Rede de apoio para o aleitamento materno na prematuridade tardia
Publication year: 2017
A prematuridade tardia, nascimento entre 34 e 36 semanas mais 6 dias, é um problema de saúde pública. Estes recém-nascidos representam cerca de 70% de todos os recémnascidos prematuros nascidos. Devido ao fato de terem peso e tamanho semelhantes aos recém-nascidos a termo, na maioria das vezes suas especificidades de cuidados não são observadas, tanto pelos profissionais de saúde como pelas mães e suas famílias. Uma das principais particularidades desses recém-nascidos é a não coordenação respiração sucção-deglutição, o que está diretamente relacionado às dificuldades para se alimentar. Com isso, o aleitamento materno dos recém-nascidos prematuros tardios possui especificidades e acredita-se que, se a mãe não receber apoio adequado na sua chegada no domicílio, após a alta hospitalar, a amamentação exclusiva ou de forma predominante não se estabelece.
Os objetivos do estudo foram:
descrever e analisar a rede social das mães de prematuros tardios no aleitamento materno; refletir sobre atenção ao aleitamento materno segundo as ações programáticas públicas vigentes.Método:
pesquisa qualitativa, exploratório-descritiva, apoiada no Referencial Teórico Metodológico de Rede de Apoio de Sanicola. Foram entrevistadas 15 mães de recém nascidos prematuros tardios por meio de visitas domiciliares, quando seus filhos completaram 15 dias de vida. A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2016 a fevereiro de 2017. A análise dos dados se deu pela interpretação dos mapas de rede de apoio elaborados pelas mães e pelo tipo de apoio recebido. Percebeu-se que as redes de apoio dessas mães eram pequenas e frágeis e que o apoio prestado estava mais relacionado aos cuidados com os afazeres domésticos e com os cuidados com o recém nascido, do que com o aleitamento materno. Ao se refletir sobre a atenção ao aleitamento materno a partir das ações, programas e políticas públicas, percebem-se uma sobreposição de objetivos e a não inclusão desses recém-nascidos nos programas, ações e políticas voltados para os prematuros, o que reforça a invisibilidade deles nos cuidados de saúde.
Late prematurity, birth between 34 and 36 weeks plus 6 days, is a public health problem. These newborns account for about 70% of all preterm newborns born. Because they are similar in weight and size to full-term newborns, most often their care specificities are not observed by both health care providers and mothers and their families. One of the main peculiarities of these newborns is the non-coordination breathing-suction-swallowing which is directly related to the difficulties to feed themselves. Thus, breastfeeding of late preterm infants has specificities and it is believed that if the mother does not receive adequate support when she arrives at home after hospital discharge, exclusive or predominant breastfeeding is not established.