A Humanização dos cuidados de enfermagem em cuidados paliativos: a perspetiva da família
Publication year: 2025
Portugal é o 2º país da europa com maior índice de envelhecimento. Atualmente, os dados mais recentes do Pordata, relativos ao ano de 2023, apontam para um aumento de 3.7% face ao ano de 2022. Estes valores levam, consequentemente, ao aumento do número de pessoas doentes com necessidade de cuidados paliativos (CP). Estes cuidados são cuidados preventivos que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida (QDV) e aliviar o sofrimento, através da realização de uma avaliação e observação minuciosa da dor e outros de problemas físicos, psicológicos, sociais e espirituais. Focam-se em satisfazer as necessidades das pessoas doentes e não no tratamento. Vão para além dos cuidados curativos, afirmam a vida, aceitam a morte como um processo natural repudiando a distanásia. Exigem do profissional de saúde, principalmente do enfermeiro, competências especificas a nível do controlo sintomático, acompanhamento familiar, nomeadamente, na tomada de decisão e apoio no luto, comunicação e o trabalho em equipa, e competências gerais como a formação, gestão e investigação. De destacar que os conhecimentos teóricos, devem ser aliados à prática clínica, para que se possam treinar as habilidades adquiridas e se alcance a consolidação dos mesmos. Neste sentido o estágio de natureza profissional (ENP) cumpre essa função, potenciando o desenvolvimento de competências humanas e relacionais, essenciais para a prestação de cuidados de excelência com qualidade e rigor técnico científico, à pessoa doente e família em CP. Assim, com o objetivo de desenvolver competências especificas e comuns, realiza-se o ENP, numa UCP da região norte. Este estágio atendeu assim, ao estipulado pela ordem dos enfermeiros, para a aquisição do título de especialista na área de enfermagem à pessoa em situação paliativa, sublinha-se que durante a realização do mesmo se desenvolveram algumas atividades, no âmbito da prestação direta de cuidados à unidade familiar, atendendo aos 4 pilares dos CP (gestão de sintomas, comunicação, apoio à família e trabalho em equipa). Desenvolveu-se também, em resposta às necessidades formativas identificadas na equipa, um curso básico em CP, em colaboração com a escola superior de saúde e o diretor clínico da UCP, promovendo assim a melhoria de qualidade continua. Participou-se em várias conferências familiares e reuniões multidisciplinares que possibilitaram o desenvolvimento de competências comunicacionais e de trabalho em equipa. O estudo de investigação debruçou-se sobre a temática: A humanização dos cuidados de enfermagem em CP, necessidade identificada através do diagnóstico de necessidades realizado.
Tem como objetivo geral:
conhecer a perceção dos familiares significativos da pessoa em fim de vida acerca da humanização dos cuidados de enfermagem em cuidados paliativos. Utilizou-se uma metodologia qualitativa, com recurso à entrevista semiestruturada dirigida às pessoas significativas da pessoa doente internada. A análise foi realizada segundo a análise de conteúdo de Bardin (2016). Verificou-se, inequivocamente, que o apoio à família é um dos pilares dos CP, pois as famílias reconhecem a sua importância. Os familiares percebem os cuidados de enfermagem humanizados, como cuidados especializados que respondem às necessidades da unidade familiar e que preservam a dignidade. Neste sentido, assumem a importância de formação e experiência na área, para a prestação de cuidados de enfermagem com qualidade, no entanto, sabem que as equipas se encontram limitadas e que fazem o melhor que podem com os recursos que tem.
Portugal is the second country in Europe with the highest rate of ageing. Currently, the most recent data from Pordata, for the year 2023, points to an increase of 3.7% compared to the year 2022. These figures consequently lead to an increase in the number of sick people in need of palliative care. Palliative care is preventive care that aims to improve quality of life and relieve suffering by carrying out a thorough assessment and observation of pain and other physical, psychological, social and spiritual problems. They focus on meeting the needs of sick people rather than on treatment. They go beyond curative care, affirm life, accept death as a natural process and repudiate dysthanasia. They require specific skills from health professionals, especially nurses, in terms of symptomatic control, family support, particularly in decision-making and bereavement support, communication and teamwork, and general skills such as training, management and research. It should be noted that theoretical knowledge must be combined with clinical practice to train the skills acquired and consolidate them. It should be noted that theoretical knowledge must be combined with clinical practice to train the skills acquired and consolidate them. In this sense, professional traineeship fulfills this function, enhancing the development of human and relational skills, essential for providing excellent care with quality and technical scientific rigor, to the sick person and family in palliative care. Thus, with the aim of developing specific and common skills, the professional traineeship was conducted in a palliative care unit in the northern region. This traineeship met the requirements of the Order of Nurses for acquiring the title of specialist in the area of palliative care nursing. It should be noted that during the internship, some activities were conducted within the scope of providing direct care to the family unit, considering the 4 pillars of PC (symptom management, communication, family support and teamwork). In response to the training needs identified by the team, a basic CP course was also developed in collaboration with the School of Health and the UCP's clinical director, thus promoting continuous quality improvement. Participation in various family conferences and multidisciplinary meetings enabled the development of communication and teamwork skills.