Publication year: 2022
Introdução:
O suicídio é um ato deliberado, realizado por uma pessoa com pleno conhecimento ou expectativa de sua morte, sendo este o desfecho do comportamento suicida (CS) e inclui a ideação, o planejamento e o próprio suicídio. A Atenção Primária à Saúde (APS) ocupa espaço privilegiado no cuidado e na articulação da rede de suporte do indivíduo que apresenta CS. Objetivo:
Analisar intervenções não farmacológicas praticadas para a prevenção do comportamento suicida no âmbito da APS. Método:
Trata-se de uma síntese de evidências rápida. Acessou-se as bases de dados: Biblioteca Cochrane, Biblioteca Virtual em Saúde, Epistemonikos, Health System Evidence, e Pubmed. Foram critérios de inclusão:
a) tipo de estudo: revisão sistemática, revisão de literatura ou revisão rápida; b) idiomas: português, inglês ou espanhol e; c) estudos contendo os descritores Suicídio, Comportamento Suicida, Prevenção e Atenção Primária à Saúde. As estratégias de busca utilizadas foram desenvolvidas com base na combinação destes descritores, estruturadas a partir do acrônimo PICO. Os estudos considerados inelegíveis foram aqueles não eram revisão sistemática e que não tratavam do assunto prevenção do suicídio na APS. As etapas que seguem foram realizadas por dois pesquisadores de forma independente:
Triagem por títulos e/ou resumos; Elegibilidade por texto completo e extração dos dados; Avaliação da qualidade metodológica, na qual cada artigo selecionado foi criticamente avaliado usando a ferramenta AMSTAR 2. Após as etapas de seleção, foram incluídos 11 estudos nesta revisão. Resultados:
As intervenções foram agrupadas nas estratégias: 1) Ações de promoção a saúde para o enfrentamento do CS; 2) rastreamento de indivíduos em risco para o CS; 3) Ações e atitudes dos profissionais que atuam na APS e 4) Acompanhamento em Saúde Mental na APS. Programas de triagem associados com ações de conscientização na comunidade foram associados à redução nas taxas de suicídio. Intervenções centradas na triagem da depressão e atividades em grupo mostraram-se eficientes para o sexo feminino. A educação em saúde de profissionais da APS é um componente importante das estratégias de prevenção do suicídio, já que, conhecimento e confiança foram associados com níveis aumentados de investigação sobre o tema. A psicoterapia e os cuidados colaborativos tiveram resultados benéficos no enfrentamento do CS, já as intervenções breves e intervenções de segurança estão relacionadas a melhora da vinculação do paciente ao tratamento indicado. A capacitação e treinamento dos profissionais que atuam na APS na temática tem grande papel no enfrentamento desse evento, permitindo que ao entrarem em contato com o indivíduo, tenham atitudes adequadas, ajam com segurança e conhecimento para manejar o caso. Enfatiza-se a importância de ações educativas e de conscientização realizadas na comunidade e em escolas, reforçando a relevância da APS nas ações de promoção da saúde, devendo estas serem realizadas de forma mais consistentes. Conclusão:
A análise das intervenções para a prevenção do comportamento suicida no âmbito da APS mostra que há opções que se mostram eficazes, mas que são necessários investimentos em pesquisas que busquem avaliar intervenções específicas considerando diferentes grupos etários, além do necessário recorte por classe social, raça/cor e gênero não abordados de forma aprofundada nos estudos identificados. Produto:
Quadro síntese de fácil acesso com material de rápida consulta pelos trabalhadores que atuam na APS.
Introduction:
Suicide is a deliberate act, performed by a person with full knowledge or expectation of their death, which is the outcome of suicidal behavior (SB), which includes ideation, planning and suicide itself. Primary Health Care (PHC) occupies a privileged space in the care and articulation of the support network of the individual who presents SB. Objective:
Survey the non-pharmacological interventions practiced for the prevention of suicidal behavior in the scope of PHC. Method:
This is a rapid evidence synthesis. The following databases were accessed:
Cochrane Library, Virtual Health Library, Epistemonikos, Health System Evidence, and Pubmed. Inclusion criteria were a) type of study: systematic review, literature review or rapid review; b) languages: Portuguese, English or Spanish and; c) studies containing the descriptors Suicide, Suicidal Behavior, Prevention and Primary Health Care. The search strategies used were developed based on the combination of these descriptors, structured from the acronym PICO. The studies considered ineligible were those that were not a systematic review and did not address the issue of suicide prevention in PHC. The following steps were carried out independently by two researchers:
Eligibility by titles and/or abstracts; Full text eligibility and data extraction; Methodological quality assessment, in which each selected article was critically evaluated using the AMSTAR 2 tool. After the selection steps, 12 studies were included in this review. Results:
Interventions were grouped into strategies: 1) Health promotion actions. to face the SB; 2) screening of individuals at risk for SB; 3) Actions and attitudes of professionals working in PHC and 4) Monitoring in Mental Health in PHC. Screening programs associated with community outreach have been associated with reduced suicide rates. Interventions focused on screening for depression and group activities proved to be efficient for females. The education of PHC professionals is an important component of suicide prevention strategies, as knowledge and confidence were associated with increased levels of research on the topic. Psychotherapy and collaborative care had beneficial results in coping with SB, while brief interventions and safety interventions are related to improving the patient's attachment to the indicated treatment. The qualification and training of professionals working in PHC on the subject plays a great role in dealing with this event, allowing them to have positive attitudes when they come into contact with the individual, act with confidence and knowledge to handle the case. The importance of educational and awareness-raising actions carried out in the community and in schools is emphasized, reinforcing the relevance of PHC in health promotion actions, which should be carried out more consistently. Conclusion:
The analysis of interventions for the prevention of suicidal behavior within the scope of PHC shows that there are options that prove to be effective, but that investments are needed in research that seek to evaluate specific interventions considering different age groups, in addition to the necessary cut by social class, race/color and gender not addressed in depth in the identified studies. Product:
Easy access summary table with material for quick consultation by workers working in PHC.