Publication year: 2023
Introdução:
Existem incertezas inerentes aos cuidados de Enfermagem a recém-nascidos em terapia intensiva quando há um prognóstico neurológico desfavorável. Crianças e suas famílias podem experienciar limitações na qualidade de vida, longos anos após a alta das Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. Nesse sentido, é importante conhecer as perspectivas de enfermeiros sobre os cuidados prestados aos recém-nascidos e suas famílias nessas condições para garantir a prática de cuidados paliativos neonatais de forma compreensiva e individualizada, mitigando sofrimentos emocionais envolvidos nos processos de decisão. Para isso, o objetivo geral foi compreender o processo de cuidar de recém-nascidos com prognósticos neurológicos desfavoráveis por enfermeiras de UTI Neonatal. Método:
Estudo de abordagem qualitativa exploratória e descritiva estruturada no Interacionismo Simbólico. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas virtuais semiestruturadas com dez enfermeiros. As entrevistas, após transcritas, passaram por análise temática através de codificação e categorização dos dados. Resultados:
As temáticas que marcaram a história das enfermeiras foram: Deparando-se com o Prognóstico Neurológico Desfavorável, Cuidando do Incerto, Buscando estratégias para continuar e Acompanhando o recém-nascido. As evidências dos discursos suscitam um cuidar humano demonstrando dor, tristeza, sofrimento, frustração e corresponsabilidade, mas também respeito e empatia no cuidar do recém-nascido e família. Fadiga por compaixão, Burnout, estresse traumático secundário e sofrimento moral foram identificados no processo de cuidar destes recém-nascidos. Conclusão:
Espera-se que, a partir da experiência de enfermeiros, este estudo contribua para o planejamento e assistência de enfermagem no âmbito de Cuidados Paliativos na UTI Neonatal a partir da educação e promoção do bem-estar profissional durante os cuidados a esses recém-nascidos.
Introduction:
There are uncertainties in the care of neonates in the intensive care when there is an unfavorable neurological prognosis. Children and their families may experience limitations in quality of life, years after discharge from the neonatal intensive care unit. In this regard, it is important to know nurses' perspectives of the care provided for newborns and their families in these conditions, in order to ensure the practice of neonatal palliative care in a comprehensive and individualised way, alleviating the emotional suffering involved in decision-making processes. To achieve this, the general objective was to understand the caring process of newborns with unfavorable neurological prognosis by neonatal intensive care nurses. Method:
Study with an exploratory and descriptive qualitative approach structured in Symbolic Interactionism. Data were collected through semi-structured virtual interviews with ten nurses. The interviews were transcribed and then thematic analysis was adopted through coding and categorization of data. Results:
The themes that marked the nurses' narratives were: Facing an Unfavorable Neurological Prognosis, Caring for the Uncertain, Seeking strategies to carry on and Monitoring the newborn. The evidence from the narratives highlights human care, showing pain, sadness, suffering, frustration and co-responsibility, but also respect and empathy in caring for the newborn and the family. Compassion fatigue, burnout, secondary traumatic stress and moral distress were identified in the process of caring for these newborns. Conclusion:
Based on the nurses experience, it is expected that this study will contribute to the planning and support of Palliative Care in the Neonatal intensive care, through education and promotion of professional well-being in the care for these newborns.
