A cultura de segurança do cliente nas unidades de cuidados continuados integrados

Publication year: 2015

A segurança do cliente, enquanto componente chave da qualidade dos cuidados de saúde, tem assumido, nos últimos anos, um interesse particular, não só para os clientes que desejam sentir-se seguros, mas também para os gestores e profissionais de saúde que tencionam prestar cuidados seguros, efetivos e eficientes. Em Portugal, as Unidades de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) são um dos contextos de internamento, sobre o qual a investigação ainda é residual na área da qualidade dos cuidados e segurança do cliente, o que constitui uma problemática complexa que merece uma análise detalhada dos seus mecanismos e processos envolvidos. A criação e a manutenção de uma cultura de segurança possibilitam a melhoria efetiva da segurança do cliente. Com base nestes pressupostos, a questão de investigação do presente estudo é: “Qual a cultura de segurança do cliente nas UCCI?”. Dada a natureza da problemática, este estudo é quantitativo, observacionaldescritivo e transversal. A população-alvo é constituída por 86 enfermeiros, de 10 UCCI, tendo-se obtido uma taxa média de resposta de 72%, através da aplicação do questionário Nursing Home Survey on Patient Safety Culture (NHSPSC). O objetivo geral deste estudo é avaliar a cultura de segurança do cliente, percecionada pelos enfermeiros das UCCI. Dos resultados conclui-se que os enfermeiros percecionam que os clientes são bem cuidados, que os profissionais trabalham em equipa, que as organizações reconhecem o erro e desenvolvem estratégias para a sua resolução e que os superiores hierárquicos preocupam-se com os problemas de segurança. No entanto, verifica-se que ainda perpetua um ambiente punitivo, o que promove a subnotificação do erro, dificultando assim a aprendizagem organizacional. A cultura de segurança do cliente nas UCCI apresenta assim pontos fortes e oportunidades de melhoria com diferentes graus de prioridade. Os enfermeiros gestores devem encontrar estratégias para promover ou melhorar a cultura de segurança do cliente, consciencializando-se que desempenham um papel fulcral na determinação do ambiente da prática profissional das UCCI
Patient safety, as a key component of quality care, has taken, in recent years, a particular interest, not only for patients who want to feel safe, but also for managers and health professionals who intend to provide safe, effective and efficient care services. In Portugal, Long-Term Care Units (LTCU) are one of many degrees of care, in which the investigation is still residual in the area of quality of care services and patient safety, which is a complex problem that deserves a detailed analysis of its mechanisms and all the processes involved. The creation and maintenance of a safety culture enables effective improvement of patient safety. Based on these assumptions, the survey question of this research study is: "What is the patient safety culture in LTCU?". Given the nature of the problem, this study is quantitative, observational, descriptive and cross-sectional. Participants are 86 nurses, of 10 LTCU, yielding an average rate of 72% response throughout the application of the questionnaire Nursing Home Survey on Patient Safety Culture (NHSPSC). The aim of this study is to evaluate the patient safety culture, as perceived by nurses of LTCU. After analyzing the results, it is concluded that nurses perceive that patients are well looked after, that professionals work in teams, organizations recognize their errors and develop strategies to address them and that the staff seniors are concerned about safety issues. However, it appears that a punitive environment still exists, which leads to an under-reportage of errors, which complicates the organizational learning. Patient safety culture in the LTCU has, therefore, notable strengths and also various opportunities for improvement, all with varying degrees of priority. The nurse managers must find strategies to promote or improve patient safety culture, raising awareness that should execute a key role in determining the professional practice environment.