Publication year: 2024
Introdução:
Dados da OMS estimam que cerca de 720 milhões de pessoas são portadoras de transtornos mentais, podendo corresponder por 13% da carga global de doenças, as políticas públicas atuais visam defender os direitos ao tratamento e proteção à essa população. A Atenção Primária é conhecida como base para a assistência, funcionando como porta de entrada para o SUS, o enfermeiro por sua vez como profissional de referência neste serviço, tem um importante papel a ser exercido no atendimento. A legislação vigente dos conselhos de classe, somados às políticas atuais e a literatura norteiam as ações dos enfermeiros na APS, de forma a produzir uma trajetória a ser percorrida. A forma como esse cuidado é realizado pode determinar a continuidade da terapêutica empregada, o que é fundamental para a transição de cuidados para os serviços substitutivos da RAPS. Objetivo:
Identificar o reconhecimento das intervenções de Saúde Mental empregadas pelos enfermeiros da APS em seu cotidiano e se estes identificam tais intervenções como de sua responsabilidade. Método:
Estudo descritivo exploratório com recorte transversal, realizado em 66 unidades básicas de saúde, totalizando 239 enfermeiros nas 6 Coordenadorias Regionais de Saúde do Município de São Paulo, a coleta de dados foi realizada através de instrumento criado pela autora. Para análise dos dados foi usado o R Development Core Team, versão 4.1.0 onde foram sistematizadas tabelas de distribuição de frequência para apresentação dos achados, sendo aplicada análise estatística simples e descritiva, frequência simples e relativa, medidas de tendência central e dispersão e para a organização da análise. As intervenções foram classificadas em componentes, sendo, componente I de práticas assistenciais generalistas e componente II de práticas específicas de Saúde Mental.Resultados:
Os enfermeiros reconhecem como do escopo de suas atividades as ações apresentadas, em sua maioria a viabilidade do exercício das atividades específicas de saúde mental, entretanto, barreiras como falta de conhecimento específico, sobrecarga de trabalho e excesso de atividades na unidade, impactam na realização, ocorrendo encaminhamentos dentro da própria unidade para outros profissionais. Conclusão:
O enfermeiro é reconhecido como um importante elo no processo interprofissional, reconhece as atividades como do escopo de suas atribuições e realiza as atividades em seu cotidiano, entretanto, o desconhecimento específico impacta no desenvolvimento de seus atendimentos. É importante buscar a capacitação específica para realizar o encaminhamento adequado a outros níveis de atenção e realizar um cuidado integral e humanizado aos portadores de transtornos mentais.
Introduction:
WHO data estimates that around 720 million people suffer from mental disorders, which may correspond to about 13% of the total burden of diseases in the world. Current public policies aim to defend the rights of treatment and protection of this population. Primary care is known as the basis for assistance, acting as a gateway to the SUS. The nurse is a reference professional in this service and has an important role to play in providing care. The current legislation of the class councils, plus current policies and literature, guide the actions of nurses in PHC, in order to produce a path to be followed. The way this care is provided can determine the continuity of the therapy used, which is fundamental for the care transitions to the RAPS services substitute. Objective:
To identify the recognition of Mental Health interventions used by PHC nurses in their daily lives and whether they identify such interventions as their responsibility. Method:
Exploratory descriptive study with cross-sectional cut, carried out in 66 basic health units, totalizing 239 nurses in the 6 Regional Health Coordination Units of São Paulo City. The data collection was carried out using an instrument created by the author. For data analysis, R Development Core Team, version 4.1.0 was used, in which frequency distribution tables were systematized to present the findings, being applied simple and descriptive statistical analysis, simple and relative frequency, measures of central tendency and dispersion. To the organization of the analysis, the interventions were classified into components, being component I: generalist care practices and component II: specific Mental Health practices. Results:
Nurses recognize the actions presented as the scope of their activities. For the most part, the feasibility of carrying out specific mental health activities. Nevertheless, barriers such as lack of specific knowledge, work overload and excessive activities in the unit impact the delivery of care, resulting in referrals within the unit itself to other professionals. Conclusion:
Nurses are recognized as an important link in the interprofessional process, they recognize activities as falling within the scope of their duties and carry out activities in their daily lives, however, specific lack of knowledge impacts the development of their care. It is important to seek specific training to implement appropriate referral to other levels of care and provide comprehensive and humanized care for people with mental disorders.