O processo de desospitalização da criança crônica dependente de tecnologia: fatores e implicações sob a ótica da equipe de saúde e da família

Publication year: 2017

A desospitalização de uma criança com doença crônica dependente de tecnologia é um tema desafiador e inquietante, tanto para a equipe de saúde hospitalar quanto para a família que acolhe essa criança. O presente estudo, apoiou-se na tese: “O processo de desospitalização de crianças com condições crônicas de saúde em uso de tecnologias necessita do conhecimento dos fatores e das suas implicações, pela equipe de saúde e pela família, para auxiliar na permanência da criança no domicílio de forma segura. ”. Trata-se de uma investigação com abordagem qualitativa do tipo estudo de caso, que objetivou conhecer os fatores e as implicações envolvidas no processo de desospitalização e na segurança da criança dependente de tecnologia, sob a ótica da equipe de saúde e dos familiares/cuidadores. O estudo foi realizado em uma instituição universitária de saúde pública no sul do Brasil, de outubro de 2016 a maio de 2017, na unidade de internação pediátrica. O projeto de tese foi enviado à Comissão de Ética da instituição, sendo aprovado sob o número 1.216.252. Os participantes foram os membros da equipe de saúde e os familiares/cuidadores das crianças, que, após aplicação dos critérios de inclusão/exclusão, totalizaram 21. Utilizou-se a entrevista semiestruturada para a coleta das informações e para a análise, foi usada a técnica de análise de conteúdo temática, que evidenciou as seguintes categorias: Expectativa da Decisão, Peculiaridades no Processo de Aprendizagem pelos Familiares, A Logística Familiar e a Necessidade de Infraestrutura, Redes de Apoio, Comunicação Efetiva como Fator para a Desospitalização e Desafios para a Desospitalização. A análise permitiu o conhecimento dos diversos fatores envolvidos no processo de desospitalização. Estes abrangem questões familiares e sociais, políticas públicas, questões organizacionais e de gestão, processos de trabalho, burocracia, assistência judicial, entre outras. Entre as implicações, apareceram as associadas à própria criança e sua família, as relacionadas à equipe de saúde, as relativas às instituições de saúde, tanto em nível hospitalar como de atenção básica, as que envolvem o estado e o município, entre outras. Nas considerações finais, o estudo sinalizou a importância do conhecimento dos fatores que envolvem um processo de desospitalização que podem influenciar na segurança da criança e sua família, desde o início do preparo para a alta até o retorno e a permanência em casa. Apresenta a responsabilização institucional como importante no processo de desospitalização, uma vez que essa é uma das beneficiárias desse método. Em relação às implicações, pode-se inferir que, ao mesmo tempo em que o acolhimento da criança dependente de tecnologia em casa traz benefícios, fortalece vínculos, socializa e promove uma qualidade de vida para a criança, ainda se tem caminhos e estudos a serem desenvolvidos, com o propósito de tornar possível falar de segurança do paciente em nível domiciliar com um dos fatores importantes e necessários.
La deshospitalización de un niño con enfermedad crónica dependiente de la tecnología es un tema desafiante e inquietante, tanto para el equipo de salud hospitalaria como para la familia que acoge a ese niño. El presente estudio, se apoyó en la tesis: "El proceso de deshospitalización de niños con condiciones crónicas de salud en uso de tecnologías necesita el conocimiento de los factores y de sus implicaciones, por parte del equipo de salud y la familia, para ayudar en la permanencia del niño en el domicilio de forma segura". Se trata de una investigación con enfoque cualitativo del tipo estudio de caso, que tuvo como objetivo conocer los factores y las implicaciones involucradas en el proceso de deshospitalización y en la seguridad del niño dependiente de tecnología, sobre la perspectiva del equipo de salud y de los familiares / cuidadores. El estudio fue realizado en una institución universitaria de salud pública en el sur de Brasil, de octubre de 2016 a mayo de 2017, en la unidad de internación pediátrica. El proyecto de tesis fue enviado a la Comisión de Ética de la institución, siendo aprobado bajo el número 1.216.252. Los participantes fueron los miembros del equipo de salud y los familiares/cuidadores de los niños, que, tras la aplicación de los criterios de inclusión/exclusión, totalizaron 21. Se utilizó la entrevista semiestructurada para la colecta de las informaciones; Para el análisis, se utilizó la técnica de análisis de contenido temático, que evidenció las siguientes categorías: Expectativa de la Decisión, Peculiaridades en el proceso de aprendizaje por los familiares, La Logística Familiar y la Necesidad de Infraestructura, Redes de Apoyo, Comunicación Efectiva como Factor para la Deshospitalización y Desafíos para la Deshospitalización. El análisis permitió el conocimiento de los diversos factores involucrados en el proceso de deshospitalización. Estos abarcan cuestiones familiares y sociales, políticas públicas, cuestiones organizacionales y de gestión, procesos de trabajo, burocracia, asistencia judicial, entre otras. Entre las implicaciones, aparecieron las asociadas al propio niño y su familia, las relacionadas al equipo de salud, las relativas a las instituciones de salud, tanto a nivel hospitalario como atención básica, las que involucran tanto a la provincia como al municipio, entre otras. En las consideraciones finales, el estudio señaló la importancia del conocimiento de los factores que involucran un proceso de deshospitalización que pueden influir en la seguridad del niño y su familia, desde el inicio de la preparación para el alta hasta el retorno y la permanencia en casa. Presenta la responsabilidad institucional como importante en el proceso de deshospitalización, una vez que esta es una de las que obtienen beneficios de este método. En cuanto a las implicaciones, se puede concluir que, al igual que la acogida del niño dependiente de la tecnología en casa trae beneficios, fortalece vínculos, socializa y promueve una calidad de vida para el niño, todavía quedan muchos caminos y estudios a ser desarrollados, con el propósito de hacer posible hablar de seguridad del paciente a nivel domiciliar como uno de los factores importantes y necesarios.