A orientação do bisel na punção da fistula arteriovenosa: Relatório de estágio
Publication year: 2025
As doenças crónicas representam um desafio global significativo devido à sua elevada prevalência e profundo impacto na qualidade de vida dos indivíduos. Em Portugal, cerca de 35% da população refere limitações nas atividades diárias e 43,9% das pessoas com 16 ou mais anos vivem com uma condição crónica de saúde. Entre estas, a Doença Renal Crónica (DRC) destaca-se pelo aumento da sua incidência e pelos consideráveis encargos financeiros para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O presente relatório, apresentado no âmbito do Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica-Especialização em Cuidados de Enfermagem à Pessoa em Situação Crónica, corresponde à unidade curricular ?Estágio com Relatório Final?. Apresenta um percurso formativo que integra dois contextos de prática clínica, com destaque para o processo de desenvolvimento profissional, a consolidação de saberes teóricos e a aquisição de competências especializadas na prestação de cuidados à pessoa em situação crónica.
A primeira parte do relatório faz uma reflexão crítica sobre o percurso de aprendizagem, identificando oportunidades, desafios e estratégias adotadas para promover o crescimento pessoal e profissional, sempre orientado para a prestação de cuidados seguros, eficazes e centrados na pessoa com DRC.
A segunda parte inclui uma componente de investigação desenvolvida sob a forma de uma revisão scoping, baseada na seguinte questão de revisão: ?Qual a influência da orientação do bisel da agulha na ocorrência de complicações após a punção da fístula arteriovenosa em pessoas em hemodiálise??. A revisão foi realizada de acordo com a metodologia do Joanna Briggs Institute, incluindo estudos publicados em português, inglês e espanhol, sem restrição de data, nas bases de dados Medline, CINAHL, Nursing & Allied Health Collection, MedicLatina e ScienceDirect. Foram incluídos sete estudos na análise final. Os resultados sugerem que a punção bevel-down está associada a uma redução significativa no tempo de hemostasia, na dor e nas complicações relacionadas ao sangramento, indicando potenciais benefícios para a segurança e o conforto da pessoa com DRC em hemodiálise.