Publication year: 2024
Introdução:
Visando o desenvolvimento de competências do EEESMP, foram realizados dois estágios: hospitalar, introdutório às competências e a um entendimento pessoal salutogénico da saúde mental perinatal; na comunidade, desenvolvendo-se esta temática com aplicação de sessões com a família em situação de PI. Face às exigências adaptativas inerentes à parentalidade e relação causa-efeito das experiências precoces no desenvolvimento infantil, este período merece particular atenção. Objetivos:
Desenvolver competências comuns e específicas do EEESMP; analisar as experiências da relação interpessoal com as famílias e a autorressonância destas; avaliar a tríade familiar, aferindo expetativas/necessidades; aplicar intervenções psicoterapêuticas que visem o bem-estar da tríade; reconhecer situações complexas que exijam intervenção diferenciada e referenciação. Metodologia:
Pesquisa em literatura cinzenta e nas bases de dados PubMed e CINAHL. A intervenção aplicada e em estudo, inspirada no Triple P, apoia-se nas teorias de enfermagem de Meleis e Peplau, consistindo em 4 sessões monofamiliares com periodicidade quinzenal; critérios de inclusão: PI no primeiro ano pós-natal e pais que participem consentida/voluntariamente; critérios de exclusão: pais com psicopatologia grave e sinalizados por negligência/maus-tratos. Resultados:
Participaram 4 famílias na configuração mãe-pai-bebé. As necessidades aferidas respeitam:
conjugalidade, cuidados parentais, situação económica e questões sociofamiliares. Os problemas de saúde mental relacionam-se com as dimensões sono/repouso, autopercepção, papel parental, relacionamento conjugal/familiar e coping/tolerância ao stress. Como intervenções psicoterapêuticas destacam-se: aconselhamento, promoção do coping, psicoeducação, suporte emocional, terapia de relaxamento e promoção da integridade familiar. Conclusões:
Numa perspetiva salutogénica, reforça-se necessidade de incorporar a ESM nas equipas de cuidados de saúde primários de forma a satisfazer necessidades da tríade familiar. Sugere-se replicação da intervenção com maior amostragem. O contributo dos estágios proporcionou o desenvolvimento das competências do EEESMP, salientando-se a mobilização do ‘eu’ enquanto instrumento psicoterapêutico no acolhimento/compreensão dos pais e subjacente gestão de impasses terapêuticos.(AU)
Background:
In order to develop specialized skills in mental health nursing it was carried out a clinical training in two contexts: hospital, wich introduced those skills and induced a salutogenic personal understanding of perinatal mental health; in the community, where this theme was developed through application of sessions with the family within inaugural parenthood. Given the adaptive demands inherent to parenthood and the cause-effect impact of early experiences in child development, this period deserves special attention. Aims:
To develop specialized skills in mental health nursing; to analyze the experience of interpersonal relationship with the families and its resonance in oneself; to evaluate the family tryad, assessing expectations/needs; to apply psychotherapeutic interventions targeting the tryad’s well-being; to recognize complex situations that require expertised intervention and referral. Methods:
The research process consisted in data collection firstly from grey literature and secondary from PubMed and CINAHL databases. The intervention in question was inspired by Triple P and it’s supported by Meleis and Peplau’s nursing theories; it’s composed by 4 single-family sessions every two weeks; inclusion criteria: inaugural parenthood comprising the first postnatal year and parents who consents and voluntarily participates; exclusion criteria: parents with severe psychopathology and flagged for parental neglect or abuse. Outcomes:
The participants were four families in tryad mother-father-baby configuration. The needs assessed concern matters of conjugality, parental care, economic situation and family issues. Mental health problems were related to the dimensions of sleep/rest, self-perception, parental role, marital/family relationships and stress coping. Psychotherapeutic interventions included counseling, coping enhancement, psychoeducation, emotional support, relaxation therapy and family integrity promotion. Conclusion:
From a salutogenic perspective, the need to incorporate mental health nurses into primary health care is reinforced in order to meet tryadic family’ needs. Replication of the intervention with larger sample is suggested. The contribution of the clinical trainings provided the development of specialized skills in mental health nursing, highlighting the ‘self’ mobilization as a psychotherapeutic instrument in welcoming/understanding parents and underlying management of therapeutic impasses.(AU)