Associação do comportamento de autocuidado em indivíduos com insuficiência cardíaca nos diferentes tipos de fração de ejeção
Publication year: 2023
Dentre as doenças cardiovasculares, a insuficiência cardíaca, com seus diferentes tipos de fração de ejeção, se destaca como um grave problema de saúde pública,
dado o elevado impacto de morbimortalidade. E sobretudo, o tratamento da doença envolve a adesão do indivíduo à terapia medicamentosa e ao comportamento de
autocuidado. Portanto, o objetivo principal do estudo foi investigar a associação do comportamento de autocuidado em indivíduos com insuficiência cardíaca nos
diferentes tipos de fração de ejeção.
Método:
estudo observacional do tipo transversal com abordagem quantitativa, parte integrante do Projeto Interdisciplinar para o Seguimento em Ambiente Virtual da insuficiência cardíaca (PISAV_IC). Fase I, sob aprovação ética. A pesquisa foi realizada em um ambulatório universitário especializado com 114 indivíduos com diagnóstico clínico de IC, constituindo uma amostra por conveniência, não probabilística. Como critérios de inclusão adotou-se: indivíduos maiores de 18 anos, os quais possuíam telefone fixo, telefone móvel com dispositivo para chamada de vídeo ou não. Enquanto, os critérios de exclusão foram: indivíduos hospitalizados e com déficit cognitivo e/ou auditivo. A coleta de dados ocorreu entre os meses de agosto de 2022 a setembro de 2023. E para tal, utilizou-se um instrumento único, no qual os dados da Parte I (sociodemográficos, clínicos e de hábitos de saúde) foram coletados em prontuário eletrônico. Enquanto, os dados da Parte II (vacinação e autocuidado), incluindo a versão brasileira da European Heart Failure Self-Care Behavior Scale, para estimativa do comportamento de autocuidado, foram obtidos por teleconsulta ou telemonitoramento. Para análise dos dados, utilizou-se os testes estatísticos t-Student e o teste qui-quadrado. O nível de significância adotado foi de 5%.Resultados:
sexo feminino (52,6%), média de idade de 62,0±14,63 anos, cor da pele autodeclarada branca (58,8%), casadas (46%), escolaridade menor que oito anos de estudo (72,9%), como principal comorbidade a hipertensão arterial sistêmica (77,9%), sem prática tabágica (86,0%) ou etílica (86,8%). Quanto à prática medicamentosa, 70,2% fazem uso de hipolipemiantes, 55,3% bloqueadores dos receptores da angiotensina, betabloqueadores e diuréticos. Quanto ao comportamento de autocuidado, observou-se score médio de 29,15±1,24, onde os itens relacionados à prática regular de exercícios físicos (p=0,019) e ao uso de álcool (p=0,011), revelaram significância entre indivíduos com insuficiência cardíaca sistólica. E que as práticas relacionadas ao aumento de peso (p=0,053), adesão a terapêutica medicamentosa (p=0,086), vacinação contra influenza (p=0,075) e atividade física (p=0,010) concentraram maiores scores em indivíduos com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida.Conclusão:
no contexto pós-pandemia, essa investigação, trata de um primeiro estudo, no qual a avaliação do autocuidado na insuficiência cardíaca foi realizada de modo exclusivo por teleconsulta ou telemonitoramento, permitindo a associação do perfil clínico e fração de ejeção. E como tal, traz evidências científicas para o uso no campo da saúde.
Considering the range of cardiovascular diseases, heart failure and its different types of ejection fraction are projected as a critical public health problem due to the high associated morbidity and mortality impact. Above all, the treatment of the referred disease involves the individual's adherence to medication therapy and self-care behavior. Therefore, the main objective of this study was to investigate the association of self-care behavior in individuals with heart failure with different types of
ejection fraction.