Acesso aos cuidados de saúde das famílias com adolescentes imigrantes: Desafios e oportunidades

Publication year: 2025

A adolescência é uma transição desenvolvimental, marcada por diversas mudanças e estabelecimento de padrões de comportamento que podem afetar a saúde e bem-estar futuros. Para os adolescentes migrantes, essa transição é agravada pela necessidade de adaptação a um novo ambiente cultural, linguístico e social. O Programa Nacional de Saúde prescreve medidas preventivas para adolescentes, com foco no desenvolvimento pessoal e social e na responsabilidade progressiva sobre a saúde, propondo dois exames globais de saúde. O acesso aos cuidados é facilitado, mas a sua utilização é baixa, quer para os adolescentes nacionais como para os imigrantes. Em Portugal, o número de migrantes aumentou significativamente nos últimos 3 anos, com uma concentração etária entre 15 e 34 anos. Os jovens imigrantes enfrentam desafios adicionais além dos típicos da adolescência, incluindo barreiras linguísticas, adaptação cultural e, em alguns casos, discriminação. Elaborou-se um projeto de pesquisa-ação participativa que visa analisar e desenvolver estratégias para garantir cuidados de enfermagem familiar adequados aos adolescentes imigrantes. O projeto inclui revisão sistemática de estudos sobre a temática e o desenho do projeto baseia-se no modelo PRECEDE-PROCEED, que permitirá o diagnóstico comunitário abrangente, resultando na elaboração de estratégias de intervenção adequadas às necessidades de famílias com adolescentes imigrantes. Espera-se obter um panorama integral sobre as condições de vida e o acesso à saúde das famílias imigrantes com adolescentes, incluindo a proporção de adolescentes que realizam exames globais de saúde e vacinação, e caracterizar as transições e desafios que estas famílias enfrentam no seu processo migratório. Além disso, pretende-se avaliar os conhecimentos, crenças, atitudes e confiança das famílias em relação aos serviços de saúde, bem como a preparação e competência cultural dos enfermeiros das unidades de saúde familiar para atender às suas necessidades específicas. Por fim, pretende-se mapear os recursos comunitários disponíveis e, a partir de uma abordagem participativa, propor estratégias que assegurem cuidados de promoção da saúde adequados, equitativos e culturalmente sensíveis para esta população.