Violência contra a mulher: conhecimentos, atitudes e práticas de estudantes de graduação em enfermagem

Publication year: 2024

Introdução:

Desde o início dos tempos, a violência existe, apresentando-se sob diferentes formas, cada vez mais complexas, fragmentadas e articuladas. A violência é mutante, pois sofre influência de épocas, locais, circunstâncias e realidades de diferentes aspectos. Enquanto problema social, manifesta-se atingindo a mulher desde fisicamente até mesmo emocionalmente. Devido às consequências desta e seu impacto na sociedade, podemos considerá-la uma grave violação dos direitos humanos, bem como um problema de saúde pública.

Objetivos:

Objetivo geral: Investigar o conhecimento, atitudes e práticas dos estudantes de Enfermagem do 5º período da Escola de Enfermagem Anna Nery sobre violência contra a mulher.

Objetivos específicos:

a) mensurar o conhecimento, atitudes e práticas dos estudantes de Enfermagem sobre violência contra a mulher durante a graduação em Enfermagem da Escola Anna Nery; b) descrever como se deu a inserção da temática violência contra a mulher no currículo de graduação em Enfermagem da Escola Anna Nery de acordo com a vivência desses estudantes.

Método:

Trata-se de um estudo avaliativo, do tipo descritivo, de corte transversal, inferencial com abordagem quantitativa e utilização do Inquérito Conhecimento, Atitude e Prática, desenvolvido na Escola de Enfermagem Anna Nery, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os participantes do estudo foram alunos a partir dos 18 anos de idade que, na ocasião da coleta de dados, tinham a matrícula ativa e estavam cursando os Programas Curriculares Interdepartamentais VI e VII; a turma totalizava 76 alunos; destes, 62 optaram por participar voluntariamente da pesquisa. O link do questionário foi enviado para os representantes das turmas para sua divulgação.

Resultados:

O perfil sociodemográfico das estudantes de Enfermagem participantes da pesquisa revelou uma predominância de mulheres jovens, solteiras e sem filhos, com idade entre 19 e 24 anos. A maioria se identifica como branca e católica, com renda familiar entre 1 e 2 saláriosmínimos. Quanto à situação profissional, a maioria se dedica exclusivamente aos estudos. Sobre a análise do conhecimento, atitudes e práticas dos alunos de graduação em Enfermagem da Escola Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro, no caso do conhecimento, foi considerado adequado, pois ultrapassou 50% em cada esfera. O Conhecimento destes corresponde a 87% do que se espera enquanto enfermeiro, o que representa 54 participantes da pesquisa. A Atitude teve um percentual mais elevado, chegando ao patamar de 92% dos entrevistados, o que equivale a 57 acadêmicos; a Prática surge com os valores mínimos, totalizando um percentual de 76% ou 47 acadêmicos com esta adequada, reflexo da falta de estágio no âmbito ambulatorial e hospitalar ou ambientes especializados.

Considerações finais:

A pesquisa sugere a necessidade de uma abordagem mais crítica e interseccional, que considere as complexas relações de poder e as desigualdades sociais que permeiam a violência contra a mulher, pois a ausência de uma perspectiva interseccional na formação dos enfermeiros impede uma compreensão integral das diversas formas de violência que as mulheres sofrem, como a violência racial, de classe e homofóbica. A formação tradicional em Enfermagem, centrada em um modelo biomédico – que não é caso específico da Escola Anna Nery, não prepara os profissionais para lidar com a complexidade da violência, que envolve aspectos sociais, psicológicos e culturais.

Introduction:

Since the beginning of time, violence has existed, presenting itself in different, increasingly complex, fragmented, and articulated forms. Violence is mutable, as it is influenced by eras, places, circumstances, and realities of different aspects. As a social problem, it manifests itself by affecting women from physical to emotional levels. Due to its consequences and its impact on society, we can consider it a serious violation of human rights, as well as a public health problem.

Objectives:

General objective: To investigate the knowledge, attitudes, and practices of 5th-year nursing students at the Anna Nery School of Nursing regarding violence against women.

Specific objectives:

a) to measure the knowledge, attitudes, and practices of nursing students regarding violence against women during the nursing undergraduate program at the Anna Nery School; b) to describe how the theme of violence against women was inserted into the nursing undergraduate curriculum at the Anna Nery School according to the experience of these students.

Method:

This is an evaluative study, of the descriptive type, cross-sectional, inferential with a quantitative approach and use of the Knowledge, Attitude, and Practice Survey, developed at the Anna Nery School of Nursing, Federal University of Rio de Janeiro. The study participants were students aged 18 years or older who, at the time of data collection, had active enrolment and were enrolled in Interdepartmental Curricular Programs VI and VII; the total class consisted of 76 students; of these, 62 chose to participate voluntarily in the research. The questionnaire link was sent to the class representatives for dissemination.

Results:

The sociodemographic profile of the nursing students participating in the research revealed a predominance of young, single, childless women, aged between 19 and 24 years. The majority identify as white and Catholic, with a family income between 1 and 2 minimum wages. Regarding professional status, most are exclusively dedicated to their studies. Regarding the analysis of the knowledge, attitudes, and practices of undergraduate nursing students at the Anna Nery School of Nursing, Federal University of Rio de Janeiro, in the case of knowledge, it was considered adequate, as it exceeded 50% in each sphere. The Knowledge of these corresponds to 87% of what is expected as a nurse, which represents 54 participants in the research. The Attitude had a higher percentage, reaching 92% of the interviewees, which is equivalent to 57 academics; the Practice emerges with the minimum values, totalling a percentage of 76% or 47 academics with this adequate, reflecting the lack of internships in outpatient and hospital settings or specialized environments.

Final considerations:

The research suggests the need for a more critical and intersectional approach that considers the complex power relations and social inequalities that permeate violence against women, as the absence of an intersectional perspective in the training of nurses prevents a comprehensive understanding of the diverse forms of violence that women suffer, such as racial, class, and homophobic violence. Traditional nursing training, cantered on a biomedical model - which is not specific to Anna Nery School, does not prepare professionals to deal with the complexity of violence, which involves social, psychological, and cultural aspects.

Introducción:

Desde el principio de los tiempos, la violencia ha existido, presentándose de diferentes formas, cada vez más complejas, fragmentadas y articuladas. La violencia es mutante, ya que sufre influencia de épocas, lugares, circunstancias y realidades de diferentes aspectos. Como problema social, se manifiesta afectando a la mujer desde lo físico hasta lo emocional. Debido a sus consecuencias y su impacto en la sociedad, podemos considerarla una grave violación de los derechos humanos, así como un problema de salud pública.

Objetivos:

Objetivo general: Investigar el conocimiento, las actitudes y las prácticas de las estudiantes de enfermería de 5º año de la Escuela de Enfermería Anna Nery sobre la violencia contra la mujer.

Objetivos específicos:

a) medir el conocimiento, las actitudes y las prácticas de las estudiantes de enfermería sobre la violencia contra la mujer durante la carrera de enfermería en la Escuela Anna Nery; b) describir cómo se dio la inserción de la temática violencia contra la mujer en el currículo de la carrera de enfermería de la Escuela Anna Nery según la experiencia de estas estudiantes.

Método:

Se trata de un estudio evaluativo, de tipo descriptivo, transversal, inferencial con un enfoque cuantitativo y la utilización del Cuestionario de Conocimiento, Actitud y Práctica, desarrollado en la Escuela de Enfermería Anna Nery, de la Universidad Federal de Río de Janeiro. Las participantes del estudio fueron alumnas a partir de los 18 años de edad que en el momento de la recolección de datos, tenían la matrícula activa y estaban cursando los Programas Curriculares Interdepartamentales VI y VII; el total de la clase fue de 76 alumnas; de ellas, 62 optaron por participar voluntariamente en la investigación. El enlace del cuestionario fue enviado a los representantes de las clases para su difusión.

Resultados:

El perfil sociodemográfico de las estudiantes de enfermería participantes de la investigación reveló una predominancia de mujeres jóvenes, solteras y sin hijos, con edades entre 19 y 24 años. La mayoría se identifica como blanca y católica, con un ingreso familiar entre 1 y 2 salarios mínimos. En cuanto a la situación laboral, la mayoría se dedica exclusivamente a los estudios. Sobre el análisis del conocimiento, las actitudes y las prácticas de las alumnas de la carrera de enfermería de la Escuela Anna Nery, en el caso del conocimiento, fue considerado adecuado, ya que superó el 50% en cada esfera. El Conocimiento de estas corresponde al 87% de lo que se espera como enfermera, lo que representa a 54 participantes de la investigación. La Actitud tuvo un porcentaje más elevado, alcanzando el nivel del 92% de las entrevistadas, lo que equivale a 57 académicas; la Práctica surge con los valores mínimos, totalizando un porcentaje de 76% o 47 académicas con esta adecuada, reflejo de la falta de prácticas en el ámbito ambulatorio y hospitalario o ambientes especializados.

Consideraciones finales:

La investigación sugiere la necesidad de un enfoque más crítico e interseccional, que considere las complejas relaciones de poder y las desigualdades sociales que permean la violencia contra la mujer, ya que la ausencia de una perspectiva interseccional en la formación de las enfermeras impide una comprensión integral de las diversas formas de violencia que sufren las mujeres, como la violencia racial, de clase y homofóbica. La formación tradicional en enfermería, centrada en un modelo biomédico - que no es un caso específico de la Escuela Anna Nery, no prepara a las profesionales para lidiar con la complejidad de la violencia, que involucra aspectos sociales, psicológicos y culturales.