Boas práticas em neonatologia para o alívio da dor em recém-nascidos hospitalizados
Best practices in neonatology for pain relief in hospitalized newborns

Publication year: 2022

Introdução:

O aumento do conhecimento científico e tecnológico na neonatologia tem sido um fator determinante para sobrevida e melhor qualidade de vida do recém nascido que necessita de internamento intensivo, porém, durante a hospitalização, o neonato é exposto a realização de técnicas e procedimentos invasivos, dolorosos e desconfortáveis, que desencadeiam consequências negativas físicas, psíquicas e cognitivas. As terapias de cuidado dos recém-nascidos internados acontecem através do toque e da manipulação, muitas vezes excessivos da equipe multidisciplinar, e evidenciam a necessidade de uma rotina de boas práticas que sejam adequadas à necessidade desses pacientes, focalizando a prevenção e o alívio de sua dor. Neste sentido, o estudo tem como pergunta: Quais as boas práticas em neonatologia usadas para o alívio da dor em recém-nascidos hospitalizados?. Objetivos Verificar quais práticas de alívio da dor são descritas nos prontuários eletrônicos dos recémnascidos pela equipe de saúde; Verificar a frequência com que são descritas as práticas de alívio da dor nos prontuários eletrônicos dos recém-nascidos pela equipe de saúde; Identificar o tipo e frequência de procedimentos invasivos aos quais os recém nascidos internados na UTIN são submetidos; Verificar as intervenções farmacológicas implementadas para o alívio da dor dos recém nascidos internados na UTIN.

Método:

Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, de abordagem quantitativa que foi realizado em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) de um hospital que presta serviço para o Sistema Único de Saúde (SUS) da região metropolitana de Curitiba-PR. Para análise, os dados foram coletados, descritos e tabulados em planilha elaborada no software Microsoft Excel®, posteriormente foi realizada análise descritiva dos dados com frequências simples e relativas das variáveis, estimativas da média, mediana, desvio padrão e intervalo interquartil. Também foram analisadas as práticas de alívio da dor e as práticas de alívio da dor segundo internação prolongada. Para melhor visualização dessas análises, foram produzidos gráficos de barras percentuais, gráficos de barras para a média e boxplots. O nível de significância utilizado foi de 5% e todas as análises foram realizadas no ambiente R 4.0.4.

Resultados:

Foram analisados 386 prontuários, dos quais 67,6% eram de recém-nascidos prematuros, e os demais termos. Com um internamento médio de 25,5 dias. Em 100% dos prontuários os recém-nascidos pesquisados sofreram estímulos dolorosos, através de punção de calcâneo e arterial, numa frequência média de 9,2 vezes, entre outros procedimentos dolorosos. Para 27,9% dos pacientes foram prescritos analgésicos ou esquema de sedação. O estímulo à amamentação foi a boa prática mais observada neste estudo com 86,1%, seguida do contato pele a pele 66,5%, já a sucção não nutritiva obteve apenas 9,1% dos registros em prontuários. O enfermeiro foi o profissional que mais prescreveu boas práticas aos pacientes da UTI (43,7%). Esta UTI dispõe de escala de dor, porém em 100% dos prontuários ela não foi utilizada, e em 13,7% dos prontuários estudados houve registro de dor dos neonatos.

Conclusão:

As boas práticas para alívio da dor, assim como escalas para avaliação, possuem baixa documentação. Observou-se que em internações prolongadas as boas práticas tendiam a ser mais observadas e prescritas.

Introduction:

The increase in scientific and technological knowledge in neonatology has been a determining factor for survival and better quality of life for newborns who need intensive hospitalization, however, during this period, the newborn is exposed to painful and uncomfortable techniques and procedures, which trigger negative physical, psychological and cognitive consequences. The therapies for hospitalized newborns are delivered through the touch and manipulation, often excessive by the multidisciplinary team, and it put in evidence the need for a routine of best practices adapted to the needs of these patients, focusing on the prevention and relief of their pain. In this way, the study asks: What are the best practices in neonatology used for pain relief in hospitalized newborns?.

Objectives:

Verifying which pain relief practices are described by the health team professionals in the electronic medical records of newborns; Verifying the frequency which pain relief practices are described health team professionals in the electronic medical records of newborns; To identify the type and frequency of invasive procedures which newborns hospitalized in the NICU are submitted; Verifying the pharmacological interventions implemented to relieve the pain of newborns hospitalized in the NICU.

Method:

This is a retrospective, descriptive study with a quantitative approach that was carried out in a Neonatal Intensive Care Unit (NICU) of a hospital that provides services to the Unified Health System (SUS) in the metropolitan region of Curitiba-PR. For analysis, the data were collected, described and tabulated in a spreadsheet prepared in Microsoft Excel® software, followed by a descriptive analysis of the data with simple and relative frequencies of the variables, estimates of the mean, median, standard deviation and interquartile range. Pain relief practices and pain relief practices according to prolonged hospitalization were also analyzed. A better visualization of these analyses, bar graphs and boxplots were produced. The significance level of 5% was used and all analyzes were performed in the R 4.0.4 environment.

Results:

A total of 386 medical records were analyzed, of which 67.6% were of premature newborns, with an average hospitalization of 25.5 days. In 100% of the medical records, the researched newborns had a painful stimulus, through puncture of the calcaneus and arterial, in an average frequency of 9.2 times, among other painful procedures. For 27.9% of the patients, analgesics or a sedation regimen were prescribed. Encouraging breastfeeding was the best practice most observed in this study, with 86.1%, followed by skin-to-skin contact with 66.5%, while non-nutritive sucking obtained only 9.1% of records in medical records. The nurse was the professional who most prescribed the best practices to ICU patients (43.7%). This ICU has a pain scale, but it was not used in 100% of the clinical records, and in 13.7% of them there was some information about pain in newborns.

Conclusion:

The best practices for pain relief, as well as the use of scales for evaluation, have low documentation. It was observed that in prolonged hospitalizations, the best practices tended to be more observed and prescribed.