Publication year: 2024
Introdução:
A pandemia COVID-19 exigiu mudanças rápidas para atendimento de maior demanda de pacientes, considerando efetividade, qualidade e segurança aos usuários dos serviços de saúde e à equipe de trabalho. Nesse aspecto, interroga-se como a COVID-19 impactou no clima e no suporte organizacional, na percepção da equipe de enfermagem, sendo que o cotidiano de trabalho foi abruptamente modificado. Objetivos:
Identificar o clima organizacional e a percepção de suporte organizacional em trabalhadores de enfermagem no contexto da pandemia de COVID-19; verificar a associação entre o clima organizacional e o suporte organizacional em trabalhadores de enfermagem no contexto da pandemia de COVID-19; captar estratégias de intervenção para melhoria do clima e do suporte organizacional a partir da percepção dos trabalhadores de enfermagem no contexto da pandemia de COVID-19. Método:
Trata-se de estudo exploratório, transversal, com abordagem quantitativa de dados, realizado com 693 trabalhadores de enfermagem de um hospital especializado em cardiologia do município de São Paulo. Para tanto, foram utilizados quatro instrumentos: Questionário Sociodemográfico, Escala de Clima Organizacional para Organizações de Saúde (ECOOS), Escala de Suporte Organizacional (ESPO) e, duas questões para captar propostas de intervenção. Os dados receberam tratamento estatístico inferencial e estão apresentados sob a forma de gráficos e tabelas. Resultados:
Observou-se prevalência do gênero feminino (85,3%), sendo composta por população jovem, com idade inferior a 40 anos (48,8%), com relação conjugal estável (55,4%), e com 1 ou mais filhos (58,3%). No aspecto profissional, observouse a maioria (54,3%) da equipe composta por técnicos de enfermagem, mais da metade (54,5%) dos participantes com até 10 anos de profissão, 77,1% com único vínculo empregatício, 42,4% alocados na Unidade de Terapia Intensiva e 65,5% no turno diurno. Em relação ao clima organizacional, verificou-se avaliação regular/bom, com escore global médio de 3,49 pontos. Os fatores Estratégia e Remuneração apresentaram menor pontuação, enquanto Relação com a Comunidade e Segurança do Trabalho apresentaram maior pontuação. Encontrou-se escore global de avaliação da percepção de suporte organizacional regular, com valor da média 2,90. Houve correlação positiva forte e estatisticamente significativa entre o Clima Organizacional e o Suporte Organizacional (p<0,001). As propostas de melhoria elencadas pelos trabalhadores incluem políticas de recursos humanos e políticas de vigilância à saúde do trabalhador. Conclusão:
Os dados evidenciam percepção de clima organizacional regular/bom e suporte organizacional regular. De acordo com a correlação positiva forte e estatisticamente significativa entre o clima e o suporte organizacional, observa-se que quanto maior o valor do suporte, maior o valor do clima organizacional. Recomenda-se realização de estudos de intervenção que considerem as propostas elaboradas pelos trabalhadores para melhoria dos aspectos do clima e do suporte organizacional.
Introduction:
The COVID-19 pandemic required rapid changes to meet greater patient demand, considering effectiveness, quality, and safety for service users and the work team. In this aspect, the question is how COVID19 impacted the climate and organizational support in the nursing teams perception, with daily work being abruptly modified. Objective:
To identify the organizational climate and perception of organizational support in nursing workers in the context of the COVID-19 pandemic; to verify the association between organizational climate and organizational support in nursing workers in the context of the COVID-19 pandemic; to collect intervention strategies for improving organizational climate and support based on nursing workers perception in the context of the COVID-19 pandemic. Method:
This is an exploratory, cross-sectional study with a quantitative data approach, carried out with 693 nursing workers from a hospital specializing in cardiology in the city of São Paulo. To this end, four instruments were used: a Sociodemographic Questionnaire, an Organizational Climate Scale for Health Organizations (ECOOS), an Organizational Support Scale (ESPO), and two questions to collect intervention proposals. The data received inferential statistical treatment and are presented as graphs and tables. Results:
There was a prevalence of females (85.3%), the majority of whom were young, under the age of 40 (48.8%), with stable marital relationships (55.4%), and one or more children (58.3%). In the professional aspect, the majority of the team (54.3%) was made up of Nursing Technicians, more than half of the participants (54.5%) had up to 10 years of experience, 77.1% had only one employment, 42.4% were in the Intensive Care Unit, and 65.5% were on day shift. Concerning the Organizational Climate, an average/good rating was observed, with a global score averaging 3.49 points. The Strategy and Remuneration factors scored the lowest, while Community Relations and Work Safety scored the highest. The global score for evaluating the Perception of Organizational Support was found to be regular, with an average value of 2.90. There was a strong positive and statistically significant correlation between Organizational Climate and Organizational Support (p<0,001). The proposals for improvement listed by the workers include human resources policies and worker health surveillance policies. Conclusion:
The data evidence a perception of regular/good organizational climate and regular organizational support. According to the strong positive and statistically significant correlation between the organizational climate and support, it is observed that the higher the value of support, the higher the value of organizational climate. It is recommended that intervention studies that consider the proposals made by workers to improve aspects of organizational climate and support be carried out.
