Publication year: 2022
Introdução:
Durante a gestação, as mulheres referem queixas comuns que resultam de modificações anatômicas, psicológicas e fisiológicas importantes para o desenvolvimento e proteção do binômio materno-fetal. Para diminuir esses sintomas e promover o bem-estar físico e psicológico dessas mulheres, a literatura sugere o uso da aromaterapia, uma vez que é uma prática integrativa e complementar que age por meio da administração de óleos essenciais. Objetivo:
Sintetizar as melhores evidências disponíveis sobre a efetividade do uso da aromaterapia comparado ao cuidado convencional de sintomas fisiológicos e psicológicos em mulheres gestantes de baixo risco. Método:
Trata-se de uma revisão sistemática e meta-análise de dados que incluiu estudos de mulheres grávidas saudáveis antes do trabalho de parto que receberam a aromaterapia como cuidado pré-natal para os sintomas fisiológicos e psicológicos. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados e estudos quase-experimentais. A pesquisa foi realizada nas bases de dados:
PubMed, Scopus, CINAHL, Web of Science, CENTRAL, PsycINFO, LILACS, BDENF, CUIDEN e MOSAICO nos idiomas português, inglês e espanhol, sem limite de tempo. A abordagem do JBI foi utilizada para seleção dos estudos, avaliação crítica, extração e síntese de dados. O presente protocolo de revisão sistemática foi registrado na plataforma PROSPERO (CRD42020218730). Resultados:
A busca por estudos publicados e não publicados identificou um total de 763 registros, do qual foi incluído um total de 11 artigos. A maioria dos estudos foi considerado de qualidade moderada devido à falta de clareza na descrição de detalhes necessários para a avaliação da qualidade metodológica dos estudos. A síntese dos achados ocorreu predominantemente de forma narrativa, mas quando possível, desenvolveu-se a análise quantitativa dos dados (meta-análise). Os achados foram apresentados em três categorias principais:
Sintomas Fisiológicos da Gestação, Sintomas Psicológicos da Gestação e Aromaterapia na Gestação. Os principais óleos essenciais utilizados na gestação são a lavanda e óleos cítricos, como limão, hortelã e hortelã-pimenta, administrados por via inalatória e tópica. Os sintomas fisiológicos avaliados foram náuseas e vômitos, fadiga, lombalgia, qualidade do sono e prurido. Os resultados da meta-análise sobre sintomas fisiológicos sugerem que a aromaterapia influencia positivamente nos sintomas fisiológicos, mas a diferença entre o grupo intervenção e o controle não foi estatisticamente significante. Porém, quando os sintomas foram avaliados individualmente evidenciou-se uma redução significativa na intensidade de náuseas e vômitos de mulheres gestantes. Os sintomas psicológicos avaliados foram o estresse, ansiedade e o estado de humor de uma forma geral, os estudos que avaliaram possuíam problemas de qualidade metodológica e não foi possível conduzir uma análise quantitativa isolada nesses grupos, no entanto, todos demonstraram efeitos benéficos ao utilizar óleos essenciais. Conclusão:
A aromaterapia demonstrou ser um método eficaz e seguro entre as mulheres gestantes que apresentaram sintomas fisiológicos e psicológicos, além de ser um método simples para aplicação e sem efeitos colaterais para a gestante e o feto. Recomenda-se o desenvolvimento de estudos com metodologia mais robusta principalmente com relação ao mascaramento de participantes e pesquisadores.
Introduction:
During pregnancy, women report common complaints that result from anatomical, psychological and physiological changes that are important for the development and protection of the maternal-fetal binomial. To reduce these symptoms and promote the physical and psychological well-being of these women, the literature suggests the use of aromatherapy, since it is an integrative and complementary practice that works through the administration of essential oils. Objective:
To synthesize the best available evidence on the effectiveness of using aromatherapy compared to conventional care of physiological and psychological symptoms in pregnant women at usual risk. Method:
This is a systematic review and meta-analysis of data that included studies of healthy pregnant women before labor who received aromatherapy as prenatal care for physiological and psychological symptoms. Randomized clinical trials and quasi-experimental studies were included. The research was carried out in the following databases:
PubMed, Scopus, CINAHL, Web of Science, CENTRAL, PsycINFO, LILACS, BDENF, CUIDEN and MOSAICO in Portuguese, English and Spanish, with no time limit. The Joanna Briggs Institute (JBI) approach was used for study selection, critical evaluation, data extraction and synthesis. This systematic review protocol was registered on the PROSPERO platform (CRD42020218730). Results:
The search for published and unpublished studies identified a total of 763 records, of which a total of 11 articles were included. Most of the studies were considered of moderate quality due to the lack of clarity in describing the details needed to assess the methodological quality of the studies. The synthesis of the findings occurred predominantly in a narrative way but when possible, a quantitative analysis of the data (meta-analysis) was developed. The findings were presented in three main categories:
Physiological Symptoms of Pregnancy, Psychological Symptoms of Pregnancy and Aromatherapy in Pregnancy. The main essential oils used during pregnancy are lavender and citrus oils, such as lemon, mint and peppermint, administered by inhalation and topically. The physiological symptoms evaluated were nausea and vomiting, fatigue, low back pain, sleep quality and pruritus. The results of the meta-analysis on physiological symptoms suggest that aromatherapy positively influences physiological symptoms, but the difference between the intervention and control groups was not statistically significant. However, when the symptoms were evaluated individually, there was a significant reduction in the intensity of nausea and vomiting in pregnant women. The psychological symptoms evaluated were stress, anxiety and mood in general, the studies that evaluated had methodological quality problems and it was not possible to conduct an isolated quantitative analysis in these groups, however, all showed beneficial effects when using oils essential. Conclusion:
Aromatherapy proved to be an effective and safe method among pregnant women who presented physiological and psychological symptoms, in addition to being a simple method to apply and without side effects for pregnant women and their fetuses compared to some pharmacological methods. It is recommended the development of studies with more robust methodology, mainly in relation to the masking of participants and researchers.