Avaliação dos atributos da atenção primária à saúde da criança em Porto Velho, Rondônia
Publication year: 2021
A atenção à saúde da criança se constitui em uma preocupação das políticas públicas no contexto nacional e internacional devido a maior vulnerabilidade desse grupo etário em adquirir morbidades em seu processo de crescimento e desenvolvimento e, consequentemente, apresentar elevadas taxas de mortalidade. Desta forma, a Atenção Primária à Saúde (APS) representa uma estratégia de organização do sistema de saúde que busca reordenar os recursos e ações para satisfazer as necessidades da população de forma resolutiva. Objetivou avaliar a presença e extensão dos atributos da Atenção Primária à Saúde da criança menor de dois anos no município de Porto Velho-RO. Estudo transversal, do tipo avaliativo, de abordagem quantitativa, realizado em Unidades de Saúde da Família de Porto Velho. A amostra foi de 36 profissionais, sendo 20 enfermeiros e 16 médicos e 104 familiares cuidadores de crianças menores de dois anos. A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a fevereiro de 2020 mediante aplicação do instrumento Primary Care Assessment Tool (PCATool), versão para profissionais de saúde e para os responsáveis de crianças menores de dois anos. Os dados foram analisados no programa SPSS versão 23.0, mediante análise estatística descritiva e categorizados em forte (≥ 6,6) ou baixa (<6,6) orientação para APS, após atender aos preceitos éticos. Os resultados mostraram que o perfil dos profissionais se caracteriza pela maioria com idade inferior a 40 anos (60%), sexo feminino (85,7%), curso de Pós-Graduação na área da Saúde da Família (74,3%), tempo superior a quatro anos de atuação em Saúde da Família (80,5%), ingresso no serviço através de concurso público (91,7%) e presença de outro vínculo empregatício (94,4%). Para estes profissionais houve uma forte orientação do serviço para a APS (6,65 dp= ±0,99), principalmente em relação a Coordenação do Sistema de Informação (7,90 dp= ±1,61), Integralidade Serviços Prestados (7,56 dp= ±1,28) e Orientação Familiar (8,33 dp= ±1,7518).Quanto ao perfil dos familiares cuidadores das crianças menores de dois anos, a maioria possuía idade inferior a 30 anos (73,1%), sexo feminino (95,1%), vivia em união estável (76,9%), possuía o ensino médio completo ou ensino superior (56,7%) e não trabalhava (75,7%). Na avaliação do escore geral da APS atribuído por tais responsáveis, verificou-se que, de uma forma geral, houve uma baixa orientação do serviço para a APS (5,97 dp= ±1,23), seja pela Acessibilidade (5,16 dp= ± 1,47), Longitudinalidade (5,72 dp= ± 2,22), Coordenação - Integração dos cuidados (3,89 dp= ± 3,58), Integralidade dos serviços disponíveis (5,59 dp= ±1,89), Orientação familiar (5,87 dp= ±2,92) e Orientação Comunitária (3,07 dp= ±2,78). No entanto, foram avaliados de forma satisfatória os atributos: Grau de Afiliação (8,04 dp= ±3,25). Diante de tais achados, verificou-se uma percepção contraditória entre profissionais de saúde e familiares cuidadores, evidenciando fragilidades em como o serviço é ofertado e recebido, respectivamente. Assim, verifica-se a necessidade de implementação das ações voltadas para o fortalecimento dos atributos da Atenção Primária à Saúde no município estudado, visando o cuidado integral e resolutivo.
Child health care is a public policy concern in the national and international context due to the greater vulnerability of this age group to acquire morbidities in their growth and development process and, consequently, to present high mortality rates. Thus, Primary Health Care (PHC) represents a health system organization strategy that seeks to reorganize resources and actions to meet the population’s needs in a resolute manner. It aimed to evaluate the presence and extent of the attributes of Primary Health Care for children under two years of age in the city of Porto Velho-RO. Cross-sectional, evaluative study, with a quantitative approach, carried out in Family Health Units in Porto Velho. The sample consisted of 36 professionals, 20 nurses and 16 doctors and 104 family caregivers of children under two years of age. Data collection was carried out from January to February 2020 by applying the Primary Care Assessment Tool (PCATool), a version for health professionals and those responsible for children under two years of age. Data were analyzed using the SPSS version 23.0 program, using descriptive statistical analysis and categorized into strong (≥ 6.6) or low (<6.6) guidance for PHC, after meeting the ethical precepts. The results showed that the profile of professionals is characterized by the majority under the age of 40 years (60%), female (85.7%), Postgraduate course in the field of Family Health (74.3%), more than four years of experience in Family Health (80.5%), admission to the service through public examination (91.7%) and presence of another employment relationship (94.4%). For these professionals, there was a strong orientation of the service towards PHC (6.65 dp= ±0.99), mainly in relation to the Coordination of the Information System (7.90 dp= ±1.61), Integrality of Services Provided (7 .56 dp= ±1.28) and Family Orientation (8.33 dp= ±1.7518). Regarding the profile of family caregivers of children under two years old, most were under 30 years old (73.1% ), female (95.1%), lived in a stable relationship (76.9%), had completed high school or higher education (56.7%) and did not work (75.7%). In the assessment of the general PHC score attributed by those responsible, it was found that, in general, there was a low orientation of the service for PHC (5.97 sd= ± 1.23), either by Accessibility (5.16 sd= ± 1.47), Longitudinality (5.72 sd= ± 2.22), Coordination - Integration of care (3.89 sd= ± 3.58), Completeness of available services (5.59 sd= ±1 .89), Family Orientation (5.87 dp= ±2.92) and Community Orientation (3.07 dp= ±2.78). However, the following attributes were satisfactorily evaluated: Degree of Affiliation (8.04 dp= ±3.25). Given these findings, there was a contradictory perception between health professionals and family caregivers, showing weaknesses in how the service is offered and received, respectively. Thus, there is a need to implement actions aimed at strengthening the attributes of Primary Health Care in the municipality studied, aiming at comprehensive and effective care.
La atención de la salud infantil es una preocupación de política pública en el contexto nacional e internacional debido a la mayor vulnerabilidad de este grupo de edad para adquirir morbilidades en su proceso de crecimiento y desarrollo y, en consecuencia, presentar altas tasas de mortalidad. Así, la Atención Primaria de Salud (APS) representa una estrategia de organización del sistema de salud que busca reorganizar recursos y acciones para atender de manera decidida las necesidades de la población. Su objetivo era evaluar la presencia y extensión de los atributos de la Atención Primaria de Salud para niños menores de dos años en la ciudad de Porto Velho-RO. Estudio transversal, evaluativo, con enfoque cuantitativo, realizado en Unidades de Salud de la Familia en Porto Velho. La muestra estuvo conformada por 36 profesionales, 20 enfermeros y 16 médicos y 104 cuidadores familiares de niños menores de dos años. La recogida de datos se realizó de enero a febrero de 2020 mediante la aplicación de la Herramienta de Evaluación de Atención Primaria (PCATool), versión para profesionales sanitarios y responsables de menores de dos años. Los datos se analizaron utilizando el programa SPSS versión 23.0, utilizando análisis estadístico descriptivo y categorizados en orientación fuerte (≥ 6,6) o baja (<6,6) para la APS, después de cumplir con los preceptos éticos. Los resultados mostraron que el perfil de los profesionales se caracteriza por tener mayoritariamente menores de 40 años (60%), mujeres (85,7%), Posgrado en el campo de la Salud de la Familia (74,3%), más de cuatro años de experiencia en Salud de la familia (80,5%), ingreso al servicio mediante examen público (91,7%) y presencia de otra relación laboral (94,4%). Para estos profesionales, hubo una fuerte orientación del servicio hacia la APS (6,65 dp = ± 0,99), principalmente en relación a la Coordinación del Sistema de Información (7,90 dp = ± 1,61), Integralidad de los Servicios Prestados (7,56 dp = ± 1,28) y Orientación Familiar (8,33 dp = ± 1,7518). En cuanto al perfil de los cuidadores familiares de niños menores de dos años, la mayoría eran menores de 30 años (73,1%), mujeres (95,1%), vivían en relación estable ( 76,9%), había completado la educación secundaria o superior (56,7%) y no trabajaba (75,7%). En la valoración de la puntuación general de APS atribuida por los responsables, se constató que, en general, existía una baja orientación del servicio a la APS (5,97 dt = ± 1,23), ya sea por Accesibilidad (5,16 dt = ± 1,47), Longitudinalidad (5.72 dp = ± 2.22), Coordinación - Integración de la atención (3.89 dp = ± 3.58), Integridad de los servicios disponibles (5.59 dp = ± 1 .89), Orientación familiar (5.87 dp = ± 2.92) y Orientación comunitaria (3.07 dp = ± 2,78). Sin embargo, se evaluaron satisfactoriamente los siguientes atributos: Grado de Afiliación (8.04 dp = ± 3.25). Ante estos hallazgos, existe una percepción contradictoria entre los profesionales de la salud y los cuidadores familiares, mostrando debilidades en la forma en que se ofrece y recibe el servicio, respectivamente. Por tanto, es necesario implementar acciones encaminadas a fortalecer los atributos de la Atención Primaria de Salud en el municipio estudiado, con miras a una atención integral y eficaz.