Publication year: 2024
Numa sociedade onde se refletem novas realidades socioeconómicas e demográficas, emergem concomitantemente necessidades de saúde familiar. Através da abordagem sistémica às famílias, verifica-se que a teoria e a prática ainda são frequentemente vistas como duas realidades separadas, tendo-se identificado a necessidade de construir conhecimento científico, perspetivando contribuir para a aproximação da prática à teoria, melhorando a qualidade dos cuidados.
Objetivos:
descrever criticamente as atividades clínicas realizadas no âmbito do desenvolvimento de competências na área de enfermagem de saúde familiar; apresentar um estudo empírico cujos objetivos específicos são: analisar a perceção da prática profissional junto das famílias; conhecer a importância que os enfermeiros de família atribuem a essa prática; identificar os fatores que os enfermeiros consideram facilitadores e dificultadores da prática de enfermagem de saúde familiar.
Metodologia:
na componente das atividades clínicas foi aplicado o processo de enfermagem com base no Modelo Dinâmico de Avaliação e Intervenção Familiar às famílias da lista de famílias das Enfermeiras Orientadoras Cooperantes; na componente de investigação desenvolveu-se um estudo predominantemente quantitativo, descritivo, exploratório e transversal. Amostra constituída por 104 enfermeiros a exercerem prestação direta de cuidados em Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados e em Unidades de Saúde Familiares. Aplicou-se um questionário online composto por três partes: caracterização sociodemográfica e profissional, duas questões abertas e o questionário ?Perceção dos Enfermeiros da Enfermagem com Famílias? (Freitas, 2009).
Resultados:
a utilização do Modelo Dinâmico de Avaliação e Intervenção Familiar permitiu o desenvolvimento dos processos de cuidados às famílias. Os resultados do estudo empírico, sugerem que os enfermeiros percecionam realizar, algumas vezes, a prática de enfermagem de família, reconhecendo-a como muito importante. Como fatores dificultadores e facilitadores da prática, a maioria aponta a categoria da instituição, seguindo-se a categoria formação.
Conclusão:
as atividades clínicas permitiram o desenvolvimento das competências comuns e específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária na Área de Enfermagem de Saúde Familiar. Do estudo empírico conclui-se que os enfermeiros de família, reconhecem a importância da prática de Enfermagem de Saúde Familiar, porém no que se refere à perceção da prática que desenvolvem sugerem não colocar esses elementos em prática de forma consistente, nem continuada, emergindo a necessidade de formação na área de enfermagem de saúde familiar e a reformulação da organização das unidades para a integração de enfermeiros especialistas, na área, em todas as equipas de saúde familiar.
