Publication year: 2023
Introdução:
Nas últimas décadas, pode-se observar alterações na ocorrência e distribuição das doenças no mundo. A mudança no estilo de vida, alterações no modo de vida e convivência em sociedade levaram ao processo conhecido como transição epidemiológica. Neste processo, ocorreu melhoria potencial nas condições estruturantes de vida, como o aumento da oferta de saneamento básico nos centros urbanos e rurais e aumento de ações preventivas como a ampla distribuição de vacinas para prevenção primária. O impacto direto foi o aumento da expectativa de vida, expansão de Doenças Crônicas Não TransmissÃveis e diminuição na ocorrência de doenças transmissÃveis. Por outro lado, as alterações sociais, que propiciaram o aumento da expectativa de vida, também podem ser consideradas como fatores que propiciaram o crescimento de Doenças Crônicas Não TransmissÃveis, como a diabetes, que quando não controlada ao longo da vida, provocam graves comorbidades como insuficiência renal, doença arterial periférica, problemas na retina, entre outros, que levam a incapacidades do indivÃduo, piora a qualidade de vida e aumento dos custos em saúde. Objetivo:
Verificar a efetividade do uso do atendimento remoto pelo enfermeiro(a) para o cuidado de pacientes com diagnóstico de Diabetes Mellitus. Metodologia:
A presente pesquisa se enquadra como revisão sistemática organizada em cinco etapas. Realizou-se uma análise exploratória da literatura para entendimento dos estudos publicados que versavam sobre atendimento remoto realizado por enfermeiras(os) tendo como foco pacientes adultos com Condições SensÃveis à Atenção Primária. A revisão sistemática da literatura foi conduzida utilizando o recurso avançado de busca dos seguintes repositórios:
Scopus e PubMed. A partir de alguns estudos de referência, foi utilizado a estratégia PICO para elaboração e refinamento da pergunta de pesquisa. Resultados:
Após aplicação de critérios de qualidade do documento e representatividade frente ao tema de interesse do estudo, foram identificados 247 artigos, que após análise aplicando os critérios de qualidade, obtivemos 62 artigos, que foram lidos na Ãntegra. Quanto à distribuição geográfica, fica clara a alta representatividade de estudos desenvolvidos e publicados por pesquisadores do Hemisfério Norte com grande destaque para os Estados Unidos (19), Reino Unido (10) e Dinamarca (5). O Brasil integra a discussão com duas publicações sendo consideradas para o contexto do estudo. O teleconsulta através de videoconferências foi o processo mais frequentemente utilizado nos estudos mapeados (n=26), seguido de atendimentos por chamadas telefônicas (n=24). Devido à natureza do contato, teleatendimentos realizados por SMS ou telemonitoramento por meio de aplicações estiveram mais vinculados a um segundo método de acompanhamento remoto. Conclusão:
Notou-se que o cuidado remoto se apresenta como uma forma efetiva para manejo da diabetes mellitus, observada por meio de melhora de indicadores como hemoglobina glicada, controle de glicose e ponderal, além de influenciar positivamente no engajamento e autogestão da saúde e hábitos de vida dos grupos de intervenção. O cuidado remoto pode ser uma prerrogativa para ampliar o acesso, a equidade, a qualidade e a relação custo-efetividade no atendimento de pacientes com diabetes mellitus.
Introduction:
In recent decades, changes in the occurrence and distribution of diseases worldwide have been observed. Changes in lifestyle, living conditions, and social interaction have led to a process known as epidemiological transition. In this process, there has been a potential improvement in the underlying living conditions, such as increased availability of sanitation in urban and rural areas and expanded preventive actions like widespread distribution of vaccines for primary prevention. The direct impact has been an increase in life expectancy, an expansion of Non-Communicable Chronic Diseases, and a decrease in the occurrence of communicable diseases. On the other hand, the social changes that have contributed to increased life expectancy can also be considered factors that have contributed to the growth of Non-Communicable Chronic Diseases, such as diabetes. When left uncontrolled, diabetes can lead to severe comorbidities such as renal failure, peripheral arterial disease, retinal problems, among others, which result in individual disabilities, worsen quality of life, and increase healthcare costs. Objective:
To assess the effectiveness of remote nursing care for patients diagnosed with Diabetes Mellitus. Methodology:
This study is a systematic review organized into five stages. An exploratory analysis of the literature was conducted to understand published studies on remote care provided by nurses for adult patients with Conditions Sensitive to Primary Care. The systematic review of the literature was carried out using advanced search features in the Scopus and PubMed databases. Based on selected reference studies, the PICO strategy was employed for the development and refinement of the research question. Results:
After applying document quality criteria and relevance to the study's topic of interest, 247 articles were identified, out of which 62 articles were deemed eligible for full-text reading. In terms of geographical distribution, there is a clear predominance of studies developed and published by researchers from the Northern Hemisphere, with notable contributions from the United States (19), United Kingdom (10), and Denmark (5). Brazil contributed to the discussion with two relevant publications for the study's context. Videoconference teleconsultation was the most frequently used telemonitoring method in the mapped studies (n=26), followed by telephone calls (n=24). Due to the nature of contact, teleconsultations through SMS or telemonitoring through applications were more closely associated with a secondary method of remote monitoring. Conclusion:
Remote care proves to be an effective approach for managing diabetes mellitus, as evidenced by improvements in indicators such as glycated hemoglobin, glucose and weight control, and positive influences on engagement, self-management of health, and lifestyle habits in the intervention groups. Remote care can be a prerogative to enhance access, equity, quality, and cost-effectiveness in the care of patients with diabetes mellitus.
