Plano de parto como empoderador da grávida na tomada de decisão
Publication year: 2024
O presente Relatório de Estágio (RE) pretende espelhar o meu percurso formativo na Unidade curricular (UC) Estágio com Relatório (ER), integrado no 13º Curso de Mestrado em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia (CMESMO) da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, tendo subjacente a teoria da promoção da saúde de Nola Pender, que norteou a minha prática de cuidados e o desenvolvimento de competências de Enfermeiro Especialista Enfermagem Saúde Materna e Obstétrica (EEESMO). O Plano de Parto (PP) consiste num documento escrito elaborado pela grávida/casal onde este expressa os seus desejos relativamente ao seu trabalho de parto (TP) e parto. Este documento permite uma melhor comunicação com os profissionais de saúde, facilitando a realização das expetativas da grávida/casal relativamente ao seu parto (OE, 2012). Na primeira fase do estudo de investigação realizei uma Scoping Review (SR), segundo as orientações do Joanna Briggs Institute, para mapear a evidência científica existente, relativamente aos contributos do PP para a grávida. Os resultados obtidos, deram suporte à construção de dois instrumentos de colheita de dados para a segunda fase da investigação (estudo descritivo de abordagem quantitativa), que teve como objetivos: descrever os contributos do PP para o empoderamento da grávida e para a tomada de decisão; analisar a implementação e o respeito do PP pelos profissionais de saúde. A amostra foi constituída por 35 participantes. Os resultados da análise dos PP evidenciaram um respeito parcial do PP por parte dos profissionais de saúde, no que diz respeito aos desejos relativos ao TP em cerca de 50 % e no respeito dos desejos relativos ao nascimento e cuidados ao RN em cerca de 75%. Todavia, 91,42%. dos participantes sentiram que o seu PP foi respeitado pelos profissionais de saúde. Este estudo mostrou também que os participantes consideram que a utilização do PP lhes conferiu uma autonomia acrescida para uma tomada de decisão informada (M=3,54), ajudou a promover uma perspetiva mais positiva sobre o seu parto, aumentando o seu sentimento de controlo e empoderamento (M=3,57). Conclui-se que os resultados obtidos e alguns dos achados da SR são similares, o PP contribui para o empoderamento da grávida/casal na tomada decisão relativa às escolhas para o trabalho de parto e nascimento do seu filho, assim como, para a satisfação com a experiência de parto. Neste sentido, é fundamental que o EEESMO assuma um papel central em todo este processo, sendo o profissional de referência para apoiar a construção, discussão e implementação do PP.(AUT)
This Internship Report (RE) aims to mirror my training path in the Curricular Unit (CU) Internship with Report (ER), integrated into the 13th Master's Course in Maternal Health and Obstetrics Nursing (CMESMO) at the Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, based on Nola Pender's theory of health promotion, which guided my care practice and the development of Specialist Nurse skills in Maternal and Obstetric Health Nursing. The Birth Plan (PP) consists of a written document prepared by the pregnant woman/couple where they express their wishes regarding their labor (PT) and birth. This document allows for better communication with health professionals, facilitating the fulfillment of the pregnant woman/couple's expectations regarding their birth (OE, 2012). In the first phase of the research study, I carried out a Scoping Review (SR), according to the guidelines of the Joanna Briggs Institute, to map the existing scientific evidence regarding the contributions of PP for pregnant women. The results obtained supported the construction of two data collection instruments for the second research phase (descriptive study with a quantitative approach), which aimed to: describe the contributions of PP to the empowerment of pregnant women and decision-making; analyze the implementation and respect of the PP by health professionals. The sample consisted of 35 participants. The results of the PP analysis showed partial respect for the PP on the part of health professionals, with regard to wishes related to labor in around 50% and respect for wishes relating to birth and care for the newborn in around 75%. However, 91.42%. of the Participants felt that their PP was respected by healthcare professionals. This study also showed that participants consider that the use of PP gave them greater autonomy to make informed decisions (M=3.54), helped to promote a more positive perspective on their birth, increasing their feeling of control and empowerment (M=3.57). It is concluded that the results obtained and some of the SR findings are similar, the PP contributes to the empowerment of the pregnant woman/couple in making decisions regarding choices for labor and birth of their child, as well as to satisfaction with the birth experience. In this sense, it is essential that EEESMO assumes a central role in this entire process.(AUT)