A evolução da prematuridade no estado de Santa Catarina de 2011 a 2015
Publication year: 2017
No mundo, a prematuridade tem sido considerada um grave problema de saúde pública. Os motivos para a ocorrência de um parto prematuro incluem as condições maternas e fetais, e suas implicações vão além das questões técnicas obstétricas e neonatais, afetando a vida quotidiana das crianças, adolescentes, homens e mulheres. As complicações da prematuridade são a principal causa das mortes neonatais e a segunda causa mais frequente de mortes em menores de 5 anos. No Brasil, políticas de saúde e ações estratégicas na área materno-infantil vêm sendo implementadas ao longo das últimas décadas com o objetivo de minimizar a morbimortalidade materna e infantil, especialmente neonatal e neonatal precoce. No entanto, apesar da preocupação e dedicação dos órgãos governamentais com o desenvolvimento das políticas públicas de saúde, a ocorrência da prematuridade tem aumentado nos últimos anos.
Objetivo:
analisar a prematuridade no Estado de Santa Catarina, no período de 2011 a 2015.Método:
estudo ecológico, do tipo série temporal, com distribuição espacial da prematuridade no Estado de Santa Catarina, Brasil, e em suas macrorregiões de saúde, no período de 2011 a 2015. Foram utilizados dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e a análise foi realizada por meio dos testes Qui-quadrado de Pearson e o Teste dos resíduos ajustados, considerando-se um nível de significância de 95%, utilizando-se o SPSS Statistics versão 21.0. Para a distribuição espacial da prematuridade, foram confeccionados mapas no programa Quantum-Gis versão 1.8.0.Resultados:
a prevalência de prematuridade no Estado de Santa Catarina apresentou um aumento estatisticamente significativo: de 9.2%, em 2011, para 10,8%, em 2015. As variáveis que apresentaram associação significativa com a prematuridade (p<0,001) foram os extremos da idade materna, mulheres com menos de oito anos de estudo, com menos de seis consultas de pré-natal, cujos filhos nasceram por cesariana e tiveram baixo peso ao nascer. As regiões do Estado de Santa Catarina que apresentaram maior prevalência de prematuridade e pior evolução ao longo dos anos foram a Serra Catarinense e Foz do Rio Itajaí.Conclusão:
a prevalência de prematuridade no Estado de Santa Catarina apresentou elevação no período pesquisado, apesar da modificação no cenário de atenção em saúde, em relação ao quantitativo de programas e de profissionais atuando na área materno-neonatal. As práticas atuais de atenção à saúde na área materno-neonatal merecem ser cuidadosamente analisadas, em cada macrorregião de saúde e relacionadas com os fatores associados à prematuridade, tornando efetivas as ações existentes e a (re)construção outras práticas, contribuindo para a redução da morbimortalidade e demais implicações decorrentes do nascimento prematuro.
Prematurity has been considered a serious public health problem around the world. The reasons for the occurrence of a premature birth include maternal and fetal conditions, and their implications go beyond technical obstetric and neonatal issues, as they affect the daily lives of children, teenagers, men and women. The complications of prematurity are the leading cause of neonatal deaths and the second most frequent cause of deaths in children younger than 5 years of age. In Brazil, health policies and strategic actions in the field of maternal and child care have been implemented over the last decades with the purpose of minimizing maternal and child morbidity and mortality, especially neonatal and early neonatal. Nevertheless, despite the concern and dedication of government agencies about the development of public health policies, the occurrence of prematurity has increased in the last few years.