Publication year: 2015
Introdução:
Staphylococcus aureus é um importante patógeno responsável por diversas infecções no ambiente hospitalar com elevada morbi-mortalidade. Os profissionais de saúde, sobretudo os de enfermagem, apresentam elevado risco de colonização por meio do contato direto com indivíduos suscetíveis ou pelo contato com fômites em suas atividades laborais. Com isso, esses profissionais podem disseminar esses microrganismos tanto no ambiente hospitalar como na comunidade. Objetivo:
Avaliar a colonização por Staphylococcus aureus em profissionais de enfermagem e a adesão às precauções-padrão. Metodologia:
Trata-se de um estudo transversal realizado em clínica médica e em unidades especializadas em prestação de cuidados a pessoas com HIV/aids de um hospital escola do município de Ribeirão Preto. A população foi composta por 100 profissionais de enfermagem que prestam cuidados direto aos pacientes dessas unidades. Foram coletadas amostras de saliva, de secreção nasal e um swab do telefone celular dos profissionais. A coleta ocorreu no período de abril de 2014 a fevereiro de 2015, em três momentos, nos meses zero, quatro e oito. A obtenção dos dados demográficos, profissionais e individuais foi feita por meio de um questionário estruturado. Para avaliar a adesão dos profissionais às precauções-padrão, foram aplicadas dez escalas psicométricas do tipo Likert, já traduzidas e validadas para o português. As amostras coletadas foram encaminhadas e processadas pelo Laboratório de Microbiologia e Sorologia do referido hospital. Resultados:
Dos 100 profissionais de enfermagem, 43,0% estavam colonizados por Staphylococcus aureus nas amostras de saliva e/ou de secreção nasal; 36,0% eram Staphylococcus aureus sensível à oxacilina e 7,0% resistente à oxacilina. A prevalência foi de 32,0% na secreção nasal, 1,0%, na saliva e 11,0%, nas amostras de saliva e de secreção nasal. Observou-se que 93,0% dos Staphylococcus aureus apresentaram resistência à penicilina, 43,0%, à eritromicina e 39,5%, à clindamicina. Nenhuma das amostras coletadas da base do telefone celular dos profissionais apresentou Staphylococcus aureus. Os profissionais apresentaram escores médios altos para a Escala de Adesão às Precauções-padrão e Escala de Personalidade de Risco. Não houve diferença significante ao comparar a média dos escores das escalas entre o grupo de colonizados e não colonizados. Armazenamento da escova dental em compartimento fechado/protegido (RP=2,07; IC95%=1,07-3,80) foi um fator de risco para a colonização. Enquanto que, o conhecimento sobre as PP (RP=0,53; IC95%=0,44-0,64) e participação em treinamento sobre as PP (RP=0,52; IC95%=0,43-0,64) apresentaram-se como um fator de proteção para a não colonização. Conclusão:
A cavidade nasal foi um importante sítio de colonização quando comparada à cavidade oral, sendo um sítio relevante e indicado para a coleta em estudos que investigam a prevalência de colonização por Staphylococcus aureus. O conhecimento sobre precauções-padrão e a participação em treinamentos foram fatores associados à proteção para a não colonização. No entanto, um dos fatores determinantes para a adesão às precauções-padrão é a percepção de suscetibilidade do profissional de adquirir e disseminar esses microrganismos
Introduction:
Staphylococcus aureus is an important pathogen responsible for several infections in hospitals with high morbidity and mortality rates. Health professionals, especially nurses, are at increased risk of colonization through direct contact with susceptible individuals or by contact with fomites in their work activities. As a consequence, these professionals can disseminate these microorganisms both in the hospital and in the community. Objective:
To assess colonization by Staphylococcus aureus in nursing professionals and the adherence to standard precautions. Methods:
This cross-sectional study was carried out in an outpatient clinic and in specialized units that provide care to people with HIV/Aids, in a teaching hospital of Ribeirão Preto. The population consisted of 100 nursing professionals who provide direct care to patients of these units. Samples of saliva, nasal secretions and a swab from the mobile phone of professionals were collected. The collection took place from April 2014 to February 2015 on three occasions, in months zero, four and eight. A structured questionnaire was used to obtain demographic, occupational and personal data. To assess the adherence of professionals to standard precautions, ten Likert-type psychometric scales, translated and validated for Portuguese, were applied. The collected samples were forwarded to and processed by the Microbiology and Serology Laboratory of the hospital. Results:
Of the 100 nursing professionals, 43% were colonized with Staphylococcus aureus in saliva samples and/or nasal secretions; 36% were oxacillin-sensitive Staphylococcus aureus and 7.0% oxacillin-resistant. The prevalence was 32% in nasal secretion, 1% in saliva and 11% in saliva samples and nasal discharge. It was observed that 93% of Staphylococcus aureus were penicillin-resistant strains, 43% resistant to erythromycin and 39.5% to clindamycin. None of the samples collected from the base of the mobile phone of the professionals presented Staphylococcus aureus. Professionals had high mean scores for the Compliance with Standard Precautions Scale and the Risk Personality Scale. There was no significant difference when comparing the average scores of scales between the colonized and non-colonized groups. Storing the toothbrush in a closed/protected space (PR=2.07; CI95%=1.07-3.80) was a risk factor for colonization. Knowledge of the SP (PR=0.53, CI95%=0.44-0.64) and participation in training on SP (PR=0.52, CI95%=0.43-0.64) were a protective factor for non- colonization. Conclusion:
The nasal cavity was an important colonization site compared to the oral cavity, the nasal site is relevant and recommended for collection in studies investigating the prevalence of colonization for Staphylococcus aureus. Knowledge of the standard precautions and participation in training on standard precautions were protective factors for non-colonization. However, one of the determining factors for adherence to standard precautions is the perceived susceptibility of professional to acquire and disseminate these microorganisms