Publication year: 2024
Introdução:
com os avanços tecnológicos, a educação em saúde tem passado por mudanças, facilitando a interação entre enfermeiro-paciente e eliminando barreiras, devido à distância, pelo uso da internet por meio de equipamentos eletrônicos como telefones, computadores, tablets. Na utilização do cateter central de inserção periférica (PICC) no domicílio, o processo educativo permite o empoderamento do paciente sobre eventos adversos e cuidados do dispositivo, essencial para evitar possíveis complicações. Objetivo:
avaliar a efetividade da educação assistida pelo aplicativo MeuPICC em pessoas com PICCs na redução de complicações no domicílio em comparação com a educação padrão em saúde. Método:
Ensaio Clínico Randomizado e Controlado, prospectivo, com intervenções previamente planejadas e exposição controlada pelos pesquisadores, realizado em dois hospitais de ensino de atenção terciária à saúde, no município de São Paulo, nas especialidades de cardiologia e ortopedia. Os pacientes foram acompanhados desde a alta hospitalar com o PICC até a retirada deste. O grupo controle recebeu orientações padrão com material impresso e o grupo experimental, além do padronizado, recebeu orientações sobre o uso do aplicativo MeuPICC. Foram coletadas informações sobre as características biossociodemográficas dos pacientes, do PICC, complicações relacionadas ao uso do PICC no domicílio e a educação em saúde recebida. Os dados foram analisados pela estatística descritiva e os grupos, comparados pelo teste de qui-quadrado de Pearson, Mann Whitney-Wicoxon, risco relativo e densidade de incidência. Nível de significância adotado foi de 5%. Resultados:
Este estudo acompanhou 80 pacientes, divididos nos dois grupos, com 40 participantes para cada um. A idade média foi de 55,4 anos, com predominância masculina (52,5%). A maioria tinha parceiro (57,5%) e baixa escolaridade. A maioria estava inativa no trabalho (apenas 12,5% tinham emprego remunerado) e morava com cerca de 3 pessoas. Não foram observados eventos como infecção local do sítio de inserção, trombose e flebite. Calculou-se o risco relativo, taxa de incidência e razão de incidência para sinais de alarme, mostrando maior incidência de suspeita de infecção, exsudato, lesão pericateter e troca adicional de cobertura no GApp. O tempo médio para o primeiro sinal de alarme foi significativamente mais tardio no GApp (110,5 dias vs. 30,4 dias no GC, p < 0,001). As complicações relacionadas ao PICC, como obstrução parcial, foram mais frequentes no GApp, embora a razão de incidência total tenha sido menor devido ao maior tempo de uso do cateter neste grupo. A educação em saúde foi valorizada por ambos os grupos, destacando a importância das enfermeiras na orientação domiciliar eficaz dos pacientes com PICC. Conclusões:
O uso do aplicativo MeuPICC demonstrou potencial para melhorar a comunicação entre pacientes e profissionais de saúde, contribuindo para a detecção precoce de problemas e redução de complicações. A implementação eficaz dessas tecnologias pode transformar o cuidado com PICC, promovendo uma gestão mais segura e eficiente desses dispositivos intravenosos complexos. Futuras pesquisas devem considerar a ampliação da amostra, além da inclusão de cuidadores e profissionais da enfermagem no processo de pesquisa com o intuito de aprimorar o suporte domiciliar e entender melhor os desafios enfrentados pelos pacientes.
Introduction:
With technological advancements, health education has undergone changes, facilitating nurse-patient interaction and eliminating barriers due to distance, through the use of the internet via electronic devices such as phones, computers, and tablets. In the use of Peripherally Inserted Central Catheters (PICCs) at home, the educational process empowers patients regarding adverse events and device care, essential to prevent potential complications. Objective:
To evaluate the effectiveness of health education assisted by the MeuPICC application in individuals with PICCs in reducing complications at home compared to standard health education. Method:
A prospective, randomized controlled trial with pre-planned interventions and controlled exposure by researchers was conducted at two tertiary healthcare teaching hospitals in São Paulo, in the specialties of cardiology and orthopedics. Patients were followed from hospital discharge with the PICC until its removal. The control group received standard guidance with printed materials, while the experimental group, in addition to the standard guidance, received instructions on using the MeuPICC application. Information on patients' biosociodemographic characteristics, PICC details, complications related to PICC use at home, and health education received were collected. Data were analyzed using descriptive statistics, and groups were compared using Pearson's chi-square test, Mann-Whitney-Wilcoxon test, relative risk, and incidence density. A significance level of 5% was adopted. Results:
This study followed 80 patients, divided into two groups, with 40 participants in each. The mean age was 55.4 years, with a male predominance (52.5%). The majority had a partner (57.5%) and low educational attainment. Most were not employed (only 12.5% were employed) and lived with approximately three people. No events such as local insertion site infection, thrombosis, or phlebitis were observed. Relative risk, incidence rate, and incidence ratio were calculated for alarm signs, showing higher incidence of suspected infection, exudate, pericatheter lesion, and additional dressing changes in the GApp. The average time to first alarm sign was significantly later in the GApp group (110.5 days vs. 30.4 days in the control group, p < 0.001). Complications related to PICC, such as partial obstruction, were more frequent in the GApp group, although the total incidence ratio was lower due to the longer catheter use time in this group. Health education was valued by both groups, highlighting the importance of nurses in effective home guidance for PICC patients. Conclusions:
The use of the MeuPICC application demonstrated potential to improve communication between patients and healthcare professionals, contributing to early detection of problems and reduction of complications. The effective implementation of these technologies can transform PICC care, promoting safer and more efficient management of these complex intravenous devices. Future research should consider expanding the sample size and including caregivers and nursing professionals in the research process to enhance home support and better understand the challenges faced by patients.