Sífilis congênita e acompanhamento pré-natal: uma análise sobre as vulnerabilidades

Publication year: 2025

Introdução:

O estudo analisa a percepção das mulheres cujos filhos foram diagnosticados com sífilis congênita sobre o acompanhamento pré-natal realizado na Estratégia Saúde da Família. A pesquisa tem como foco identificar as vulnerabilidades individuais, sociais e programáticas presentes nesse processo, considerando a relevância do controle da sífilis congênita na Atenção Primária à Saúde. Estudos nacionais e internacionais trouxeram uma ampla discussão sobre a sífilis gestacional e sífilis congênita, abordando aspectos como diagnóstico, tratamento, barreiras no pré-natal, desigualdades sociais, e os desafios de prevenção e controle. Apontando diversos estudos de abordagem quantitativa relatando os fatores contribuintes para a transmissão vertical da sífilis, no entanto, há escassez de estudos de abordagem qualitativa e estudos que dão voz a quem vivencia o problema.

Objetivos:

Identificar a percepção das mulheres que tiveram filhos diagnosticados com sífilis congênita sobre o acompanhamento pré-natal na estratégia saúde da família; analisar os fatores contribuintes à transmissão vertical da sífilis durante o acompanhamento pré-natal na estratégia saúde da família, na visão das mulheres que tiveram filhos diagnosticados com sífilis congênita e discutir as vulnerabilidades individual, social e programática no acompanhamento pré-natal das mulheres que tiveram filhos diagnosticados com sífilis congênita na estratégia saúde da família.

Método:

A pesquisa seguiu uma abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, sendo realizada na região da Área Programática 5.3 do município do Rio de Janeiro. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com 20 mulheres cujos filhos foram diagnosticados com sífilis congênita entre 2016 e 2021. Os dados foram analisados utilizando o apoio software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires e a análise baseou-se no referencial teório das vulnerabilidades segundo Ayres.

Resultados:

Revelaram que a sífilis congênita persiste como um desafio na atenção primária à saúde, estando associada a diversas vulnerabilidades. Entre as vulnerabilidades individuais, destacaram-se dificuldades na adesão ao tratamento, baixo nível de escolaridade e fatores comportamentais. No âmbito social, a desigualdade socioeconômica e a falta de apoio dos parceiros foram determinantes para a não adesão ao tratamento adequado. Já as vulnerabilidades programáticas incluíram falhas no acompanhamento pré-natal, dificuldade de acesso aos serviços de saúde e deficiências na realização dos testes rápidos e tratamento oportuno das gestantes e de seus parceiros.

Conclusão:

Apesar da ampliação das políticas públicas voltadas para a prevenção e tratamento da sífilis congênita, ainda há lacunas na qualidade do acompanhamento pré-natal e na efetividade das estratégias de intervenção. O estudo reforça a necessidade de fortalecer a atuação da enfermagem na atenção pré-natal, com ênfase em abordagens educativas e na sensibilização das gestantes e seus parceiros para a importância do tratamento. Ademais, evidencia-se a relevância da implementação de estratégias mais eficazes de acompanhamento e monitoramento das gestantes diagnosticadas com sífilis, visando reduzir os casos de transmissão vertical e melhorar os indicadores de saúde materno-infantil no Brasil.

Introducition:

This study analyzes the perceptions of women whose children have been diagnosed with congenital syphilis regarding the prenatal care provided through the Family Health Strateg. It focuses on identifying individual, social, and programmatic vulnerabilities present in this process, given the relevance of controlling congenital syphilis in primary health care. National and international studies have provided extensive discussions on gestational syphilis and congenital syphilis, addressing aspects such as diagnosis, treatment, barriers in prenatal care, social inequalities, and the challenges of prevention and control. Various quantitative studies have reported contributing factors for the vertical transmission of syphilis; however, there is a scarcity of qualitative studies that give voice to those experiencing the problem.

Objectives:

Identify the perception of women who had children diagnosed with congenital syphilis regarding prenatal care in the family health strategy; analyze the contributing factors to vertical transmission of syphilis during prenatal care in the family health strategy, from the perspective of women who had children diagnosed with congenital syphilis; and discuss the individual, social, and programmatic vulnerabilities in the prenatal care of women who had children diagnosed with congenital syphilis in the family health strategy.To identify women's perceptions of prenatal care in the FHS, analyze the factors contributing to the vertical transmission of syphilis, and discuss the individual, social, and programmatic vulnerabilities associated with the prenatal care of these women.

Method:

The research followed a qualitative, descriptive, and exploratory approach, conducted in the Programmatic Area 5.3 of the municipality of Rio de Janeiro. Data collection occurred through semi-structured interviews with 20 women whose children were diagnosed with congenital syphilis between 2016 and 2021. The data were analyzed using the software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires, and the analysis was based on the theoretical framework of vulnerabilities according to Ayres.

Results:

The findings revealed that congenital syphilis remains a challenge in primary health care, linked to multiple vulnerabilities. Among individual vulnerabilities, difficulties in adhering to treatment, low educational levels, and behavioral factors were highlighted. Socially, socioeconomic inequality and lack of partner support were determinants for non- adherence to appropriate treatment. Programmatic vulnerabilities included failures in prenatal monitoring, difficulties accessing health services, and deficiencies in the timely performance of rapid tests and treatment of pregnant women and their partners.

Conclusion:

Despite the expansion of public policies aimed at the prevention and treatment of congenital syphilis, there are still gaps in the quality of prenatal care and the effectiveness of intervention strategies. The study reinforces the need to strengthen nursing practice in prenatal care, emphasizing educational approaches and raising awareness among pregnant women and their partners about the importance of treatment. Furthermore, it highlights the relevance of implementing more effective strategies for monitoring and supporting pregnant women diagnosed with syphilis, aiming to reduce cases of vertical transmission and improve maternal and child health indicators in Brazil.

Introducción:

Este estudio analiza la percepción de las mujeres cuyos hijos han sido diagnosticados con sífilis congénita sobre el seguimiento prenatal realizado en la Estrategia de Salud Familiar. La investigación se centra en identificar las vulnerabilidades individuales, sociales y programáticas presentes en este proceso, considerando la relevancia del control de la sífilis congénita en la atención primaria de salud. Estudios nacionales e internacionales han proporcionado amplias discusiones sobre la sífilis gestacional y la sífilis congénita, abordando aspectos como diagnóstico, tratamiento, barreras en el seguimiento prenatal, desigualdades sociales y los desafíos de prevención y control. Diversos estudios cuantitativos han informado sobre los factores que contribuyen a la transmisión vertical de la sífilis; sin embargo, hay escasez de estudios cualitativos que den voz a quienes viven el problema.

Objetivos:

Identificar la percepción de las mujeres que tuvieron hijos diagnosticados con sífilis congénita sobre el acompañamiento prenatal en la estrategia de salud familiar; analizar los factores que contribuyen a la transmisión vertical de la sífilis durante el acompañamiento prenatal en la estrategia de salud familiar, desde la perspectiva de las mujeres que tuvieron hijos diagnosticados con sífilis congénita, y discutir las vulnerabilidades individual, social y programática en el acompañamiento prenatal de las mujeres que tuvieron hijos diagnosticados con sífilis congénita en la estrategia de salud familiar.

Método:

La investigación siguió un enfoque cualitativo, descriptivo y exploratorio, realizado en la Área Programática 5.3 del municipio de Río de Janeiro. La recolección de datos se llevó a cabo mediante entrevistas semiestructuradas con 20 mujeres cuyos hijos fueron diagnosticados con sífilis congénita entre 2016 y 2021. Los datos fueron analizados utilizando el software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires, y el análisis se basó en el marco teórico de las vulnerabilidades según Ayres.

Resultados:

Los hallazgos revelaron que la sífilis congénita sigue siendo un desafío en la atención primaria de salud, asociada a diversas vulnerabilidades. Entre las vulnerabilidades individuales, se destacaron las dificultades en la adherencia al tratamiento, bajo nivel educativo y factores conductuales. En el ámbito social, la desigualdad socioeconómica y la falta de apoyo de los compañeros fueron determinantes para la no adherencia al tratamiento adecuado. Las vulnerabilidades programáticas incluyeron fallas en el seguimiento prenatal, dificultades de acceso a los servicios de salud y deficiencias en la realización de pruebas rápidas y tratamiento oportuno de las gestantes y sus parejas.

Conclusión:

A pesar de la ampliación de las políticas públicas dirigidas a la prevención y tratamiento de la sífilis congénita, aún existen brechas en la calidad del seguimiento prenatal y en la efectividad de las estrategias de intervención. El estudio refuerza la necesidad de fortalecer la actuación de la enfermería en la atención prenatal, con énfasis en enfoques educativos y en la sensibilización de las gestantes y sus parejas sobre la importancia del tratamiento. Además, se evidencia la relevancia de implementar estrategias más efectivas de seguimiento y monitoreo de las gestantes diagnosticadas con sífilis, con el objetivo de reducir los casos de transmisión vertical y mejorar los indicadores de salud materno-infantil en Brasil.