Publication year: 2023
Introdução:
Com o aparecimento do coronavírus (COVID-19), uma emergência global se instalou e, consequentemente, todos, no mundo todo, foram afetados. Preocupações crescentes foram vivenciadas frente ao estresse enfrentado pelas famílias durante a pandemia da COVID19, especialmente em famílias com crianças, as quais necessitaram se adequar às demandas dos filhos para desempenharem suas funções e manter todos em segurança. Objetivo:
Compreender o processo de adaptação de pais com filhos pequenos para o cuidado da família durante a pandemia de COVID-19. Método:
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, utilizando a referencial teórico do Modelo de Resposta de Adaptação e Ajuste da Família (RAAF). A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas conduzidas por videoconferência e questionário socioeconômico, com pais de crianças entre 0 e 12 anos. Para a análise dos dados, o processo de transcrição, leitura e releitura dos dados, genograma familiar, notas de campo e reflexão sobre os dados com outros pesquisadores auxiliaram na análise de conteúdo do estudo. Resultados:
Dos 16 participantes, 11 (68,7%) residiam no estado de São Paulo, a maioria foram do sexo feminino (n=14; 87,5%), 12 (81,2%) tinham parceiros, 7 (45,8%) tinham até dois filhos e a média de idade dos filhos foi de 6,5 anos, a maior parte dos participantes tinham especialização (n=7; 43,7%), todos os participantes tinham emprego remunerado. A renda familiar mensal foi em média 8,4 salários-mínimos. Durante a pandemia, o processo de adaptação exigiu um equilíbrio de novas demandas dos diferentes membros da família, em especial dos filhos pequenos, ponderando as preocupações com as incertezas da pandemia e a atenção nos cuidados com a saúde física e mental da família. Entre as capacidades que facilitaram o processo de adaptação para o cuidado da família durante a pandemia, os pais relataram que foram necessárias habilidades para reorganizar as rotinas familiares, fortalecer a rede de apoio e desenvolver estratégias para reduzir adversidades na saúde mental dos membros da família, impactados pelo isolamento social. Considerações finais:
O processo de adaptação das famílias envolveu a necessidade de equilibrar suas demandas frente as incertezas geradas pela pandemia, assim como desenvolver capacidades da família para ajuste frente as necessidades e adversidades geradas pela pandemia. Este estudo traz evidências para elaboração de estratégias que ajudem reduzir os efeitos causados para a saúde mental dos pais e das crianças durante a crises de emergência global, como a pandemia da COVID-19, para manter o cuidado da família. A partir desse estudo, viu-se a necessidade de intervenções que possam promover uma aproximação entre as famílias e os serviços de saúde, como também as famílias e as instituições de ensino, com o objetivo de acolher as necessidades familiares, promovendo segurança para que realizem de forma adequada o processo de adaptação e ajuste familiar, evitando consequências para sua saúde física e mental
Introduction:
With the onset of the coronavirus (COVID-19), a global emergency has set in and consequently everyone around the world has been affected. Growing concerns were experienced in the face of the stress faced by families during the COVID-19 pandemic, especially in families with children, who had to adjust to the demands of their children to perform their duties and keep everyone safe. Objective:
To understand the process of adaptation of parents with young children to family care during the COVID-19 pandemic. Objective:
Understand the process of adapting parents with young children to family care during the COVID-19 pandemic. Methods:
This is a qualitative research, using the theoretical framework of the Family Adaptation and Adjustment Response Model (RAAF). Data collection was performed through semi-structured interviews conducted by videoconference and socioeconomic questionnaire, with parents of children between 0 and 12 years old. For data analysis, the process of transcription, reading and rereading of the data, family genogram, field notes and reflection on the data with other researchers helped in the content analysis of the study. Results:
Of the 16 participants, 11 (68.7%) lived in the state of São Paulo, most were female (n=14; 87.5%), 12 (81.2%) had partners, 7 (45.8%) had up to two children and the mean age of the children was 6.5 years, most participants had specialization (n=7; 43.7%), all participants had paid employment. The monthly family income was on average 8.4 minimum wages. During the pandemic, the adaptation process required a balance of new demands from different family members, especially young children, weighing concerns with the uncertainties of the pandemic and attention to caring for the physical and mental health of the family. Among the capacities that facilitated the process of adaptation to family care during the pandemic, parents reported that skills were needed to reorganize family routines, strengthen the support network, and develop strategies to reduce adversity in the mental health of family members impacted by social isolation. Final considerations:
The process of adaptation of families involved the need to balance their demands in the face of the uncertainties generated by the pandemic, as well as to develop the family's capacity to adjust to the needs and adversities generated by the pandemic. This study provides evidence for developing strategies that help reduce the mental health effects of parents and children during global emergency crises, such as the COVID-19 pandemic, to maintain family care. From this study, it was seen the need for interventions that can promote a rapprochement between families and health services, as well as families and educational institutions, with the objective of welcoming family needs, promoting security so that they carry out the process of adaptation and family adjustment in an appropriate way, avoiding consequences for their physical and mental health