Publication year: 2024
Introdução:
A infecção pelo SARS-CoV-2 levou as pessoas a desenvolverem a forma grave da COVID-19, necessitando de internação hospitalar imediatamente. Estudos mostram que os indivíduos que necessitaram de internação hospitalar pela forma grave da COVID-19 tiveram aumento dos sintomas de ansiedade bem como um aumento do padrão de consumo de álcool. Objetivo:
Verificar a prevalência do uso de álcool, sintomas de ansiedade e associações com as variáveis sociodemográficas e clínicas de indivíduos hospitalizados pela forma grave da COVID-19. Método:
Estudo transversal realizado com 123 usuários de 14 serviços da Atenção Primária a Saúde com diagnóstico positivo para COVID-19 com evolução para forma grave. Utilizou-se um questionário sociodemográfico e clínico, a escala STAI-S6 para identificação do nível de ansiedade, e o AUDIT-C para identificação do padrão do uso de álcool. A associação entre os fatores sociodemográficos e clínicos com o nível da ansiedade e álcool foi realizada pelos testes de associação e regressão, considerando nível de significância de 5%. Resultados:
Observou-se maior prevalência do consumo de baixo risco de álcool (76,6%) para homens, e 65,7% para mulheres, bem como associação estatística significativa entre o uso de álcool e as variáveis: renda (p= 0,063; R=0,162), UTI (p=0,050; M=2,59; DP=4,08) e idade (p=0,041; R=0,186). A prevalência dos sintomas de ansiedade entre os participantes que pontuaram com escores indicativos de ansiedade moderada e severa foi maior nas mulheres (54,7%). Os participantes que necessitaram de internação em UTI (n=34;27,6%) apresentaram média de ansiedade maior quando comparados com os que não necessitaram de internação em UTI. Conclusão:
O consumo de baixo risco de álcool e sintomas leves de ansiedade foram prevalentes entre os indivíduos que necessitaram de hospitalização e sobreviveram a forma grave da COVID-19. Dentre os indivíduos que necessitaram de UTI, foram prevalentes o uso moderado de álcool e sintomas morados de ansiedade. Desta maneira, percebe-se a importância de rastrear, identificar e prevenir o agravamento destas condições que podem ajudar a mitigar o seu impacto na saúde mental durante o período pós-pandemia.
Introduction:
SARS-CoV-2 infection has led people to develop the severe form of COVID-19, requiring immediate hospitalization. Studies show that individuals who required hospitalization for the severe form of COVID-19 had increased anxiety symptoms as well as an increased pattern of alcohol consumption. Objective:
To verify the prevalence of alcohol use, anxiety symptoms and associations with sociodemographic and clinical variables in individuals hospitalized for the severe form of COVID-19. Method:
A cross-sectional study was carried out with 123 users of 14 Primary Health Care services with a positive diagnosis of COVID-19 and progression to the severe form. We used a sociodemographic and clinical questionnaire, the STAI-S6 scale to identify the level of anxiety, and the AUDIT-C to identify the pattern of alcohol use. The association between sociodemographic and clinical factors with the level of anxiety and alcohol was carried out by association and regression tests, considering a significance level of 5%. Results:
A higher prevalence of low-risk alcohol consumption (76.6%) was observed for men, and 65.7% for women, as well as a statistically significant association between alcohol use and the variables: income (p= 0.063; R=0.162), ICU (p=0.050; M=2.59; SD=4.08) and age (p=0.041; R=-0.186 ). The prevalence of anxiety symptoms among participants with scores indicating moderate and severe anxiety was higher among women (54.7%). Participants who required ICU admission (n=34; 27.6%) had higher mean anxiety scores when compared to those who did not require ICU admission. Conclusion:
Low-risk alcohol consumption and mild anxiety symptoms were prevalent among individuals who required hospitalization and survived the severe form of COVID-19. Moderate alcohol use and severe anxiety symptoms were prevalent among individuals who required ICU care. This highlights the importance of tracking, identifying and preventing the worsening of these conditions, which can help mitigate their impact on mental health during the post-pandemic period.