Famílias com filhos adolescentes: Desafios ao processo familiar

Publication year: 2024

Na Enfermagem de Saúde Familiar os cuidados de enfermagem são centrados na unidade familiar, concebendo a família como uma unidade em transformação, promovendo a sua capacitação perante as exigências decorrentes das transições que ocorrem ao longo do seu ciclo vital. A adolescência é uma fase do ciclo vital caracterizada por mudanças, desejos e anseios de descoberta, autonomia e independência. São vários os desafios que se colocam a uma família com filhos adolescentes, que ao vivenciar esta etapa modifica-se estrutural e funcionalmente, de forma a favorecer a (re) adaptação e (re) negociação dos papéis familiares, e a (re) definição dos limites.

Objetivos:

Descrever de forma critica e reflexiva as atividades realizadas e a aquisição de competências específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Familiar e as competências comuns do Enfermeiro Especialista; efetuar um estudo de investigação designado ?Famílias com Filhos Adolescentes: Desafios ao processo familiar?, com o objetivo de analisar como ter filhos adolescentes interfere no processo familiar.

Metodologia:

Na atividade clínica, efetuou-se a avaliação e intervenção familiar nas consultas de enfermagem, suportada pela aplicação de instrumentos de avaliação como o Modelo Dinâmico de Avaliação e Intervenção Familiar, baseado no Modelo de Calgary de Avaliação da Família. Na atividade de investigação, realizou-se um estudo qualitativo, descritivo, exploratório e transversal. Entrevistaram-se cinco famílias, utilizando um guião de entrevista semiestruturada e a aplicação da Escala de APGAR Familiar de Smilkstein.

Conclusão:

Os resultados do estudo evidenciam que, embora cada família apresente características únicas, as FFA enfrentam desafios semelhantes, tais como a renegociação dos limites, a redefinição dos papéis parentais e conjugais e a necessidade de encontrar um equilíbrio entre o controlo e a autonomia dos filhos. A flexibilidade e a capacidade de adaptação, tanto dos pais como dos filhos, são essenciais para a manutenção da funcionalidade familiar durante esta etapa. Neste contexto, o EE desempenha um papel crucial, não só como facilitador de intervenções clínicas e educativas, mas também como mediador nos processos de comunicação e resolução de conflitos dentro do sistema familiar.