Construção e testagem de tecnologia para promoção da segurança medicamentosa em cenários de cuidado a pacientes críticos

Publication year: 2023

As dificuldades de identificação dos medicamentos administrados por linhas endovenosas são uma problemática que ganha destaque especial em ambientes de cuidados intensivos, pois a ocorrência de erros de identificação dessas linhas endovenosas pode gerar consequências clínicas e hemodinâmicas muito graves ao paciente crítico. O desenvolvimento de práticas adequadas de rotulagem pode diminuir tais erros de medicação e proporcionar ao profissional de enfermagem maior segurança na manipulação dos dispositivos de terapia endovenosa, particularmente envolvendo os medicamentos potencialmente perigosos. Diante disso, esta pesquisa teve como objetivo geral: Construir e testar rótulos para identificação das linhas endovenosas dos medicamentos potencialmente perigosos administrados em pacientes críticos. Tratou-se de um estudo de inovação tecnológica desenvolvido em duas fases: a primeira, de revisão de escopo, que mapeou na literatura o conhecimento existente sobre a rotulagem de dispositivos para administração de medicamentos endovenosos em pacientes críticos e, em seguida, construiu um protótipo de rótulo para linhas endovenosas de medicamentos potencialmente perigosos; e a segunda, experimental, no formato crossover, que testou a aplicabilidade do uso do rótulo em um cenário crítico simulado de múltiplas infusões endovenosas. A revisão de escopo realizou buscas até dezembro de 2022 em bases de dados, em sites de instituições e órgãos especializados. Os dados foram coletados em 11 artigos e 10 documentos provenientes da literatura cinza. Os dados foram extraídos por meio de um instrumento e, posteriormente, classificados, sumarizados e agregados para mapeamento do conhecimento. Na fase de testagem, 29 enfermeiros atuantes em terapia intensiva há mais de seis meses foram submetidos a dois cenários clínicos em ambiente simulado em laboratório, um com os rótulos construídos e o outro sem o rótulo. Nesses cenários, os enfermeiros deveriam cumprir as tarefas de identificação das medicações infundidas nas linhas endovenosas conectadas ao acesso venoso profundo do paciente crítico e de desconexão de uma linha específica. Os dados foram coletados mediante formulário estruturado no qual o participante registrava o nome dos medicamentos identificados e o pesquisador registrava o tempo gasto e o nome do medicamento presente na linha desconectada. Além disso, o participante respondeu a um questionário estruturado no qual avaliava o rótulo construído com base em uma escala Likert de concordância. Os desfechos analisados foram o erro na identificação dos medicamentos nas linhas endovenosas e o tempo gasto nessa identificação. Aplicaram-se a estatística descritiva, para a caracterização das variáveis, e o teste de Wilkoxon para avaliar a associação da intervenção com os desfechos, considerando o nível de significância de 5%. Para a análise da concordância, considerou-se uma escala de pontos organizada com base nas proposições do questionário que variou de 7 a 28 pontos (máxima concordância). Os resultados da revisão evidenciaram que a rotulagem padronizada dos dispositivos em relação à estrutura e design dos rótulos contribui para menos erros de identificação dos medicamentos, o desenvolvimento da rotulagem em menor tempo e a administração mais rápida dos medicamentos. Dentre as características levantadas dos rótulos de linhas endovenosas, destacaram-se: formato impresso; codificação por cor da classe 10 medicamentosa; diferenciação do tamanho das letras; material resistente; tamanho: 7cm de comprimento x 2,5cm de largura; informações: nome do medicamento, dose (em mg/ml e UI/ml) e data da troca da linha endovenosa; fonte Times New Roman tamanho 12. Os medicamentos potencialmente perigosos escolhidos foram Midazolam, Fentanil, Propofol, Noradrenalina, Heparina e Vasopressina. Na testagem do protótipo do rótulo os participantes desempenharam as tarefas de identificação dos medicamentos com e sem rótulos com a taxa média de erros semelhante. O Midazolam foi o único medicamento que obteve somente avaliação positiva com o rótulo, o que demonstrou uma tendência de maior benefício do uso do protótipo no desempenho do profissional em relação ao cenário sem o rótulo. Além disso, independente do cenário, 31% dos participantes tiveram erros na identificação dos medicamentos potencialmente perigosos. Por outro lado, a testagem comprovou que, com a utilização do rótulo construído ocorreu a redução do tempo na atividade de identificação. Dessa feita, o tempo gasto para a tarefa de identificação e desconexão da linha endovenosa foi significativamente menor no cenário com o rótulo. O escore de concordância dos participantes quanto às informações, design, estrutura e aplicabilidade do rótulo foi de 25 pontos, o que representou elevada concordância. Concluiu-se que o rótulo tem potencial de fortalecimento da segurança do sistema de medicação das instituições, podendo ser utilizado como tecnologia para prevenir os erros de identificação dos medicamentos potencialmente perigosos administrados por linhas endovenosas em pacientes críticos.
: Las dificultades en la identificación de los medicamentos administrados por vías endovenosas son una problemática que se presenta especialmente en ambientes de cuidados intensivo, debido a la concurrencia de errores a la hora de la identificación de estas vías, las cuales pueden generar consecuencias clínicas muy graves en el paciente crítico. El desenvolvimiento de las prácticas adecuadas de marcado puede disminuir éstos y a su vez proporcionar al profesional de enfermería una mayor seguridad en la manipulación de dispositivos de terapia endovenosa, particularmente rotulando los medicamentos potencialmente peligrosos. No obstante, esta investigación tuvo como objetivo general: construir y probar etiquetas para identificar las vías endovenosas de los medicamentos potencialmente peligrosos administrados em pacientes críticos. Por lo tanto, este estudio se basa en la innovación tecnológica dividida en dos partes: la primera, revisar el escopo que está presente en la literatura o bien sea el conocimiento ya existente sobre el etiquetado de dispositivos para la administración de medicamentos endovenosos en pacientes críticos. Asimismo, construir un prototipo de etiqueta para líneas endovenosas de medicamentos potencialmente peligrosos. La segunda, experimental, en un formato crossover, que probo el uso de la etiqueta en un escenario crítico simulado de múltiples infusiones endovenosas. La revisión del escopo de la investigación realizo búsquedas hasta diciembre del 2022 en base de datos, en sítios Web de instituciones y organismos especializados. Los datos fueron recolectados em 11 artículos y 10 documentos provenientes de la literatura gris. Los datos fueron extraídos por médio de un instrumento y posteriormente clasificados, resumidos y agregados para el mapeo del conocimiento. En la fase de prueba, 29 enfermeros que ejercen en la terapia intensiva hacen más de seis meses fueron sometidos a dos escenarios clínicos en un ambiente simulado em laboratorio, uno con etiquetas hechas y otro sin etiquetas. En estos escenarios, los enfermeros deberían cumplir las tareas de identificar los medicamentos a administrar en las vías endovenosas conectadas al acceso venoso central de los pacientes de cuidado crítico y de desconexión de una línea en especifica. Los datos fueron recolectados mediante un formulário estructurado en el cual el participante registraba el nombre de los medicamentos identificados y el investigador registraba el tiempo gastado y a su vez, el nombre del medicamento presente en la vía desconectada. Por otro lado, el participante responde a un cuestionario estructurado en el cual validaba el rótulo construido con base en la escala de concordancia de Likert. Los resultados analizados fueron el error de la identificación de los medicamentos en dichas líneas endovenosas y el tiempo gastado durante la identificación de los mismos. Se aplicó la estadística descriptiva, para la caracterización de las variables y la prueba de Wilkoxon para validar la asociación de dicha intervención con los resultados, considerando el nivel de significación del 5%. Para el análisis de concordancia, se consideró una escala de puntos 12 muy organizada com base em las proposiciones del cuestionario, ésta varió de 7 a 28 puntos (concordancia máxima.) Los resultados de la revisión comprobaron que la etiqueta organizada de los dispositivos em relación a la estructura de diseño de las etiquetas contribuyeron para menos errores de identificación de los medicamentos y al desenvolvimiento del etiquetado em menos tiempo, permitiendo así una administración más rápida de los medicamentos.

Dentro de las características a mencionar de las etiquetas de las vías endovenosas se hace hincapié:

etiquetas impresas, codificación por color de la clase del medicamento, diferenciación del tamaño de las letras, material resistente, el tamaño: 7cm de ancho x 2,5 de largo; información como el nombre del medicamento y la dosis (en mg/ml e UI/ml) y la fecha del cambio de la vía endovenosa; fuente Times New Roman tamaño 12. Los medicamentos seleccionados potencialmente peligrosos fueron Midazolam, Fentanil, Propofol, Noradrenalina, Heparina y Vasopresina. En la prueba del prototipo de la etiqueta los participantes desempeñaron la tarea de identificación de los medicamentos con y sin etiquetas, con una tasa de error similar. El Midazolam fue el único medicamento que obtuvo solamente una validación positiva con la etiqueta, ésta demostró una tendencia beneficiosa mayor a la hora de usar el prototipo en el desempeño del profesional en relación con el escenario en el que no se usaron etiquetas. Además, independientemente del escenario; 31% de los participantes tuvieron errores em la identificación de los medicamentos potencialmente peligrosos. Por otro lado, la prueba comprobó que la utilización de etiquetas tiene una repercusión directa en la reducción del tiempo de identificación del medicamento. De esa forma, el tiempo de gasto para la tarea de identificar. De esa forma, el tiempo de gasto para la tarea de identificación y desconexión de la línea endovenosa fue significativamente menor que en el escenario sin etiqueta. El puntaje de la concordancia de la participante em cuanto, a las informaciones, diseño, estructura e aplicación de la etiqueta fue de 25 puntos, lo que represento una concordancia elevada. Por lo tanto, se concluyó que la etiqueta tiene un fortalecimiento potencial a la hora de fortalecer la seguridad del sistema de medicación de las instituciones, pudiendo así ser utilizado como tecnología para prevenir los errores de identificación de los medicamentos potencialmente peligrosos administrados por las vías endovenosas de los pacientes críticos.
Difficulties in identifying medications administered through intravenous lines are problems that receive special attention in intensive care environments, as the probability of errors made in identifying these intravenous lines can have potentially fatal effects on clinical and hemodynamic consequences for critically ill patients. The development of appropriate labeling practices can reduce such medication errors and provide caregivers with higher safety when managing intravenous treatment devices, particularly those containing potentially dangerous medications. Therefore, the general objective of this research was: design and testing of labels to identify intravenous lines of potentially dangerous medications administered to critically ill patients.

This was a technological innovation study developed in two phases:

the first, a scoping review, aimed to map out an existing knowledge in the literature on the labeling of devices for administering intravenous medications to critically ill patients and then built a prototype label for intravenous lines of potentially dangerous medications; and the second, experimental, in crossover format, which tested the applicability of using the label in a simulated critical scenario involving multiple intravenous infusions. The scoping review includes findings of databases, institutional websites, and professional organizations until December 2022. Data were collected from 11 articles and 10 gray literature documents. Data were extracted using a tool before being classified, summarized, and aggregated for knowledge mapping. During the testing phase, two clinical scenarios — one with the built labels and one without — were presented to 29 ICU nurses with over six months of experience in a simulated laboratory setting. In these scenarios, the nurses were asked to identify the medications infused into the intravenous lines connected to the critical patient's deep venous access and to disconnect a specific line. Data were collected using a structured form in which the participant recorded the name of the identified medication, while the researcher recorded the time and name of the medication present in the disconnected line. In addition, the participant responded to a structured questionnaire in which they rated the constructed label based on a Likert scale of agreement. The analysis then focused on the amount of time and error that occurred throughout the process of recognizing drugs in intravenous lines. The variables were characterized using descriptive statistics and the Wilcoxon test was used to evaluate the association between the intervention and the results, considering a significance level of 5%. To analyze the agreement, a point scale was considered, organized based on the propositions of the questionnaire, ranging from 7 to 28 points (maximum agreement). The review's findings demonstrated how standardizing device labeling, both in terms of layout and design, can reduce medication identification errors, speed up the process of creating new labels, and administer prescriptions more quickly. Among the characteristics identified for intravenous line labels, the following stood out: printed format; color coding of drug class; differentiation of letter sizes; resistant material; size: 7 cm long x 2.5 cm wide; information: name of drug, dose (in mg/ml and IU/ml) and date of intravenous line change; Times New Roman, size 12. The potentially dangerous drugs selected were Midazolam, Fentanyl, Propofol, Norepinephrine, Heparin, and Vasopressin. When testing the label prototype, participants performed the tasks of identifying the drugs with 14 and without labels with a similar average error rate. Midazolam was the only drug that received a positive rating only with the label, indicating a trend toward greater benefit of using the prototype on expert performance compared to the scenario without the label. In addition, regardless of the scenario, 31% of participants misidentified potentially dangerous medications. On the other hand, the tests showed that the use of the constructed label reduced the time spent in the identification activity. Therefore, the time to identify and disconnect the intravenous line was significantly shorter in the label scenario. The participants' agreement score regarding the information, design, structure, and applicability of the label was 25 points, which represented a high level of agreement. It was concluded that the label has the potential to strengthen the safety of the institution's medication system and serve as a technological tool to prevent errors in identifying potentially dangerous medications administered through intravenous lines to critically ill patients.