Publication year: 2024
Enquadramento:
Em Portugal é evidente o aumento da esperança média de vida e consequentemente o aumento das doenças osteoarticulares, nomeadamente da osteoartrose da anca, que têm um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas, principalmente se as suas consequências não forem controladas. Assim, quando os métodos conservadores para o tratamento não resultam, a artroplastia total da anca surge como um tratamento de eleição para alívio da dor, limitação da mobilidade e atrofia muscular. Para o sucesso deste procedimento é primordial a reabilitação, logo a intervenção do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação é essencial pois possui competências específicas que lhe permitem agir junto da pessoa contribuindo para minimizar a dependência e promover a funcionalidade e autonomia de modo a reintegrar a pessoa submetida a Artroplastia Total da Anca na sua vida e na sociedade. Objetivo:
Identificar o contributo do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação na independência funcional da pessoa submetida a Artroplastia Total da Anca. Metodologia:
Trata-se de um estudo quantitativo, correlacional, longitudinal e quase experimental de grupo único. Os sujeitos da amostra foram submetidos a um programa de enfermagem de reabilitação, onde antes da intervenção foi efetuado um questionário sociodemográfico e clínico e após intervenção, a avaliação foi feita, em 3 momentos distintos (48 h pós cirurgia, no dia da alta e na segunda semana pós-operatória) usando os instrumentos: Escala de Barthel, a Escala da Força Muscular, Medical Research Council Muscle Scale, POMA I- Teste de Tinetti e a goniometria, para avaliação da amplitude articular. A amostra (N=32) foi obtida recorrendo a uma técnica de amostragem não probabilística, por conveniência. Resultados:
A amostra é constituída por 32 mulheres com uma média de idades de 69,28±11,68, sendo que 59,4% se encontra casada e o marido/companheiro surge como o principal cuidador (46,9%) após a alta hospitalar. Após aplicação do programa de Enfermagem de Reabilitação verificou-se que houve um aumento do nível de independência nas AVD’s, da força muscular e da amplitude do movimento articular da articulação coxofemoral (flexão e extensão), assim como, melhoria no equilíbrio estático e dinâmico. Verificou-se também que existe relação estatisticamente significativa entre o nível de independência nas AVD’s e a flexão da articulação coxofemoral, o equilíbrio estático e dinâmico (POMA I- Teste de Tinetti), assim como, entre a flexão e a força muscular do membro inferior operado. Conclusão:
A implementação do programa de enfermagem de reabilitação pareceu ter contribuído para minimizar a dependência funcional nas pessoas submetidas a artroplastia total da anca e é determinante para uma recuperação rápida e eficaz.
Background:
In Portugal, the increase in average life expectancy is evident and consequently the increase in osteoarticular diseases, such as osteoarthritis of the hip, which has a significant impact on people's quality of life, especially if their consequences are not controlled. When conservative methods for treatment do not work, total hip arthroplasty emerges as the treatment of choice for pain relief, mobility limitation and muscle atrophy. For the success of this procedure, rehabilitation is essential, so the intervention of the Rehabilitation Nurses is essential as he has specific skills that allow him to act with the person, contributing to minimize dependence and promote functionality and autonomy in order to reintegrate the person undergoing Total Hip Arthroplasty into his life and society. Objective:
To identify the contribution of the Rehabilitation Nurse in the functional independence of the person undergoing Total Hip Arthroplasty. Methodology:
This is a quantitative, correlational, longitudinal and quasi-experimental study of a single group. The subjects of the sample were submitted to a rehabilitation nursing program, where a sociodemographic and clinical questionnaire was carried out before the intervention and after the intervention, the evaluation was made at 3 different moments (48 h after surgery, on the day of discharge and in the second postoperative week) using the following instruments: Barthel Scale, the Muscle Strength Scale, Medical Research Council Muscle Scale, POMA I- Tinetti test and goniometry, to assess joint amplitude. The sample (N=32) was obtained using a non-probabilistic sampling technique, by convenience. Results:
The sample consists of 32 women with a mean age of 69.28±11.68, 59.4% of whom are married and the husband/partner appears as the main caregiver (46.9%) after hospital discharge. After applying the Rehabilitation Nursing program, it was found that there was an increase in the level of independence in ADLs, muscle strength and range of joint motion of the hip joint (flexion and extension), as well as improvement in static and dynamic balance. It was also found that there is a statistically significant relationship between the level of independence in ADLs and flexion of the hip joint, static and dynamic balance (POMA I - Tinetti test), as well as between flexion and muscle strength of the operated lower limb. Conclusion:
The implementation of the rehabilitation nursing program seemed to have contributed to minimize functional dependence in people undergoing total hip arthroplasty and is decisive for a rapid and effective recovery.
