Publication year: 2024
Introdução:
A dor representa um grande problema para indivíduos, famílias e sociedade, e no contexto hospitalar não é diferente. O manejo inadequado da dor aumenta o risco de complicações e pode atrasar a recuperação, elevando os custos da assistência à saúde. Entre as barreiras para o manejo adequado da dor está a falta de conhecimento da equipe de enfermagem, indicando a necessidade de programas de capacitação profissional sobre o tema. Objetivo:
Desenvolver uma proposta de intervenção educativa para capacitar a equipe de enfermagem para avaliação e manejo adequado da dor. Método:
Estudo metodológico realizado no Hospital Universitário da USP, seguindo o referencial metodológico de Sidani e Braden para o desenvolvimento de intervenções complexas. A primeira etapa visou a compreensão do problema, composta por revisão de escopo sobre referenciais teóricos e estratégias utilizadas em intervenções educativas para a equipe de enfermagem e estudo qualitativo (abordagem experiencial), com o propósito de conhecer o problema na perspectiva de enfermeiros, técnicos de enfermagem e gestores de enfermagem. A segunda etapa visou a elaboração de intervenção composta por estudo metodológico de desenvolvimento de intervenção com a proposta inicial da intervenção educativa. Resultados:
Na revisão de escopo 33 artigos foram analisados e os referenciais teóricos utilizados nas intervenções foram: Pensamento crítico, Teoria da autoeficácia; Teoria do Cuidado Humano e COM-B Framework. As estratégias educativas observadas foram:
simulação por trilhas, aprendizagem baseada em problemas, aula invertida e aprendizagem espaçada. Os treinamentos foram oferecidos no formato e-learning, aula expositiva, discussões de caso e simulação. No estudo qualitativo, abordagem experiencial, os achados mostraram que os profissionais de enfermagem se preocupam com o manejo da dor e apontam a importância de treinamentos sobre dor. As principais dificuldades para o manejo adequado da dor foram:
falta de conhecimento, falta de recursos humanos, sobrecarga de trabalho, uso exclusivo de abordagens farmacológicas e falta de protocolos institucionais. Educação em dor, mais recursos humanos, protocolos de avaliação e manejo da dor, assistência humanizada, uso de terapia não farmacológica e atuação interprofissional colaborativa foram as principais sugestões dos profissionais para superar as dificuldades apontadas. Finalmente o estudo de elaboração da intervenção propôs uma intervenção educativa com conteúdo baseado no Core Curriculum de dor para enfermagem da IASP, utilizando a metodologia ativa (sala de aula invertida), e o modelo teórico da Teoria da Autoeficácia, dividida em três fases: primeira e terceira fase no formato e-learning, e segunda fase no formato workshop utilizando aula interativa, discussão de caso e simulação. Conclusões:
O treinamento da equipe de enfermagem em dor é uma atividade complexa. As abordagens teóricas e experiencial possibilitaram a proposta inicial de uma intervenção educativa que deverá ser testada em futuro estudo piloto. A equipe de enfermagem tem papel fundamental na avaliação, registro e manejo da dor e instrumentalizar a equipe tornará a assistência mais segura e qualificada.
Introduction:
Pain represents a major problem for individuals, families and society, and in the hospital context it is no different. Inadequate pain management increases the risk of complications and can delay recovery, increasing health care costs. Among the barriers to proper pain management is the lack of knowledge among nursing staff, indicating the need for professional training programs on the subject. Objective:
To develop a proposal for an educational intervention to train nursing staff in the assessment and proper management of pain. Method:
Methodological study carried out at USP University Hospital, following Sidani and Braden's methodological framework for developing complex interventions. The first stage aimed to understand the problem, consisting of a scoping review of theoretical references and strategies used in educational interventions for the nursing team and a qualitative study (experiential approach), with the aim of getting to know the problem from the perspective of nurses, nursing technicians and nursing managers. The second stage aimed at designing an intervention consisting of a methodological study of intervention development with the initial proposal of the educational intervention. Results:
In the scoping review 33 articles were analyzed and the theoretical frameworks used in the interventions were Critical Thinking, Self-Efficacy Theory; Human Caring Theory and COM-B Framework. The educational strategies observed were:
trail simulation, problem-based learning, flipped classroom and spaced learning. The trainings were offered in e-learning format, lectures, case discussions and simulation. In the qualitative study, with an experiential approach, the findings showed that nursing professionals are concerned about pain management and point to the importance of pain training. The main difficulties in properly managing pain were:
lack of knowledge, lack of human resources, work overload, exclusive use of pharmacological approaches and lack of institutional protocols. Pain education, more human resources, pain assessment and management protocols, humanized care, the use of nonpharmacological therapy and collaborative interprofessional action were the main suggestions made by professionals to overcome the difficulties pointed out. Finally, the intervention design study proposed an educational intervention with content based on the IASP Core Pain Curriculum for nursing, using active methodology (inverted classroom), and the theoretical model of the Self-Efficacy Theory, divided into three phases: the first and third phases in e-learning format, and the second phase in workshop format using the Self-Efficacy Theory. divided into three phases:
the first and third phases in e-learning format, and the second phase in workshop format using interactive lectures, case discussions and simulation. Conclusions:
Training nursing staff in pain is a complex activity. The theoretical and experiential approaches enabled the initial proposal of an educational intervention that should be tested in a future pilot study. The nursing team plays a fundamental role in the assessment, recording and management of pain, and training the team will make care safer and more qualified.
