Publication year: 2024
Introdução:
O presente estudo toma por objeto a hesitação à vacina COVID-19. Fenômeno este em evidência mais recente, mas que tem sua ocorrência e interesse de estudo concomitantemente à instituição da vacinação como ação ampliada para populações, ainda que não nominado desta forma. A hesitação vacinal é um estado motivacional de conflito ou oposição à vacinação, incluindo intenções e vontade. Há estudos sobre os determinantes da hesitação à vacina COVID-19, mas não foram encontradas análises que tomam a perspectiva geracional na explicação do fenômeno. Objetivo:
Analisar a hesitação à vacina COVID-19, sob a ótica da saúde coletiva e da categoria analítica geração. Método:
Trata-se de estudo exploratório, descritivo-analítico, com abordagem quantitativa, realizada em duas vertentes: 1) survey online com 486 participantes em idade de 18 anos ou mais; 2) estudo retrospectivo, quantitativo, com dados de 270.619 vacinados, residentes no município de Diadema/SP. As duas etapas foram analisadas sob a ótica da Saúde Coletiva e da categoria analítica geração. A associação multivariada foi avaliada por regressão logística, em cada geração, e a capacidade preditiva foi determinada por curva ROC, calculadas as Odds Ratios e 95% de intervalos de confiança. Resultados:
A prevalência de hesitação à vacina COVID-19 na população estudada foi de 30%, sem diferenças estatísticas entre as gerações. Mas, a análise das motivações baseadas no modelo 5C demonstrou diferenças Enquanto os Baby Boomers tinham como preditor para hesitação vacinal a preocupação com a eficácia da vacina e eram complacentes, a Geração X estava preocupada com os eventos adversos e calculavam o risco-benefício entre a vacina e a COVID-19. A Geração Y tinha preocupação com a eficácia, sofria influência de terceiros na decisão em se vacinarem e sua hesitação esteve ligada à confiança nas vacinas, enquanto na Geração Z a falta de conhecimento sobre as vacinas foi apontado como preditor da hesitação vacinal, e sua motivação estava associada às restrições. Conclusão:
Esse estudo encontrou particularidades nas atitudes e práticas frente às vacinas de rotina e da COVID-19 entre as gerações, desta forma conclui-se que o conceito de geração conseguiu iluminar as discussões sobre hesitação vacinal, trazendo elementos importantes para sua compreensão, que possibilita um campo vasto de insights para intervenções mais assertivas, para além da busca ativa de faltosos.
Introduction:
The present study focuses on hesitancy to the COVID-19 vaccine. This phenomenon is more recently evident, but its occurrence and interest in study coincides with the institution of vaccination as an expanded action for populations, although not named in this way. Vaccine hesitancy is a motivational state of conflict or opposition to vaccination, including intentions and desire. There are studies on the determinants of hesitancy to the COVID-19 vaccine, but no analyzes were found that take a generational perspective in explaining the phenomenon. Objective:
To analyze hesitancy to the COVID-19 vaccine, from the perspective of collective health and the generation analytical category. Method:
This is an exploratory, descriptive-analytical study, with a quantitative approach, carried out in two aspects: 1) online survey with 486 participants aged 18 or over; 2) retrospective, quantitative study, with data from 270,619 vaccinated people, living in the city of Diadema/SP. The two stages were analyzed from the perspective of Public Health and the generation analytical category. The multivariate association was evaluated by logistic regression, in each generation, and the predictive capacity was determined by ROC curve, calculating Odds Ratios and 95% confidence intervals. Results:
The prevalence of COVID-19 vaccine hesitancy in the studied population was 30%, with no statistical differences between generations. However, the analysis of motivations based on the 5C model demonstrated differences. While Baby Boomers had as a predictor for vaccine hesitancy the concern about the effectiveness of the vaccine and were complacent, Generation X was concerned about adverse events and calculated the risk-benefit between vaccine and COVID-19. Generation Y was concerned about effectiveness, was influenced by third parties in their decision to get vaccinated and their hesitancy was linked to confidence in vaccines, while in Generation Z the lack of knowledge about vaccines was identified as a predictor of vaccine hesitancy, and their motivation was associated with restrictions. Conclusion:
This study found particularities in attitudes and practices regarding routine vaccines and COVID-19 between generations, thus concluding that the concept of generation managed to illuminate discussions about vaccine hesitancy, bringing important elements to its understanding, which provides a vast field of insights for more assertive interventions, in addition to the active search for defaulters.
