Adaptação transcultural do instrumento Second Victim Experience and Support Tool (SVEST) para o contexto brasileiro
Cross-cultural adaptation of the Second Victim Experience and Support Tool (SVEST) for the Brazilian context

Publication year: 2021

Introdução:

A interface entre a saúde do trabalhador e a segurança do paciente vem evidenciando uma série de aspectos relevantes, dentre eles o sofrimento do profissional de enfermagem que esteve envolvido em um evento adverso. Frequentemente, o evento adverso é atribuído a um indivíduo, àquele que realizou o cuidado na última fase do processo de saúde. Esse profissional, chamado de segunda vítima, vivencia experiências negativas em decorrência do ocorrido. Para avaliar essas experiências, o instrumento Second Victim Experience and Support Tool (SVEST) propõe medir o sofrimento relacionado a segunda vítima, as percepções de apoio organizacional, apoio de colegas e da supervisão, intenção de mudar de emprego, o absenteísmo relacionado a experiência de segunda vítima e formas desejadas de apoio.

Objetivo:

Realizar a adaptação transcultural e validação de conteúdo do instrumento Second Victim Experience and Support Tool (SVEST) para a língua portuguesa falada no Brasil.

Método:

Trata-se de um estudo metodológico de adaptação transcultural realizado de acordo com o guideline internacional PatientReported Outcome Measurement Information System (PROMIS®) com adaptações propostas por Beaton et al. (2002). Um comitê de especialistas participou, avaliando as equivalências semântica, idiomática, experimental e conceitual, sendo calculada a taxa de concordância. A validade de conteúdo foi verificada segundo a clareza, pertinência e relevância dos itens, através do cálculo Content Validity Ratio (CVR). Foi realizado o teste cognitivo para avaliar a clareza do instrumento com 31 profissionais de saúde, que atuavam na assistência na cidade de São Paulo.

Resultados:

Na análise das equivalências o instrumento apresentou taxa de concordância universal de 88,7%. A validade de conteúdo foi verificada através do CVR de cada item, sendo que o instrumento apresentou 86% dos itens com valores de CVR acima do estipulado. No pré-teste, todos os participantes referiram que entenderam os itens do instrumento e apenas 10% deles disseram ter tido algum tipo de dificuldade para entender algum item.

Conclusão:

A versão brasileira do Second Victim Experience and Support Tool agora denominado Questionário de Experiência e Apoio à Segunda Vítima (BR-SVEST) apresentou boa taxa de concordância e boas evidências de validade de conteúdo, podendo ser usado em estudos futuros, com a necessidade de validação das demais propriedades psicométricas.

Introduction:

The interface between worker health and patient safety has been showing a number of relevant aspects, including the suffering of the nursing professional who was involved in an adverse event. Often, the adverse event is attributed to a person, who performed the care in the last phase of the health process. This professional, called the second victim, feels negative experiences as a result of what happened. To evaluate these experiences, the Second Victim Experience and Support Tool (SVEST) proposes to measure the suffering related to the second victim, the perceptions of organizational support, support from colleagues and supervision, intention to change jobs, absenteeism related to the experience of second victim and desired forms of support.

Objective:

To proceed with the cross-cultural adaptation and content validation of the Second Victim Experience and Support Tool (SVEST) for the Portuguese language spoken in Brazil.

Method:

This is a methodological study of cross-cultural adaptation carried out according to the international guideline PatientReported Outcome Measurement Information System (PROMIS®) with adaptations proposed by Beaton et al. (2002). A committee of experts participated that evaluated the semantic, idiomatic, experimental and conceptual equivalences, and the agreement rate was calculated. The content validity was verified according to the clarity, pertinence and relevance of the items, through the Content Validity Ratio (CVR) calculation. The cognitive test was carried out to assess the clarity of the instrument with 31 health professionals, who worked in care in the city of São Paulo.

Results:

In the analysis of equivalences, the instrument presented a universal agreement rate of 88.7%. The content validity was verified through the CVR of each item, and the instrument presented 86% of the items with CVR values above the stipulated. In the pre-test, all participants reported that they understood the items of the instrument. Only 10% of the participants said they had some kind of difficulty in understanding any item.

Conclusion:

The Brazilian version of the Second Victim Experience and Support Tool now called Questionário de Experiência e Apoio à Segunda Vítima (BR-SVEST) presented a good agreement rate and good evidence of content validity, which can be used in future studies, with the need validation of the other psychometric properties.