amamentação. A amostra foi constituída de 400 puérperas, sendo 306 adultas e 94 adolescentes. Os dados foram processados e analisados utilizando-se os programas estatísticos Statistical Analysis System SAS® 9.0 e R versão 3.0. A análise dos dados foi fundamentada na estatística descritiva para caracterizar a amostra; para verificar a associação entre as variáveis qualitativas, foi realizado o Teste Exato de Fisher; para comparar os valores de autoeficácia entre puérperas adolescentes e adultas, as médias foram submetidas ao teste t- Student. Para todos os testes foi considerado um nível de significância de 5%. Tanto entre as puérperas adolescentes quanto entre as puérperas adultas, a maioria (54%) apresentou níveis elevados de autoeficácia, e a diferença entre os escores de adolescentes e adultas não foi estatisticamente significativo (p=0,3482). Entre as adolescentes, níveis de autoeficácia mais elevados e estatisticamente significativos estavam associados às variáveis: ter apoio da mãe ou da sogra no pós-parto (p=0,0083), amamentar na primeira hora de vida (p=0,0244) e estar em aleitamento materno exclusivo no momento da coleta de dados (p=0,0148). Entre as adultas, as que se declararam de cor preta ou parda apresentaram níveis de autoeficácia mais elevados, como também as que apresentavam maior nível de escolaridade, sendo estes resultados estatisticamente significativos, (p=0,0304 e p=0,0280 respectivamente). Conclui-se que a idade isoladamente não foi um fator preditivo da autoeficácia mais elevada, porém cada grupo apresentou particularidades que influenciaram a confiança da mulher no ato de amamentar. Os profissionais devem estar atentos à autoeficácia na amamentação, visto que é uma variável modificável, com o intuito de direcionar ações específicas aos grupos de mulheres adolescentes e adultas, favorecendo assim o aumento dos índices de aleitamento
The World Health Organization (WHO) recommends exclusive breastfeeding for the first six months of life and continued breastfeeding with complementary foods up for two years. This recommendation is based on the benefits described on the scientific literature. However, Brazilian and world exclusive breastfeeding rates are lower than recommended. The maternal confidence for breastfeeding, called Breastfeeding Self-efficacy, is one reasons for the early weaning and is a modifiable variable that can be improved, once it is identified.