Publication year: 2023
Introdução:
Os cuidados com os pacientes oncológicos representam um desafio para a saúde pública. Estão incluídos os sintomas, inerentes ao diagnóstico do câncer e tratamento clínico, que contemplam radioterapia e quimioterapia como práticas de tratamento recorrentes, mas também os efeitos colaterais de tais tratamentos. Entre eles, os distúrbios do sono figuram como uma das alterações mais frequentemente relatadas pelos pacientes. Em contrapartida, a literatura carece de informações mais acuradas sobre esse distúrbio, ou mesmo sobre práticas voltadas ao cuidado do paciente, que favoreçam a amenização de tais sintomas. Objetivo:
Esta pesquisa propõe uma revisão sistemática, para avaliar e comparar a eficácia de intervenções não-farmacológicas no manejo de distúrbios do sono em pacientes oncológicos. Pretende-se contribuir para a definição de instrumentos de mensuração e avaliação precoce dos distúrbios do sono neste grupo, visando a aplicação de intervenções eficazes para o cuidado. Método:
O percurso metodológico foi baseado nos critérios definidos para a efetividade das revisões sistemáticas, conforme Joanna Briggs Institute (JBI), e lato de achados científicos, conforme método do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Metaanalyses (PRISMA). Como critérios de inclusão no banco de dados, consideraram-se os fatores: estudos com adultos, sem limite temporal ou de idioma, publicações disponíveis na íntegra, sendo ensaios clínicos experimentais ou quaseexperimentais, e que avaliassem distúrbios do sono, fadiga, depressão e dor na população de interesse. Foram usadas as bases de dados CINAHL, Cochrane Library, Embase, Pubmed, Scopus, Portal CAPES e Web of Science. A seleção dos estudos, a análise e a extração dos dados foram realizadas por dois pesquisadores, simultaneamente, investigando-se as divergências encontradas entre ambos para a composição do banco de dados. Resultados:
Dos 364 estudos previamente identificados, quatro foram inclusos na revisão, pois se tratava de estudos clínicos que avaliaram eficácia de tratamento não-farmacológico em desfechos de qualidade do sono e fadiga em pacientes oncológicos. De acordo com os critérios de elegibilidade, não foram identificados estudos com clusters de dor e depressão associados ao sono em pacientes com câncer em tratamento oncológico. A avaliação da qualidade metodológica dos estudos demonstra que quatro deles não alcançaram resultado satisfatório, classificado como baixa qualidade metodológica. Três foram os instrumentos usados pelos autores para avaliar a qualidade de sono:
Actigrafia, Índice de Qualidade do Sono de Pittsburg e Escala de Sono Verran e Snyder-Halpern. Já a fadiga foi investigada em três estudos, com os instrumentos, Inventário Breve de Fadiga, Escala de Fadiga de Piper e questionário subjetivo. Conclusões:
Os achados contribuem para a avaliação da qualidade do sono e fadiga por instrumentos que orientem boas práticas interventivas e nãofarmacológicas. As duas práticas que se destacam são a acupressão do ponto auricular (distúrbio do sono) e relaxamento muscular progressivo (fadiga). Esses resultados já direcionam os profissionais para ações que têm caráter promissor da qualidade do sono e fadiga do paciente oncológico.
Introduction:
The care of cancer patients represents a challenge to public health. Included are the symptoms, inherent to the diagnosis of cancer and clinical treatment, which contemplate radiotherapy and chemotherapy as recurrent treatment practices, but also the side effects of such treatments. Among them, sleep disturbances figure as one of the alterations most frequently reported by patients. On the other hand, the literature lacks more accurate information about this disorder, or even about practices aimed at patient care that favor the alleviation of such symptoms. Objective:
This research proposes a systematic review to evaluate and compare the efficacy of non-pharmacologic interventions in the management of sleep disorders in cancer patients. It intends to contribute to the definition of tools for measurement and early assessment of sleep disorders in this group, aiming at the application of effective interventions for care. Method:
The methodological path was based on the criteria defined for the effectiveness of systematic reviews, according to the Joanna Briggs Institute (JBI), and broad scientific findings, according to the Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Metaanalyses (PRISMA) method. The inclusion criteria for the database were:
studies with adults, without time or language limits, publications available in full, experimental or quasi-experimental clinical trials, and that evaluated sleep disorders, fatigue, depression, and pain in the population of interest. The databases CINAHL, Cochrane Library, Embase, Pubmed, Scopus, Portal CAPES and Web of Science were used. The selection of the studies, the analysis and the extraction of the data were carried out by two researchers, simultaneously, investigating the divergences found between both for the composition of the database. Results:
Of the 364 studies previously identified, four were included in the review, as these were clinical studies that evaluated efficacy of non-pharmacological treatment on sleep quality and fatigue outcomes in cancer patients. According to the eligibility criteria, no studies with clusters of pain and depression associated with sleep in cancer patients undergoing cancer treatment were identified. Evaluation of the methodological quality of the studies shows that four of them did not achieve a satisfactory result, classified as low methodological quality. Three were the instruments used by the authors to evaluate sleep quality:
Actigraphy, Pittsburg Sleep Quality Index, and Verran and Snyder-Halpern Sleep Scale. Fatigue was investigated in three studies with the instruments Brief Fatigue Inventory, Piper Fatigue Scale and a subjective questionnaire. Conclusions:
The findings contribute to the evaluation of sleep quality and fatigue by instruments that guide good interventional and non-pharmacological practices. The two practices that stand out are the auricular point acupressure (sleep disturbance) and progressive muscle relaxation (fatigue). These results already direct professionals to actions that have a promising character for the quality of sleep and fatigue in cancer patients.