Vivenciar a menopausa: contributos para a intervenção do enfermeiro de saúde familiar
Publication year: 2401
stima-se que em 2030, a nível mundial, aproximadamente um bilhão e duzentas mil mulheres estarão na menopausa. Esta, ocorre, em média, por volta dos 50 anos de idade, sendo uma das principais transições na vida das mulheres, trazendo mudanças e desafios nas várias dimensões biopsicossocioculturais, nomeadamente nas suas relações familiares. O Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária na área da Enfermagem de Saúde Familiar (EEECESF) poderá desempenhar um papel crucial neste período, no entanto necessita compreender os padrões desta transição e os fatores que influenciam o bem-estar destas mulheres, e suas famílias, para promover uma transição saudável nesta fase. A compreensão do impacto da menopausa, em contexto familiar, é essencial para desenvolver estratégias e intervenções que visem prevenir e minorar as alterações associadas a este período, melhorando a qualidade de vida das mulheres e o bem-estar das suas famílias. Portanto, a menopausa deve ser abordada não apenas do ponto de vista da saúde individual da mulher, mas também nas relações familiares. Com o objetivo de caracterizar a vivência da menopausa nas mulheres inscritas na Unidade de Saúde Familiar Manuel Rocha Peixoto (USF MRP) e a sua perceção sobre os contributos da consulta do enfermeiro de família nesta área, desenvolveu-se um estudo de natureza quantitativa, do tipo descritivo, observacional, com coorte transversal. Utilizou-se uma amostra não probabilística acidental constituída por 78 mulheres, entre os 46 e os 60 anos a vivenciar a menopausa, inscritas na USF MRP, onde se desenvolveu o Estágio de Natureza Profissional com Relatório Final. A colheita de dados foi realizada através de um questionário, elaborado pela autora do estudo. Os resultados permitiram verificar que, nesta amostra, com uma média de idades de 52,3 ± 3,46 anos, a maioria das mulheres tinha concluído o ensino básico, era casada e a média de idade da última menstruação era de 49,2 ± 3,16. Os resultados permitiram concluir que as mulheres consideraram que a menopausa comprometia a sua vida familiar e apesar de terem conhecimentos sobre esta fase da vida, pretendiam obter mais informações acerca desta temática junto do seu enfermeiro de família. Estas conclusões apontam para a necessidade de uma abordagem mais proativa e integrada no cuidado à saúde das mulheres e famílias durante a menopausa. Isto inclui a promoção de estilos de vida saudáveis, o acesso alargado a informações e suporte profissional, e a valorização do papel dos EEECESF na educação e apoio durante esta fase da vida.
It is estimated that in 2030, worldwide, approximately one billion and two hundred thousand women will be in menopause. This occurs, on average, around 50 years of age, being one of the main transitions in women's lives, bringing changes and challenges in the various biopsychosocial-cultural dimensions, particularly in their family relationships. The Nurse Specialist in Community Nursing in the area of Family Health Nursing (EEECESF) can play a crucial role in this period, however, they need to understand the patterns of this transition and the factors that influence the well-being of these women, and their families, to promote a healthy transition at this stage. Understanding the impact of menopause, in a family context, is essential to develop strategies and interventions that aim to prevent and alleviate the changes associated with this period, improving women's quality of life and the well-being of their families. Therefore, menopause must be approached not only from the point of view of a woman's individual health, but also in family relationships. With the aim of characterizing the experience of menopause in women registered at the Manuel Rocha Peixoto Family Health Unit (USF MRP) and their perception of the contributions of family nurse consultations in this area, a quantitative study was developed, from descriptive, observational type, with cross-sectional cohort. An accidental non-probabilistic sample was used, consisting of 78 women, between 46 and 60 years old, experiencing menopause, enrolled at USF MRP, where the Professional Nature Internship with Final Report was developed. Data collection was carried out through a questionnaire, prepared by the study author. The results allowed us to verify that, in this sample, with an average age of 52.3 ± 3.46 years, the majority of women had completed basic education, were married and the average age at the last menstruation was 49.2 ± 3.16. The results allowed us to conclude that women considered that menopause compromised their family life and despite having knowledge about this stage of life, they wanted to obtain more information about this topic from their family nurse. These conclusions point to the need for a more proactive and integrated approach to the health care of women and families during menopause. This includes promoting healthy lifestyles, expanded access to information and professional support, and valuing the role of EEECESF in education and support during this stage of life.
