Publication year: 2022
Introdução:
As práticas integrativas e complementares em saúde contribuem para o rol de possibilidades de intervenções não-farmacológicas. Dentre elas, destaca-se a musicoterapia com um quantitativo elevado de publicações científicas, inclusive de revisões sistemáticas, com foco principal na redução de ansiedade, depressão, estresse e dor. Esses estudos na maioria das vezes utilizam a musicoterapia passiva e pouco abordam instrumentos de percussão. Objetivo:
Este estudo teve por objetivo mapear o conhecimento científico sobre o uso de instrumentos de percussão do tipo membranofones em pessoas maiores de 18 anos no contexto de saúde. Método:
Revisão de escopo da literatura desenvolvida com base na metodologia JBI. A busca dos estudos publicados foi realizada nas bases de dados:
BVS, CINHAL, Cochrane, EMBASE, Epistemonikos, JBI, Prospero, PsychINFO, PUBMED, Scielo, ScienceDirect, Scopus, Web of Science, ETHOS e Teses e Dissertações CAPES, sem delimitação de recorte temporal. Critérios de inclusão:
estudos que abordam o uso de instrumentos de percussão do tipo membranofones em pessoas maiores de 18 anos. Critérios de exclusão:
editoriais de revista, intervenções realizadas com gestantes, pacientes psiquiátricos ou pessoas com déficit auditivo. A estratégia de busca utilizou a estrutura (music OR music therapy) AND (drum OR drumming OR percussion) NOT (skills OR coclear implants OR groove music). O processo de seleção foi realizado por dois pesquisadores independentes. A extração de dados utilizou instrumento baseado no formulário sugerido pelo manual JBI para obter as principais informações sobre a intervenção utilizada e os efeitos obtidos. Os dados foram apresentados seguindo as orientações do Prisma ScR para revisões de escopo. Resultados:
Foram identificados treze estudos, publicados entre os anos de 1990 e 2020, sendo cinco estudos publicados nos Estados Unidos, dois na África do Sul, dois no Canadá, dois no Japão e dois no Reino Unido. Quatro estudos foram realizados em hospitais, três em instituições de longa permanência, um em uma clínica, um em um espaço para eventos corporativos, um em centro de gestão de saúde, um em sala de audição e dois estudos não identificaram o local da intervenção. Os estudos evidenciaram que através dos membranofones o indivíduo tem a oportunidade de repetir padrões rítmicos, criar a sua própria música, expressar suas emoções e sentimentos e interagir com o seu meio. Além disso, o uso de membranofones promove a socialização, a melhora nos níveis de estresse, ansiedade, depressão e bem-estar mental, contribui para a mudança do perfil pró-inflamatório para anti-inflamatório, ajuda a lidar com o fato de estar com câncer, ao mesmo tempo em que pode ser uma prática de exercício físico de baixa a moderada intensidade. A intervenção foi aplicada a diferentes grupos de participantes, como profissionais da saúde, pacientes e idosos. Dentre as condições clínicas, os participantes apresentavam 10 demência, Alzheimer, Parkinson, câncer e transtornos mentais comuns. A metodologia utilizada em quase todos os estudos foi a musicoterapia ativa, e o membranofone que aparece com mais frequência nos estudos foi o djembê. Conclusões:
Os instrumentos de percussão do tipo membranofones viabilizam intervenções em grupo e ampliam a comunicação. Tendo em vista os benefícios e a viabilidade da musicoterapia ativa com membranofones em ambientes de assistência, esta revisão apoia a realização de estudos futuros para investigar os efeitos do uso de membranofones com metodologias robustas para a busca de evidências científicas na utilização de membranofones na prática terapêutica.
Introduction:
Integrative and complementary health practices contribute to the list of possibilities for non-pharmacological interventions. Among them, music therapy stands out with a high amount of scientific publications, including systematic reviews, focusing on reducing anxiety, depression, stress, and pain. These studies mostly use passive music therapy and rarely address percussion instruments. Objective:
This study aimed to map the scientific knowledge about the use of membranophone-type percussion instruments in people over 18 years of age in the health context. Method:
Scope review of the literature developed based on the JBI methodology. The search for published studies was carried out in the following databases:
VHL, CINHAL, Cochrane, EMBASE SCOPUS, Epistemonikos, JBI, Prospero, PsychINFO, PUBMED, Scielo, ScienceDirect, Scopus, and Web of Science, ETHOS and CAPES Theses and Dissertations, with no time frame. Inclusion criteria:
studies that address the use of membranophone-type percussion instruments in people over 18 years of age. Exclusion criteria:
editorials, interventions performed with pregnant women, psychiatric patients or people with hearing loss. The search strategy used the structure (music OR music therapy) AND (drum OR drumming OR percussion) NOT (skills OR cochlear implants OR groove music). The selection process was carried out by two independent researchers. Data extraction used an instrument based on the form suggested by the JBI manual to obtain the main information about the intervention used and the effects obtained. Data were presented following Prisma ScR guidelines for scope reviews. Results:
Thirteen studies were identified, published between the years 1990 and 2020, with five studies published in the United States, two in South Africa, two in Canada, two in Japan, and two in the United Kingdom. Four studies were carried out in hospitals, three in long-term care institutions, one in a clinic, one in a space for corporate events, one in a health management center, one in a listening room, and two studies did not identify the intervention site. Studies have shown that through membranophones, individuals have the opportunity to repeat rhythmic patterns, create their own music, express their emotions and feelings, and interact with their environment. In addition, the use of membranophones promotes socialization, improves levels of stress, anxiety, depression, and mental well-being, contributes to the change from pro-inflammatory to anti-inflammatory profile, helps deal with the fact of having cancer, and at the same time it can be a practice of physical exercise of low to moderate intensity. The intervention was applied to different groups of participants, such as health professionals, adult patients, and the elderly. Among clinical conditions, participants had dementia, Alzheimer's, Parkinson's, cancer, and common mental disorders. The methodology used in almost all studies was active music therapy, and the membranophone that appears most frequently in the studies was the djembe. 12 Conclusions:
Membranophone-type percussion instruments enable group interventions and expand communication. Given the benefits and feasibility of active music therapy with membranophones in care settings, this review supports future studies to investigate the effects of using membranophones with robust methodologies to search for scientific evidence on the use of membranophones in therapeutic practice.