Avaliação do processo de identificação do paciente em serviços de saúde
Evaluation of the Patient Identification Process in Healthcare Services
Publication year: 2015
A identificação do paciente tem sido reconhecida como um componente essencial e crucial na segurança do paciente e a ausência de processo padronizado de identificação nos serviços de saúde pode contribuir para a ocorrência de falhas. O estudo teve como objetivo investigar a temática de identificação dos pacientes em serviços de saúde. Para alcançar os objetivos propostos, a pesquisa foi conduzida em três fases: a elaboração da revisão integrativa (RI) e a condução de dois estudos descritivos.
A busca dos estudos primários para inclusão na RI foi realizada nas bases de dados:
PubMed, CINHAL, LILACS, SciELO, Scopus e Embase. A amostra da revisão integrativa foi composta por 17 estudos primários, agrupados em seis categorias temáticas. A estratégia do uso da pulseira de identificação de forma individualizada e que atenda às necessidades tanto das instituições quanto dos pacientes têm sido apontada pelos autores. O estudo descritivo da fase dois foi conduzido em 17 instituições de saúde sendo 12 hospitais e 5 unidades de pronto atendimento selecionados com a participação dos 17 enfermeiros responsáveis técnicos (RT). Para coleta de dados foi elaborado um instrumento submetido à validação aparente e de conteúdo por cinco juízes. Os enfermeiros RT responderam sobre as estratégias utilizadas pelos serviços de saúde para identificação dos pacientes.Todos os hospitais (100%) identificam seus pacientes internados, destacando-se o uso de pulseira e nenhum pronto atendimento independente utiliza essa estratégia. A admissão do paciente representa a etapa do atendimento em que as pulseiras de identificação são colocadas. Em 75% das instituições pesquisadas foi apontado como problema a falta de padronização na utilização das pulseiras, assim como a adoção de modelos não padronizados, destacada a variedade de cores, para identificar determinadas informações sobre o paciente. Em 33,3% dos hospitais mais de uma pulseira é colocada no mesmo paciente. Para a identificação de alergias, 50% dos hospitais usam pulseira vermelha. O nome completo, sobrenome, registro hospitalar e data de nascimento são dados que devem constar na pulseira de identificação do paciente. A pulseira de identificação tem sido reconhecida como a melhor forma de identificação do paciente nas instituições de saúde, mas além do uso desta metodologia é importante que todos, ao prestar um cuidado realizem a checagem da identificação confirmando neste momento os identificadores preconizados. O estudo descritivo da fase três foi conduzido em uma instituição hospitalar selecionada com vistas a analisar a influência da identificação do paciente na ocorrência de eventos adversos (EA) quanto às causas, locais das ocorrências, frequência, se a identificação foi uma barreira, danos causados, consequências, medidas corretivas e preventivas. No período analisado, de agosto de 2012 a agosto de 2014, foi notificado um total de 1673 ocorrências no sistema de notificação, sendo que dessas, 38 estavam relacionadas à identificação do paciente, representando 2,3% do total das ocorrências. A identificação do paciente atuou como barreira para identificar uma falha no processo relacionada ao EA em 45% das notificações. A quebra de protocolo foi responsável por 86% das causas que levou a ocorrência de EA, relacionadas à identificação do paciente. A existência de protocolos e procedimentos escritos por si só não garantem que falhas aconteçam, principalmente em relaçao à identificação do paciente, sendo necessário a implementação de medidas de avaliação do cumprimento dos mesmos. Isso possibilitará o aprimoramento desse processo e, com isso, garantirá qualidade e segurança
Patient identification has been acknowledged as a crucial an essential component in patients' safety and the absence of a standard identification process in healthcare services can contribute to failures. This study aimed to investigate the theme around patient identification in healthcare services. To reach such objectives, research was conducted in three phases: elaboration of an integrative review and the conduction of two descriptive studies.